Sarah queria poder completar aquela frase, lhe dizendo que a vida que ela queria ter era ao seu lado, mas preferiu não continuar.
- Não quero mais me ver refém desta situação. – Continuou. – Amanhã começarei a dar os primeiros passos.
- Sim! E eu estarei ao seu lado. O investigador é da confiança do meu contato, podemos amanhã mesmo procurá-lo e solicitar os seus serviços. – Fazendo uma pausa ao parecer se recordar de algo Juliette a encarou com certa ressalva no olhar. – Você pensa em voltar para os Estados Unidos? Já que está disposta a encontrar a fonte, imagino que queria estar o mais perto possível, com isso retornar o quanto antes para Los Angeles já que supostamente está vindo as encomendas.
Sarah sentiu o seu olhar ficar triste.
Só em pensar em ficar longe dela seu coração já apertava, vê-la com aquele olhar triste terminava de destruí-la.
A puxando para o seu colo, a fazendo apoiar a cabeça em seu peito disse:
- A única coisa que me faria ficar longe de você é se a sua vida dependesse disto. Não irei a lugar algum se não for com você ao meu lado. – Sarah sentiu Juliette soltar o ar aliviada. – Como disse, irei fazer de tudo para resolver isso, mas não irei para Los Angeles, ainda não. Queria poder contar tudo o que estar acontecendo para a minha mãe, pois com os contatos dela seria bem mais fácil chegar a um resultado satisfatório. Mas isso implicaria em contar para ela o que está acontecendo. E a conhecendo, como eu a conheço, seria só mais uma preocupação para lidar. Ela iria ajudar, mas teria uma condição pro trás dessa ajuda. Fora que não quero a envolvida neste assunto, ainda me culpo pelo que ela teve que passar para me tirar do poço. E se dependesse de mim, você também não teria te levado. Mas esconder de você quase custou o que temos. Não quero correr o risco de perder isso. De te perder.
Juliette cruzou os braços no peito de Sarah, a encarando.
- Que bom que entendeu que não pode guardar nada de mim. Eu estou e sempre estarei aqui para o que for. – Fazendo uma pequena pausa, ela continuou. – Falando nisso, eu acho que sei quem é o tal namorado misterioso do Gil. E pra ser sincera, estou mais do que apreensiva com essa desconfiança. Tentei confrontar o Gilberto quando voltávamos para a sede, mas ele se esquivou. O que fez com que minhas suspeitas ficassem ainda mais gritantes.
- Então você disse a ele o que pensava do cara?
- Não necessariamente, é complicado. – Sussurrou ela.
- Como assim complicado?
- É um dos possíveis sócios dele. – Juliette deu um suspiro sonoro. – Lembra-se do Rodolfo?
- Como esquecer? – Sarah recordou-se da manhã que o encontra-la a porta de Juliette vestido apenas com uma calça e aparentando ter uma enorme intimidade com o ambiente. – Não conseguindo fisgar as garras em você, ele resolveu partir para o Gilberto. – Sarah disse de forma desdenhosa.
- Não é nada disso. Você entendeu errado, me deixe explicar. – Disse de modo exasperado. – Ele e um outro cara chamado Felipe estão querendo fechar um grande negócio com o Gilberto. É esse tal Felipe que acredito ser o tal boy misterioso.
- Mas algo estar te incomodando nisso. – Sarah se adiantou.
- Não somente isso, a reunião na hora do almoço foi com eles. Eu já estava incomodada com as lacunas de que esse contrato possuía e não conseguia entender a relutância do Gilberto em não querer inicialmente dar importância a minha sinalização. Foi quando observei a intimidade nada convencional que ele e o Felipe aparentavam possuir. Foi então que fiz a ligação, só poderia ser ele. Tem algo de muito errado nisso tudo. – Juliette levantou-se, sentando de pernas cruzadas na cama. Sarah sentiu um em enorme desejo de protestar e puxá-la de volta para os seus braços, mas sentiu que aquele assunto estava a deixando perturbada. Gilberto não era só o seu chefe, era também amigo. – Na verdade, todo o almoço foi esquisito. Eu não confio naqueles caras e tentei dizer para o Gilberto. Tudo naquele almoço me pareceu esquisito, até mesmo a aparição da Vitória.
Sarah também se levantou, sentando-se de frente para ela.
Sarah lembrava dessa amiga.
Juliette lhe contou tudo o que aconteceu quando foi confortá-la sobre o seu afastamento. Suas acusações e tratamento ríspido disparados contra ela.
Sarah a ouvia atentamente.
- Eu disse que a conversa não tinha terminado, e não terminou. Eu preciso ter essa conversa com o Gilberto. Eles fizeram tanta pressão pela assinatura, mas ao enviar o contrato revisado, recebemos silêncio em resposta. Por mais que ainda seja inicio de semana, para alguém que queria o começo imediato essa falta de retorno só mostra que tem algo errado. Mas sinto um certo alivio, pelo menos conseguir com que ele não caísse de cabeça nessa loucura. Por mais que o negócio prometa uma fortuna de retorno, as lacunas fazem desse negócio algo muito arriscado. Capaz de o prejudicar com a tamanha intensidade.
- Você quer que eu converse com ele?
- Não! – Juliette disse quase em um grito. – Só lhe contei para que saiba, afinal ele é seu amigo. E precisava lhe contar o que está acontecendo, ou o que eu acredito que esteja. Ainda mais depois desse jantar, onde pude presenciar esse envolvimento ser superestimado. O disse que iria conversar, e assim farei. Afinal é um assunto delicado demais, pois envolve tanto o pessoal quanto o profissional.
- Entendo que eu não deva me envolver no profissional, mas o pessoal tenho total autonomia para assim fazer. Mas vou respeitar a sua decisão, porém quero que saiba que eu estou aqui. Assim como você, eu também estou aqui para lhe ajudar no que for preciso.
Sarah a puxou para perto, beijando sua testa e ela a envolveu com os seus braços em um abraço.
- Você precisa dormir. – Disse Sarah.
Juliette esfregou sua cara de sono no pescoço dela, queimando-a com seu toque.
- Eu preciso é de mais do que você é capaz de fazer comigo.
- Amanhã.
- Não ouviu falar no ditado: "Não deixe para amanhã o que pode fazer agora"
- Para alguém que me acusou de ser safada mais cedo, você é cheia de malícia, minha menina.
- Só quero você.
- Também só quero você. – Sarah beijou a boca dela, em um movimento a deitando de costas para a cama.
- Obrigada.
- Agradecimentos certamente são mútuos aqui. - Uma risada profunda reverberou de Sarah.
- Não estou agradecendo por me enlouquecer de prazer. Simples palavras de gratidão não fazem justiça ao que me dá.
Sarah a encarou.
- Então, pelo que está me agradecendo?
- Devia perguntar pelo que não agradeço. – Quando Sarah demonstrou que não compreendia, Juliette lhe mordiscou o queixo e se deliciou com o modo daquele simples gesto acendia um fogo interno em ambas. - Precisa trabalhar a capacidade de aceitar a gratidão e receber o que merece.
- O que quer que pense que fiz que mereça agradecimento...
Juliette lhe fechou a boca com a dela.
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E por hoje é tudo pessoal!
Até beve 😋😘
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Amor e Ódio
FanficAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...