Uma Mãe Para o Meu Bebê

O Dobro ou Nada

— Oi, Sophia! — Ken estava na porta de Micael, tinha um pacote nas mãos. — Chegou pra você.

— Pra mim? — Puxou com tudo das mãos do porteiro. — Obrigada, Ken! — Ia fechando a porta.

— Ei, ei, ei! — A parou. — O que é isso aí? Pensei que você não tinha dinheiro pra comprar algo nessa loja.

— Você conhece essa loja?

— Não é aquela loja de importados?

— É outra loja! Até mais, Ken. — Ia fechando novamente.

— Tá estranha! O que tá rolando?

— O que tá rolando é você na minha porta, só isso que tá rolando.

— Eu só quero saber o que você tá guardando nessa caixa, mulher!

— Curiosidade matou o gato, sabia?

— Sou curioso mesmo, ainda mais o E-Bay vindo trazer compras pela manhã.

— Todo mundo compra no E-Bay. — Bateu a porta com tudo.

Único jeito de ficar sozinha.

Sophia deixou a caixa em cima da mesa, leu a embalagem e abriu, a barriga falsa apareceu em um plástico, totalmente embalado.

Tirou da embalagem indo em frente ao espelho, tinha a barriga de silicone nas mãos, com uma bombinha, própria para inchar. Amarrou em sua barriga e inchou o silicone, a barriga falsa começou a crescer, deixando Sophia confusa.

Com as roupas parecia muito real, sem elas, apenas uma barriga falsa. Como faria pra esconder isso de Micael? Não tinha inteligência suficiente pra encarar isso sozinha!

Tinha que chamar ajuda.

— BORGES! — Bottin entrou em sua sala. — Boa tarde, pessoal! Vejo que estão trabalhando.

— Olá, Bottin! — O moreno sorriu. — Vejo que não está trabalhando.

— Eu sou o seu chefe, eu trabalho quando eu quiser. — Sorriu falso. — Como estão indo as coisas da XXTD?

— Uma merda, Bottin. — Chay respondeu. — O seu querido funcionário quer fazer algo com grávidas, entrar no mundo de bebês. Eu falei pra ele que isso é uma grande porcaria.

— Se minha idéia é uma porcaria, imagine a sua! — Micael rebateu.

— Minha idéia é muito melhor, sem duvidas. Todos concordam. — Gesticulou com as mãos.

— Joguem suas idéias, eu quero ouvir! — Bottin sentou-se em uma cadeira.

Estava esperando a guerra acontecer.

— Ok, eu primeiro. — Chay foi até o quadro branco. — Eu pensei em criarmos um produto pra hora H, quando você tá com a menina e... PÁ! — Bateu as mãos. — A gente sempre quer um produtinho pra... Apimentar!

— Eu não quero. — Bottin respirou fundo.

— Tudo bem. — Deu um sorriso. — Estava pensando...

— Chay, quantas vezes vou ter que te dizer que essa empresa não produz conteúdo sexual. Se está insatisfeito procure um emprego no XVídeos. — Bottin arrumou seu terno. — Alguém mais tem sugestões?

— Por enquanto nenhuma. — Micael respondeu. — Vou pensar e achar um jeito de começar isso.

— Também acho uma ótima idéia. Como você sabe, o XXTD está chegando e não quero que vocês me decepcionem como a feira do mês passado. — Levantou-se. — Se não, olho da rua todo mundo.

— Já entendemos isso, Bottin! — Micael assentiu. — Só precisamos pensar, eu fico atravancado com os meus funcionários, só pensam quando eu estou junto.

— E você só sabe chegar atrasado! — Pausou. — Pensa que eu não estou cronometrando tudo que você faz? Eu vejo quando chega atrasado, eu vejo quando sai antes do turno acabar. Sorte sua que eu gosto muito de você, porque se não... Olho da rua!

— Isso não vai mais acontecer! — Rendeu as mãos.

Lógico que iria acontecer.

— Espero que sim! Confio muito na sua palavra. — Saiu da sala, deixando Micael sem ter o que dizer.

Tinha que voltar pra realidade! Conversar sobre a XXTD e seus problemas com Chay.

— Olha, isso foi loucura! O que eu estou fazendo é... Loucura. — Sophia observou Karl, enquanto comia uma maçã. Sentado no sofá de Micael.

— Ainda bem que você sabe, gatinha.

— Meu nome é Sophia.

— Para com essas frescuras, tá legal? — Andou até ela. — Eu te ajudo, porém, quero uma parte da grana.

— Absurdo.

— Vai querer a ajuda ou não?

— Dez porcento?

— O dobro ou nada!