· Perspectiva de JulietteA semana tinha sido tranquila para Juliette, tanto no trabalho quanto em seu relacionamento. Arcrebiano estava cumprindo com a palavra, tinha voltado a ser atencioso e mais presente. Não que ela estivesse reclamando, mas ainda possuía uma leve desconfiar sobre sua mudança repentina.
Era noite de sexta-feira, tinha decidido ficar em casa naquela noite recusando assim o convite do amigo e patrão, Gilberto. Preferiu fazer um programa de casal, mas que não durou muito. Seu namorado se despediu antes das nove, dando a desculpa que precisava visitar os pais aquela noite sem falta.
Não se incomodou, já tinha se acostumado com a própria companhia. Assim que seu namorado se despediu, na companhia de uma taça de vinho decidiu maratonar filmes da década de noventa.
No meio do segundo filme, ela não consegue mais se manter desperta, assim acaba adormecendo.
Por volta das duas da manhã, seu telefone toca desesperadamente.
Antes mesmo de abrir os olhos, Juliette já podia imaginar quem seria do outro lado da linha. Vez ou outra recebia chamados de socorro do seu patrão, barra amigo, com pedido de socorro. Sempre indo em seu socorro, mesmo jurando fazer o contrário.
- O que foi desta vez? – Juliette faça, ainda com a voz embargada pelo sono assim que atende a chamada.
- Preciso que você venha até a delegacia.
- Novidade. Juro que vai chegar uma hora que você vai me ligar e eu não vou te atender. Eu tenho vida também, caso tenha esquecido. O que você aprontou desta vez?
- Juro que desta vez não foi minha culpa. - Ele diz em uma vez melosa, como se quisesse converse-la que era inocente. – Não é para mim. Preciso que venha nos ajudar.
- Nos ajudar? Ai, Gil. Onde você se meteu desta vez.
- Ela só estava tentando se defender. – Argumentou. – Tenho que desligar. Por favor, venha o quanto antes ou você terá ainda mais bagunça para arrumar.
Uma voz rouca ao fundo informa que a ligação deveria ser encerrada.
Juliette levanta, com certa agilidade após sempre ter que lidar com esse tipo de situação, não demora a estar pronta e sair em direção a delegacia informada por Gilberto.
Ao chegar na delegacia, Juliette informou a recepcionista o motivo de estar ali, assim foi direcionada para uma sala no final do corredor. A porta da sala estava aberta, possuía um pequeno sofá de dois lugares encostado na parede que possuía uma janela de vidro. Em frente a mesa de madeira estava duas cadeiras simples e atrás dela uma visivelmente mais confortável, e nela estava sentado um homem que Juliette julgou ser o delegado plantonista. Gilberto estava sentando no sofá visivelmente alterado, ao lado de uma loira no mesmo estado que o seu, com uma pequena diferença, a raiva estava estampada em seu rosto. Gilberto tentava argumentar algo com o delegado quando foi interrompido pela chegada de Juliette.
- Boa noite! Sou a advogada do senhor Gilberto. – Ela ignorou a presença de Sarah e Gilberto e foi direto na direção do delegado oferecendo a mão em cumprimento.
- Boa noite. – O delegado carrancudo apertou a mão de Juliette com mal gosto. Era visível sua irritação por ter sua noite de sexta-feira interrompida por um surto de um riquinho qualquer.
- Gostaria de um minuto com o meu cliente. Claro, se não for pedir muito. – Disse ela, indo direto ao pronto.
Juliette precisava entender o contexto antes de começar a agir. Assim que o seu pedido foi concebido ela partiu para cima de Gilberto.
- Quer me explicar em que loucura você resolver se meter esta noite? – Disse Juliette parando em frente a Gilberto colocando a mão na cintura, como se estivesse repreendendo uma criança pega traquinando.
- Quer me dizer onde ficou sua educação? – Interrompeu Sarah. – Aposto que no berço, ou pior, deve ter nascido sem.
Juliette girou um pouco o corpo, se colocando agora de frente para Sarah. A fúria instalada em seus olhos a fuzilava.
- Na verdade ficou na minha cama, quando fui acordada em plena a madrugada para resolver um problema que não é meu. – Juliette disse num tom manso, o que não fazia jus aos seus sentimentos naquele momento.
- Um problema que até onde pude perceber, você é paga para resolver. Ou escutei errado quando você se apresentou para o delegado como advogada? – Sarah a provocou.
Juliette nunca tinha sentido ódio por uma pessoa em tão pouco tempo de interação. Juliette a julgou pela simples troca de palavras que ela era uma pessoa esnobe e prepotente, duas características que Juliette abominava em uma pessoa. Ela resolveu a ignorar, não queria perder a cabeça, não com aquela mulher. Juliette pensou que isso não iria valer a pena.
Se voltando novamente para Gilberto, ela perguntou.
- Agora que já foram trocadas as gentilezas, preciso que me diga o que aconteceu para que assim eu consiga resolver o problema, o qual eu não estou sendo paga e que não faz parte do meu contrato, para resolver. Assim poder irmos para os nossos caminhos o quanto antes e, dependendo da pessoa, nunca mais nos encontrar.
Gilberto começou a relatar o ocorrido.
- Estávamos na boate quando a minha amiga sofreu um assédio no meio da pista de dança. Depois que ela reagiu, a confusão ficou meio generalizada. Um amigo do cara partiu pra cima dela e foi aí que eu entrei pelo meio para defendê-la. Quando vimos já estavam todos da pista meio que envolvidos. Mas não foi por isso que viemos parar aqui, decidimos ir para outro lugar para não quebrar o clima da noite. Quando sairmos do Purgatório, avistamos os caras também entrando no carro. Não me pergunte como, mas a Sarah resolveu dá uma de V de vingança, foi ate o porta-malas do meu carro e pegou a chave de roda e partiu para cima dos caras. Só sei que os seguranças interferiram quando o estrago já estava feito. E não sei dá onde a polícia apareceu e acabamos vindo parar aqui.
- Aquele babaca mereceu. Ainda foi pouco o que ele e a corja recebeu. – Disse Sarah num tom inexpressiva. Sem demonstrar qualquer emoção.
- Violência nunca foi e nem vai ser a solução. A partir do momento que você resolveu partir para a agressão, saiu da sua razão. Não estou dizendo que você deveria cruzar os braços, mas partir para cima não ajudou em nada. Você o tirou da posição de culpado e o colocou em uma situação de vítima. Não sei como é em seu mundo, mas as coisas não se resolvem assim, princesa. – Juliette disse a última palavra em tom de sarcasmo.
Sarah se levantou no mesmo momento, mas quando iria rebater o insulto o delegado voltou.
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E lá vamos nós de novo! E aqui se iniciar mais um mundo louco de fantasias. Desta vez venho trazer vida ao mundinho Sariette, espero que seja uma aventura prazerosa escreva-la, assim como seja para vocês acompanhar cada passos dessas piticas.
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Amor e Ódio
FanfictionAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...