Cartas para Você

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Aeroporto Internacional de Nova Iorque.
16h36 PM.
Sophia e Micael em puros beijos no voo.
Tudo.
Muito.
Normal.

— Olha só quem chegou! — Lidiane abraçou Sophia. — Como foram de viagem? — Encarou Micael.

— Bem, só pegamos uma nevasca leve, quase chegando. — Tinha o sobrinho no colo. — E aí, garotão? E esse nariz escorrendo? — Procurou um pano para limpar.

— Ele tá com uma gripe, desde que vocês foram viajar. — Explicou. — E você, Soph? Curtiu Veneza?

— A cidade é linda, passeamos bastante. — Andaram até o carro.

— Como tá a mamãe? — Tinha prendido o sobrinho na cadeirinha.

— Parece que todos ficaram doente! — Lidiane dirigiu. — Ela teve febre, a levei no hospital mas nada para aquela mulher.

— Comentaram sobre o maldito cigarro?

— Eles vivem falando mas nada pára ela. — A irmã deu de ombros.

Sophia estava em silêncio, mexia em seus dedos.

— Aconteceu alguma coisa, Soph? — Micael perguntou, estava no banco de trás com o sobrinho. A loira foi na frente com sua irmã.

— Eu sempre me enjoo em voos desse jeito.

— Ela enjoou no voo de ida, mas não o de volta. — Micael contou para a irmã que riu.

— Isso me lembra uma época boa, eu enjoei muito na gravidez do Noah, lembro que meu marido tinha que ficar correndo atrás de mim.

— A gravidez é uma coisa muito estranha. — Disse calma.

— Vai piorar com o tempo, acredite. Espere só quando estiver com o barrigão e tudo mais, acho que vou ter que ajudá-la. — Lidiane sorriu para Sophia, antes de estacionar na frente do condomínio onde Micael habitava.

Saíram do carro, o moreno agradeceu sua irmã e buscou as malas que estavam na parte de trás do carro. Ken logo apareceu, ajudando o mesmo.

— Micael, como foi de viagem? — Tinha duas malas consigo, Micael também.

— Bem. Como foi por aqui? Alguma novidade? — Subiram de elevador.

— Nenhuma. Tudo parado! Só a vizinha do 214, descobriu que o marido tem uma amante. Foi garrafa pra todo o lado. — Gesticulou, explicando. — Tivemos que limpar o corredor por dois dias, ou seja, elevador interditado.

— Mas e aí? Foi barraco mesmo? — Sophia estava interessada, assim como Micael.

— Um barracão daqueles, a polícia de NY não fez nada, são uns bananas que só vivem pra tomar café. — A porta se abriu, estavam na frente do apartamento de Micael.

— Obrigado por ajudar, Ken! Sophia vai conseguir levar até lá dentro, obrigado cara.

— As ordens. — Abaixou a cabeça e desceu pelo elevador.

Micael abriu a porta, quase pisou em suas correspondências.

— Ajuda? — Sophia perguntou, levou as malas para os quartos.

— Não, tá tudo bem. — Teve as correspondências nas mãos. — Quanta conta! Eu deveria parar de gastar tanto.

— Esqueça os cartões de crédito. — Sentou-se no sofá, Micael foi junto. — Não está cansado?

— Exausto. A parte ruim de viajar é isso. — Espreguiçou. — Você se diverte mas depois... Acaba se cansando.

— Quando volta a trabalhar?

— Acho que semana que vem, não posso abusar da boa vontade de Bottin.

— Semana que vem? E eu? — Se aninhou nos braços de Micael. — Vou ficar sozinha aqui? Com a Dinah, se possível.

— Meu amor, eu não posso fazer nada até termos uma total certeza de que Dinah me deixará, quer dizer, que eu vou deixar Dinah. — Pensou.

— Vamos fazer o que eu te falei. — Encarou ele. — Você ainda fica com ela e quando chegar em casa... Tem a mim.

— Então eu vou ter uma amante? — Beijou os lábios de Sophia, que riu. — Engraçado! Eu nunca tive uma amante.

— Agora você tem. E detalhe, ela é a sua Barriga de Aluguel. — Ele riu.

— Falando em Barriga de Aluguel, se ajeite para as aulas de ioga, vamos voltar a fazer.

— Jura? — Fez uma careta. — Tá bom, eu vou fazer. Mas não quero aquela professora de novo, vai que ela dá em cima de você.

— Se ela der em cima de mim, eu vou fugir dali com você. O que acha? — Sorriram cúmplices.

— Eu acho uma ótima idéia. — Os beijos fervorosos teve uma continuação.

— Vou arrumar minhas coisas, no meu quarto, agora que eu posso dormir com você.

— Vai lá, eu vou ajuntar suas correspondências e ver alguma coisa pra gente comer.

— Gororoba não vale. — Disse entre risos antes de deixar Sophia na sala, sozinha.

A loira caminhou até a mesa onde estava as correspondências de Micael, mexeu nos envelopes e seu coração gelou ao achar uma carta de Karl, com sua caligrafia e ortografia horrível. Tinha que esconder o mais rápido possível!

Uma Mãe Para o Meu Bebê Onde histórias criam vida. Descubra agora