Singing in The Rain

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— QUEM É MICAEL? ME DIZ! ISSO É UMA VOZ DE MULHER.

— É a TV, que coisa. — Saiu rápido da cama. — Eu já disse pra você confiar em mim, o que somos então se não temos confiança?

Não parecia a TV.

— Mas é. Confie em mim! — Bufou. — Fora isso, você está bem?

Quero saber quando você vai voltar pra casa.

— Em breve, eu prometo que voltarei em breve. E assim que eu chegar, nós vamos sair.

— Você jura?

— Eu juro! — É claro que ele iria esquecer daqui a alguns minutos. — Eu vou desligar, o sinal daqui a pouco vai cair.

Como ele sabia? O pior de tudo era: Como ela acreditava?

Beijos. Amo você!

Micael desligou a ligação. Salvou-se de dizer que também a amava, seria muita cara de pau.

Voltou ao quarto vendo Sophia dormir, tinha virado o corpo na enorme cama, acomodando-se em outros travesseiros. Ela ainda iria o matar, de desejo e amor.



Veneza — 4º Dia.

— Bom dia. — Sophia se espreguiçou, não seria um bom dia, seria uma ótima tarde. Assim o relógio indicava às 16h da tarde.

— Boa tarde, mocinha. — Micael largou o IPad, estava atendo em seu jogo. — Eu deixei você dormir, parecia cansada.

— Sério que eu dormi ontem e só acordei agora? — Ele assentiu. — Meu Deus, eu entrei em coma de sono, como deixou?

— Se eu te acordasse você iria tacar uma pedra na minha cabeça. — Ela riu. — Tenho novidades pra você.

— Oba! Qual?

— Eu comprei dois ingressos para a peça de teatro, você vai gostar.

— Nunca fui em um teatro.

— Agora você vai. — Estava animado. — Use sua melhor roupa, sei que Lidiane teve bom gosto com você.

— Você iria me matar se eu fosse de tamanco, não é?

— Experimente e eu tacarei você e os tamancos daqui de cima. — Escutou uma gargalhada gostosa.

— Eu vou tomar um banho. — Avisou, antes de sair da cama, bem rápida.

Foi fácil para Micael arrastar Sophia até o teatro, ela estava eufórica perguntando sobre tudo, deram os bilhetes e se posicionaram nas poltronas compradas. Micael agradeceu de joelhos ao saber que a peça era feita por americanos, não teria que traduzir tudo para Sophia, saberia que ela faria perguntas de tudo.

E quando digo tudo, é tudo mesmo.

Aplaudiram quando as duas horas de peça se foram.

— UAU! ISSO FOI DEMAIS. — Batia palmas bem rápido, Micael riu. — Por que você não tá batendo palma?

— Eu estou, mas bem de leve. — Levantou-se. — Vamos embora?

— Já? Eu pensei que teria mais.

— Eu só comprei pra essa peça, você curtiu?

Saíram do teatro, bem juntinhos.

— Eu gostei na parte que ela dá um empurrão nele e depois... Volta de novo pra ele, eu achei tão romântico. — Andavam pelas ruas de Veneza, bem desertas.

— Eu gostei da parte que ele diz pra ela que não era um cara muito bom, o ator teve expressões ótimas.

— A cena do beijo foi bem legal, será que eles eram namorados?

— Acho que não, você tem que ser bem profissional. — Continuaram a andar, Sophia parou em uma vitrine.

A loja em si parecia uma gravadora, logo Micael tinha sacado que estavam na frente de uma loja de discos. Os vinis na vitrine fizeram Sophia se animar.

— Olha isso! — Apontou ao vinil. — Ela me lembra os tempos quando morava com a minha mãe.

— Você conhece ela? — Ficou surpreso.

— Óbvio que sim. — Sorriu. — Donna Summer era um ícone de mulher, você até pode ficar surpreso comigo mas sim, eu adorava as músicas dela.

Ele estava boquiaberto, demais.

— Amanhã podemos passar aqui e eu buscarei o vinil pra você.

— Não, deixe isso quieto. — Torceu o nariz. — Vou puxar uma e você vai ter que cantar.

— Dela? — Sophia assentiu. — Manda então. — Sorriu pra mesma.

— For too long she was feeling
That her love had lost it meaning
She was looking for a reason
Not to breakaway.

(Há muito tempo ela estava sentindo
Que o seu amor havia perdido o significado
Ela estava procurando um motivo
Pra não fugir).

Ele sorriu, voltaram a andar pela rua.

— But I don't think she can take it
She'll be strong enough for two although
It's hard for her to do
She'll breakaway
Oh, oh, oh she'll breakaway.

(Mas eu não acho que ela consiga segurar essa
E apenas amizade não poderá substituí-lo
Ela vai ser forte o suficiente pelos dois
Embora seja difícil pra ela
Ela vai fugir
Ooh, ooh, ooh, ela vai fugir).

O barulho de trovão ecoou pela cidade, Sophia encolheu os ombros quando sentiu as gotas grandes caírem. Estava chovendo, uma baita chuva que os deixou ensopados, em segundos.

— Forget about the bad times
Remember all the good times
Hold your head up high
And breakaway
Forget about the bad times
Remember all the good times
Hold your head up high. — Continuou Sophia.

(Esqueça os tempos ruins
Se lembre de todos os bons tempos
Levante sua cabeça pro alto
E fuja
Esqueça os tempos ruins
Se lembre de todos os bons tempos
Levante sua cabeça pro alto).

— She'll breakaway. — Soltaram, em uníssono.

Micael aproximou-se de Sophia, as respirações agitadas pela chuva forte e vento frio, teve as duas mãos no rosto delicado da loira, encarou seus lábios avermelhados encostando os seus, delicadamente.

Ela pôde sentir e se deliciar com o beijo de Micael, e que beijo. Faltava fôlego mas mesmo assim, aquele momento podia durar o tempo que fosse. Um sentimento tão bom, escutou as línguas se chocando, ele era tão delicado, nunca tinha beijado alguém daquele jeito. As pernas até bambearam, Micael era um homem e tanto!

— Meu Deus, que errado. — Saiu do beijo, devagar, sussurrava ainda perto dos lábios de Micael.

— Pelo amor de Deus, cala a boca e me beija. — Voltou a beija-la. Teve Sophia no colo, segurando seu corpo firme, ela se assustou.

— O que está fazendo?

— O que eu queria fazer a muito tempo. — Sorriu.

Deram selinhos demorados.

— Eu nunca desejei tanto que o hotel fosse perto. — Soltou Micael.

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