Você Não Merece Saber

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— Com licença! — Micael saiu do estúdio rapidamente, teve Sophia atrás dele. Correndo.

A loira retirou o salto.

— Micael, espera! — Parou a porta do elevador.

Era como dar um tiro no peito, ou no próprio pé. O moreno respirou fundo, não tinha coragem de olhar nos olhos de Sophia.

— Micael, por favor. — Suplicou. — Fala comigo, por favor, fala comigo. — O rímel escorreu, sujando sua face.

— Eu não quero falar com você. Fique longe de mim! — Voltou a apertar os botões, desceu de elevador.

Estava magoado, tudo doía. Negou com a cabeça e bufou, só podia ser um pesadelo. Ele queria ir embora no momento.

A porta do elevador se abriu, e ela estava lá. Ofegante, apoiou as mãos na porta do elevador novamente.

— Micael... Precisamos. Conversar. Por. Favor. — Estava muito ofegante. — Só me... Escute, tudo bem?

— Eu não quero escutar a sua voz. — Saiu andando, ela o seguiu.

— Você precisa escutar a minha voz, nós temos muita coisa pra conversar.

— VOCÊ ABANDONOU A SUA FILHA! — Gritou, ao sete ventos. Sophia o encarava. — VOCÊ FOI EMBORA, VOCÊ ME TRAIU, VOCÊ ESQUECEU DE TUDO. EU QUERO QUE VOCÊ VÁ PRO INFERNO!

— Não fala isso, por favor... — Tentou chegar perto de Micael, ele a empurrou.

— Eu tenho nojo de você, nojo do que você faz. — Grunhiu. — Tenho nojo dessa sua cara, eu odeio você, Deus me perdoe mas eu odeio você!

— Micael...

— Espero que você seja muito feliz nessa sua nova vidinha. Fotografando e esquecendo do seu passado.

— Eu te liguei centenas de vezes mas...

— Nunca foi capaz de dizer... Alô? — Debochou. — De verdade? Vá pro inferno e leve junto os fotógrafos e maquiadores que você tem. — Chamou um táxi. — Adeus, Sophia!

— SÓ ME DIGA O NOME DELA. — Gritou quando viu o táxi parar.

Estava aos prantos.

— Você não merece saber. — Entrou no veículo amarelo, pedindo ao motorista para que desse partida.

Queria esmurrar alguém quando entrou no carro, trocou mensagens com Chay pra esfriar a cabeça, tentou ligar à Bottin mas não conseguiu, sempre chamando.

Voltou ao hotel, arrumou suas coisas, pediu um táxi e deu check-out do lugar. Ligou novamente à Bottin que por insistência, o atendeu.

— Bottin? Sou eu, Micael! — Estava indo ao aeroporto.

— Eu ainda sei olhar no identificador de chamadas.

— Estou voltando, não irei mais ficar em Los Angeles.

BORGES! FICOU MALUCO? QUERO QUE VOLTE PRO HOTEL AGORA!

— Eu não vou voltar. Sophia está trabalhando na revista, ela encheu o meu saco hoje. Eu quero distância dessa mulher. — Encarou o grande painel com voos. — Vou voltar, queira você ou não.

Bottin ficou em silêncio.

— Eu até iria te dar uma bronca mas... Não sabia que ela estava aí, eu sinto muito! — Pausou. — Droga, Borges! Esse trabalho era perfeito pra você.

— Acontece, Bottin! Eu não posso ficar. — Comprou as passagens. — Não quero mais tocar nesse assunto, eu estou nervoso.

Ok, ok! Eu vou conversar com ele e contar o que aconteceu.

— Converse sim! Até mais tarde. — Desligou a ligação.

NOVA IORQUE. — 16:19PM.

— Você é uma droga mesmo! — Antônia esperava Micael no aeroporto. Abraçou o filho. — Como foi de viagem?

— Bem. — Andaram até o carro. — Como está Annora? Eu tô morrendo de saudade dela.

— Ela ficou muito bem. Está com Lidiane. — Antônia foi dirigindo. — E você? Por que veio embora? O que aconteceu?

— Eu encontrei Sophia. Acredita?

— Você encontrou ela? Como?

— Ela tá trabalhando na revista. — Bufou. — Liguei pra Bottin e disse que não vou mais ficar lá.

— Ela tentou falar com você?

— Claro, mãe! Disse um monte de besteira. — Deu de ombros. — Eu não liguei, falei merda pra ela, eu odeio aquela mulher.

— Filho... Eu sei que errei muito na vida mas. — Pausou. — Ela também é mãe! Você não acha certo mostrar a menina pra ela? Conversar o que aconteceu?

— Não, mãe! — Encarou a paisagem. — Annora tem a mim, eu sou tudo o que ela precisa!

Antônia continuou a dirigir, respeitava a atitude do filho.

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora