Uma Mãe Para o Meu Bebê

Muito Errado

— PAREM!— Micael gritou, mais uma vez. — VOCÊS FICARAM MALUCAS? — As fuzilava com o olhar.

— ESSA LOUCA QUE COMEÇOU. — Dinah gritou. — Além do mais, eu nem sei o que eu tô fazendo aqui.

— Vamos fingir que nada aconteceu. — Micael interviu. — Soph, vamos embora.

— Perdeu uma bela oportunidade de ficar sem cabelo. — Grunhiu à Dinah que tinha a cara feia.

Saíram do prédio e entraram no carro de Micael, que aparentemente, estava bravo.

Muito bravo!

— Vem cá, ficou maluca? — Deu partida no carro.

— Eu? Claro que não! — Se acalmou. — Aquela Dinah merecia uns bons tapas. Eu deveria deixar ela careca.

— Amor, o que deu em você? — Apertou o volante.

— Tive raiva dela.

— Eu sei mas... — Bufou. — Podia ser fora dali? Não deu pra esperar?

— Não. — Deixou a cabeça cair para trás. — Amor, me desculpa mas eu tive que fazer isso, ou não ia sossegar.

— Tudo bem. — Deixou de lado, não daria em nada mesmo. — Vou te deixar no apartamento e ir trabalhar.

— Por que não fura? Só hoje. — Fez manha.

— De novo? Amor, eu não posso mais furar.

— Você sempre fura. — Ficou em silêncio. — Acho que vou sair da sua casa. — Soltou, por fim.

Micael não entendeu.

— Sair de casa, por que? Ficou doida? Bebeu?

— Eu não aguento mais aqueles homens fazendo barulho no apartamento. É apenas um quarto! Eles estão montando a Disney.

— Eu pedi pra que montassem a Disney.

— Você é um inferno, Micael! — Bufou. — Eu preciso descansar, os meus pés estão parecendo um pão de batata. Fora o meu corpo, eu não aguento mais isso. Eu tô com olheira!

— Já sei onde vamos ficar, se for isso.

— Em um hotel? — Sorriu. Tinha mudado de figura completamente.

— Na casa da minha mãe. Lidiane vai te ajudar com tudo.

Ok, nada bom!

— Na casa da sua mãe? Ficou maluco?

— Não, por que?

— Na casa da sua mãe? Ela vai me matar!

— Minha mãe é relevante, ainda mais quando tá bêbada.

— Ok. — Teve que aceitar. — Vamos no apartamento e depois, me leve até a casa da sua mãe. — Optou.

Micael dirigiu até o apartamento, escutou vinte minutos dos barulhos irritantes e saiu, levando Sophia até a casa de sua mãe, que ficava em um bairro muito mais interessante.

Traduzindo: de luxo.

Micael tocou a campainha.

— OIIII. — Lidiane fez um escândalo. — Soph, como vai você? — Abraçou a cunhada.

— Tô bem e você? — Tinha uma mochila nas costas.

— Ótima, melhor agora. — Encarou Micael. — E aí, maninho! Como vai?

— Bem. — Entraram na casa. — Onde tá a mamãe?

— Descendo. — Antônia descia as escadas. — O que ela tá fazendo aqui?

— Mãe, a Sophia vai ter que ficar aqui por alguns dias. Tudo bem?

— Pelo que me consta, você tem apartamento. — Cruzou os braços.

— Mas a Sophia não pode ficar lá, estão reformando, fazendo o quarto do bebê.

— E eu com isso? — Tinha um cigarro entre os dedos.

— Você por favor, poderia hospedar ela aqui... Mãe, para de fumar! — Se irritou.

Todos ficaram em silêncio.

— Eu hospedo, porém, se essa menina fizer alguma coisa de errado. Fora! — Sophia assentiu. — Você tem cara de prostituta barata, já trabalhou com isso?

— MÃE! — Lidiane interviu. — Não liga pra ela, Sophia. Minha mãe é muito brincalhona.

— Não tô vendo ninguém rindo. — Tragou o cigarro.

— Bom, eu vou trabalhar. — Micael deu um beijo em Sophia. — Eu venho te buscar quando sair, ok?

— Ok, né! — Beijou mais uma vez. — Bom trabalho!

— Obrigado! — Saiu porta a fora.

Antônia ainda tragava o seu cigarro.

— Toma um querida, eu sei que você precisa. — Entregou um cigarro pra Sophia que aceitou, Lidiane ficou pasma.

— Mãe, ela tá grávida! Sophia, você não pode! — Ia retirando dos dedos de Sophia.

— Lidiane, cala a boca! Deixa a menina se aliviar, ela tá morando com o Micael Borges, o meu filho. — Viu Sophia acender o cigarro. Era como voltar a vida antiga.

Aquilo era muito errado, mas não estava ligando. Teria um ataque de pelanca se não soltasse.

— Vamos nos dar muito bem. — Antônia assentiu. — Não vai dormir aqui?

— Só passar o dia. — Tragou a fumaça. — Tem mais com você?

— O quanto você quiser. — Sorriu.

Iriam se dar super bem.