Um dia antes.
Micael estava atento no trabalho, conversou pouco com Josh já que estava com total atenção no computador. Conversou com Teddy e foi pegar um café na máquina, horas depois.
Tinha feito hora extra naquele dia, chegaria mais tarde em casa.
Sophia tinha chegado com Annora, de táxi. Entraram em casa, a garotinha subiu as escadas correndo, retirou sua roupa e foi tomar um banho de banheira, estava suja de sorvete.
A loira ficou lá em baixo, sentiu dores na barriga a tarde toda, não contou à Sheron pois não achou preciso, estava sentindo desde a semana passada.
Mas decidiu não contar para ninguém.
— Annora? — Sabia que a filha estava de aparelho, chamou na ponta da escada. — Eu estou subindo, aguente mais um pouco. — Teve dificuldade ao subir o degrau.
Suas costas doíam, apertou os olhos subindo devagar. Uma agulhada invadiu seu ventre, a dor era a mesma.
Conseguiu chegar no banheiro, viu Annora brincando com um patinho de borracha.
— Não coloque muita água, tudo bem? — A garotinha assentiu.
[Sinais Annora] — O que foi, mamãe?
— Nada, querida. — Deu um sorriso. Ainda sim sentia dor.
Desceu as escadas novamente, com dificuldade. Escorou-se na pia quando chegou na cozinha, apertou os olhos e agachou-se.
A dor tinha aumentado!
Sentiu algo escorrer por suas pernas, olhou para baixo, encarou o sangue escuro e desesperou-se. Tinha que chamar alguém, tinha que ser socorrida. Estava perdendo seu filho.
— ANNORA! — Gritou. — ANNORA, VENHA ATÉ AQUI. A MAMÃE PRECISA DE AJUDA. — Estava chorando, desesperada.
Annora conseguiu escutar no segundo chamado, desceu depressa com seu roupão infantil, estava sem ter o que fazer, começou a chorar também, o que deixou Sophia mais nervosa.
— Escuta a mamãe. — Teve atenção em Sophia. — Pegue o notebook. Rápido! — Não pensou duas vezes.
Annora foi até a mesinha de centro, abriu a tampa do notebook esperando mais um chamado de sua mãe.
— Clique na bolinha azul, com um S. — Estava ofegante, segurava a barriga.
A garotinha clicou no ícone azul, a lista de contatos do Skype de Sophia apareceu.
— Vá na foto do papai, clique duas vezes! — Disse.
Annora conseguiu fazer todo o trabalho, era esperta demais. Clicou na foto de Micael que não atendeu no primeiro chamado.
Ele estava anotando algo em alguns papéis, brincou com a caneta antes de deixar na mesa novamente. Franziu o cenho quando a notificação de seu Skype acendeu.
O nome de Sophia apareceu na tela do IMac, pedindo para iniciar uma chamada.
Por que não ligou?
Por que não mandou mensagens?
Era muito estranho na cabeça de Micael.
Ele atendeu! A imagem de Annora na webcam deixou Micael bem mais preocupado. Não era de fazer isso, com nenhum aparelho.
[Sinais Annora] — Papai, vem pra casa! A mamãe tá doente. Tá saindo sangue. — Explicou, por sinais, foi tão rápido que Micael quase não conseguiu entender.
Seu coração acelerou, pegou a chave do carro e saiu feito um foguete. Entrou no carro, colocou a chave no contato, trêmulo, cantou pneu até chegar em sua casa, ia na velocidade máxima.
Agradeceu por finalmente estar na frente de casa.
— SOPHIA? — Gritou, desesperado. Encontrou a mesma abaixada na cozinha, segurava sua barriga.
— Não deixa ele ir! — Negou, chorando. Suas mãos em sangue. — Está doendo demais. — Apertou os olhos.
Micael segurou a esposa no colo, correu até o carro, pediu para que Annora entrasse também, correram até o hospital, tinha que chegar logo.
— UM MÉDICO AQUI! — Berrou quando chegou no hospital, tinha Sophia nos braços, sonolenta.
— O que houve? — Um batalhão de médicos havia chegado, colocaram a mesma na maca.
— Ela... Ela tava em casa, começou a sangrar. Eu... Eu não sei o que aconteceu. — Estava pasmo. — Por favor, salva o meu filho! — Segurou nos ombros da médica. — Por favor.
— Vamos fazer de tudo pra que ela fique bem. — A médica assentiu, levaram Sophia no corredor à dentro.
Iniciaram um ultrassom rápido, fizeram exames não longos, levaram a mesma para o centro cirúrgico. Tinha perdido bastante sangue!
Injetaram a raquidiana em sua espinha, mas Sophia adormeceu, o contrário do normal. Estava mal diante da mesa de cirurgia, os médicos acharam que ela não aguentaria.
Estava fraca! Precisava de apoio.
Uma hora e meia, Liam havia nascido! Um parto complicado, de extrema delicadeza. Era pequeno, um grãozinho quando colocaram na balança.
Tinham que avisar Micael, os dois estavam bem.
No lado de fora, Micael tinha Annora nos braços, em um abraço confortante. Estava tenso, nervoso, queria saber de alguma notícia. Rodava a aliança em seu dedo, não podia perder Sophia, e muito menos Liam. Já tinham se passado uma hora, era pra alguém ter vindo.
— Micael? — Uma enfermeira lhe parou. O moreno levantou rapidamente.
— Pode dizer! — Engoliu seco.
— Os dois estão bem. — A enfermeira sorriu. — Foi um parto complicado mas Liam nasceu bem, nenhuma sequela foi vista, ele está ótimo!
Micael teve as mãos no rosto, aliviado. Suas lágrimas caíram.
— Eu sinto muito pelo senhor não ter assistido, foi muito rápido. — Ele entendeu perfeitamente. — Pode ver ele no berçário daqui a sete minutos, estão trazendo ele.
— Graças a Deus. — Sorriu. — E a minha esposa? Como ela está?
— Está bem também. Dormindo. — Explicou. — Pode ficar à vontade, qualquer notícia irei avisa-lo.
— Onde posso encontrar ela? Eu quero ficar com ela!
— Cento e nove, a direita! — A enfermeira sorriu antes de deixar Micael.
Estava muito aliviado, Liam havia nascido com saúde, Sophia estava bem. Nada de mal tinha acontecido.
Andou com Annora até o berçário, viram uma mulher trazer Liam todo enrolado, deixou no carrinho ao lado de vários bebês. Micael não aguentou, chorou feito criança! Annora estava animada ao ver o irmão, bateu palmas e sorriu, era tão... Mágico estar ali, um momento muito especial.
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Uma Mãe Para o Meu Bebê
RomanceMicael, um jovem empresário de marketing tinha um sonho muito estranho, ser pai solteiro. E para isso, teve a incrível idéia de contratar uma barriga de aluguel. Ele achou que seria fácil, só que estava totalmente errado. Baseado no filme Baby Mom.