Sexta-feira. 07:25 AM.
Atrasado! Micael estava atrasado. Acordou correndo, fez sua higiene matinal, nem tomou café. Dirigiu feito um louco até a empresa, estava atrasado, e morto quando chegasse! Bottin iria matá-lo quando chegasse, não queria nem imaginar.
— Opa, opa. — Encontrou Chay, tinha a respiração ofegante. — Já entrou todo mundo?
— Onde você tava? A turma toda está lá dentro. — Observou o amigo que estava péssimo, parecia ter corrido dez quilômetros, sem pausas. — Acordou atrasado, né?
— Super. — Andou até o local onde estava a exposição. Muita gente, quase se perdeu de Chay. — Bottin já chegou?
— Ele quer te dar a benção. — O magrelo segurou o riso, Micael revirou os olhos. — Vamos até o nosso estande. — Andaram até lá.
Os funcionários de Micael apresentavam uma maquete com o nome do produto, o quadro branco foi levado ao local, e podíamos dizer, estava péssimo. A idéia de Carla não tinha sido tão boa assim, foi o máximo que conseguiram, deveriam trabalhar mais e papear menos.
— BORGES! — Bottin chegou até à mesa, o moreno coçou a nuca, nervoso. — Chegando agora?
— Na verdade... É, sim. Eu estou chegando agora. — Sorriu falso. — Fui buscar mais... Tinta para as maquetes, está vendo que faltou...
— Você é imprestável. — Encarou o funcionário. — Eu te dei semanas para apresentar um produto, e você me aparece com isso? — Pegou a embalagem nas mãos, realmente, copiar a Nutella foi uma péssima idéia.
Parabéns, Carla! Mas você ajudou.
— O gosto é idêntico ao da Nutella. — Advertiu, assentindo. Micael só estava se afundando.
— Claro! E quando recebermos processo pela fábrica? Você irá dizer aos responsáveis que o gosto é idêntico ao da Nutella? — Queria uma resposta do moreno, mas ele não se atreveria a dizer.
— Eu sinto muito, Bottin. — Abaixou a cabeça. — Estávamos atolados, eu preciso de uma segunda chance.
— Segunda chance? — Riu consigo. — Tudo bem. Colocarei vocês na XXTD, vocês têm dois meses para criar um produto revolucionário, e se não conseguirem... Olho da rua para todos! — Alertou, antes de deixar o estande.
Chay trincou os dentes, antes de encarar Micael.
— É, cara! — Tinha as mãos no bolso. — Você está fodido.
— Ah, eu? — Esbraveceu. — Todos nós estamos fodidos, todos vocês deveriam ter trabalhado quando EU pedi! — Tinha sangue nos olhos, apontando as maquetes. — A vida de marketing não é só ficar rindo, comendo Pringles ou jogando UNO. Temos que trabalhar! Ser unidos. — Mexeu em seus cabelos, nervoso. — Vamos ter uma reunião na semana que vem, e nos preparar para a XXTD, o maior evento de Nova Iorque com responsáveis de ELITE. — Deu ênfase nas palavras. — E eu juro, que se copiarmos outra marca, eu farei de vocês as piores pessoas que já existiram. — Ameaçou, deixou o estande, nervoso.
Tinha saído da empresa para pegar ar fresco, respirou fundo quando encarou o céu. Por que com ele? Era a vida de um empresário de marketing. Recebi lambidas no nariz de seu chefe, recebia xingo de outros chefes e tinha funcionários que só sabiam brincar, Micael era bom demais à todos eles, o fato de montar em cima acabava com seu propósito de ganhar comodidade em alguns pontos de Nova Iorque. Seu erro era ser bonzinho demais.
— Saco. — Bufou. Tateou o bolso da calça buscando seu telefone. Pra quem ligaria?
— Micael, espera! — Chay apareceu, tinha a gravata toda embolada por conta do vento. — Onde você vai?
— Sair desse lugar, me causa calafrios.
— Não leve à sério o que Bottin te disse. — Tinha uma mão nas costas do amigo. — Ele é só mais um velho que quer te comer.
— Não brinque à essa altura do campeonato. — Suspirou. — Vamos beber?
— Está de manhã.
— Caguei!
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.