Acerto de Contas

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— Adoro como tudo acaba em pizza de queijo. — Micael terminou de lavar um prato, secou suas mãos.

— Eu gosto de calabresa mas essa tá boa. — Estava tensa.

— Queijo é muito bom, não melhor que você. — Beijou a loira com desejo, andaram até o quarto.

— Você tá muito romântico, acho que te fiz assistir muitos filmes com Romance de Chorar.

— Eu tô gostando dessa fase, é divertida. — Sorriram. — Vamos dormir? Eu tô exausto.

— Vamos sim, bem juntinhos. — Desarrumaram a cama, Sophia abraçou Micael e assim dormiram juntinhos.

— Micael? Sou eu, Carla. Tudo bom? Tô ligando pra dizer que você precisa voltar logo de férias, Bottin tá ficando louco! — Deu uma risadinha. — Boas férias meu amigo, nos vemos quando você voltar. Até logo!

O bipe da secretária eletrônica apitou. Micael se remexeu na cama.

— Hum, saco. — Saiu, ainda sonolento. Foi até o telefone. — Nem de férias vocês me deixam em paz?

— O que houve? — Sophia apareceu atrás, com sua camiseta Nike. Ainda sonolenta.

— Carla, me ligou pra falar alguma coisa do Bottin. — Esfregou os olhos. — Eu não entendi muito bem.

— Eu acordei assustada, você me deixou na cama. — Cruzou os braços.

— Vem aqui. — Abraçou a loira, beijou o topo de sua cabeça. — Volte a dormir, ainda tá muito cedo.

— Quero ficar com você, te ajudar no que for preciso. — Encarou Micael. — Esse Bottin acaba com a sua vida e você nem vê.

— Bottin é carente por mim. — Andaram juntos até a cozinha. — As vezes eu acho que ele é gay.

— Ele quer me conhecer? — Buscou o cereal no armário, Micael tinha o leite nas mãos.

— Quer sim! Agora não sei pra quê. — Ligou a cafeteira.

— E aquele seu amigo tarado?

— O Chay? Faz tempo que não falo com ele. É outro também que não sabe trabalhar direito.

— Não é possível! Algum ali tem que trabalhar direito.

— Eu também queria saber, eu fico muito exausto com a minha turma. São estagiários, Chay fazendo graça, Carla me deixando louco. — Bufou, se estressava só de pensar. — Eu realmente escolhi o pior emprego do mundo.

— Claro que não, é a sua profissão. Eu gostaria de ter uma profissão.

— O que você gostaria de ser? — Esperou a resposta de Sophia, com certeza iria se orgulhar.

— Não, você vai zoar.

— Claro que não!

— Tá bom... Eu queria ser professora. — Encolheu os ombros.

Ainda bem que ela não é professora, não é mesmo?

— Professora? Ah, eu acho uma profissão bem legal. Pra pessoas que têm... Conhecimento. — Coçou o maxilar.

— Pera, tá dizendo que eu sou burra?

— Eu não disse isso, eu disse que essa profissão é legal para as pessoas que têm o conhecimento lá no alto, eu como por exemplo, seria um péssimo professor. — Inverteu a história.

Se não compraria uma guerra.

— Eu estava pensando em sair hoje, já que você quer tanto ver algo pro bebê.

— É, seria uma boa! — Tomou seu café. — Eu vou ficar por aqui e mandar uns e-mails, podemos jantar mais tarde, aproveitar que Dinah não está na cidade.

— Não acha perigoso alguém nos ver?

— Nova Iorque é imenso, e eu juro que te levarei em um restaurante sem comidas esquisitas. — Sophia riu. — Você vai demorar?

— Não vou, só vou dar uma olhada em preços, cores... Não sabemos o sexo do bebê ainda.

— Verdade, precisamos saber. Não quer aparecer de jeito nenhum. — Levantou a blusa de Sophia, vendo sua barriga intacta. — Você deve seguir a gravidez da Lidiane quando teve o segundo bebê, sem barriga, sem problemas.

— Só não quero olhares estranhos pra mim. — Sorriu leve, levantou-se da mesa.

Foi até o quarto trocando de roupa, saiu bem arrumada, deu um beijo em Micael e desceu de elevador. Avistou Ken.

— Bom dia, Ken!

— Bom di, Soph. — Sorriu. — Está bonita.

— Obrigada. Estou indo comprar algumas coisas pro bebê.

— Quer um táxi?

— Eu já chamei, obrigada. — Afastou a porta de vidro, indo para fora.

Sentiu mãos fortes segurarem seu braço.

— E aí, loirinha! — Karl encarava com sangue nos olhos. — Nosso acerto de contas está chegando! Só quero te avisar isso, é melhor se preparar.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora