A Garota do Suco

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— Oi, chefão. — Dinah olhou ao redor, aquela empresa era enorme. — Te trouxe um suco.

— Dinah. — Micael sorriu, não queria sorrir, mas sorriu. — O que faz aqui?

— Estava sem nada pra fazer e... Te trouxe um suco. — Entregou a sacola para Micael. — É de laranja com acerola.

— Você gosta de pôr laranja em seus sucos, não é? — Ela riu.

— Eu curto sim, fica mais gostoso.

— Dinah, eu tô no meio do trabalho. — Torceu o nariz. — Eu preciso voltar, antes que meu chefe...

— Ok, já entendi! — Rendeu as mãos. — Aparece lá no café, você tá meio sumido. — Piscou para Micael que mexeu em seu maxilar, tinha a sacola nas mãos.

Voltou à sala vendo Chay e os outros funcionários, debatiam sobre algo importante, ou pelo menos parecia.

— Alguém quer suco? — Micael ofereceu.

— A namorada do Micael trouxe suco pra ele. — O estagiário zoou.

— Ela não é minha namorada, só uma amiga. E vocês deveriam ir no café dela.

— Não era suco? — Carla ficou confusa.

— Quer saber? Vocês venceram. — Todos riram. — Relatório na minha mesa agora sobre... — Escreveu no quadro branco. — O marketing na casa das Kardashians. — Ótimo! Até eu gostaria de participar.

— Isso inclui as maquiagens da Kylie Jenner? — Uma funcionária tinha as mãos levantadas, queria que Micael a visse.

— Também. — Ele sorriu. — Vocês tem até hoje pra me entregar. Vamos! — Bateu as mãos, todos voltaram para seus computadores, escrevendo o que havia dado.

Chay encarava Micael, o tom de zoação era enorme.

— Tá saindo com ela? — Pegou um papel.

— Com quem?

— A garota do suco. Além do mais, eu quero. — Micael revirou os olhos, entregou a sacola para o amigo.

— Ela é só uma amiga. Muito bonita mas só uma amiga.

— Investe nela. — Abriu a embalagem.

— E ela é dinheiro por acaso?

— Você entendeu o que eu disse, não entendeu? — Degustou a bebida. — Que negócio horrível, essa menina tinha que ser banida por Nova Iorque.

— Ela quer fechar o negócio dela, eu até optei por Bottin comprar o terreno. Ele pode fazer várias coisas.

— Tipo, dar a benção pra ela?

— Tipo, ajudar ela em conhecer outros ramos. A gente sabe que esse não é o verdadeiro sonho dela.

— Entendo. — Na verdade não entendia. — E a sua Barriga de Aluguel?

— A Sophia? Ela ainda não me ligou. — Tinha o celular nas mãos agora. — Será que ela tá bem?

— Eu não sei. Mas deve estar, pessoas que não ligam é porque estão bem.

— Sei, foi assim que a sua avó morreu.

— ELA MORREU DIGITANDO! — Se alterou. — E não me lembre disso, foi muito cruel pra minha família.

— Claro que foi, sua mãe estava em um forró quando descobriu.

— Foi lá que ela encontrou o namorado. — Bela desculpa. — Mas enfim, não estamos aqui para falar da minha avó. Estamos aqui pra falar da menina do suco.

— Não tem nada da menina do suco. — Micael bufou. — Vá fazer o seu relatório.

— É sério isso? Parece trabalho de segundo colegial. Todos nós sabemos que as Kardashians compram o marketing.

— Exatamente! Por isso temos que estudar esse marketing, não é mesmo?

— Eu não preciso, não sou um Kardashian. — Deu de ombros, dobrou o papel que estava em suas mãos. — Tô vazando, vou beber café na máquina do Bottin.

— Espero que ele não te ache. — Observou Chay sair da sala, tranquilamente. Havia deixado a embalagem do suco em cima da mesa.

O apartamento de Micael nunca mais foi o mesmo, com Sophia lá, de penetra. Estava vasculhando suas antigas caixas, e não ligava por isso ser falta de educação.

— Aí, caramba! — Vibrou quando avistou a caixa de um vídeo-game. Ao certo, um karaokê-game. Muito novo. — Eu não acredito, seu danado. — Mordeu os lábios. — Eu sabia que você gostava de cantar. — Leu os rótulos da caixa, ia tentar instalar aquilo na TV.

Só queria saber se daria certo, ou se as chances de queimar uma TV daquelas eram de... 100%?

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora