· Perspectiva de Juliette
Juliette estava se preparando para ir para encarar mais um dia de trabalho, a conversa com Gilberto na noite anterior tinha colocado algumas coisas em perspectivas. Ela tinha se comprometido em ajudar o amigo, e patrão, a descobrir quais eram os planos por trás das ações de Rodolfo e Felipe.
Gilberto iria encontrar alguns acionistas no primeiro momento daquele dia, já era ficou responsável por entrar em contato com alguns colegas de profissões de outras empresas, e talvez de alguma P.As, em busca de informações referente ao negócio oferecido por eles. Se tivesse alguma ponta solta, ela seria capaz de encontrar.
Enquanto terminava de se vestir, pensou sobre o encontro com a mãe de Sarah, e principalmente sobre a conversa que elas tiveram. Estava mais do que claro que ela estava disposta a interferir em seu relacionamento, ponderou sobre contar ou não para Sarah a respeito e concluiu que dizer-lhe a verdade era sempre o melhor caminho.
Juliette tinha sentido na pele o que era ter alguém que confiava mentindo para ela, e a última coisa que queria fazer com Sarah era isso. Mentir. Assim que acordou e verificou as mensagens do celular, antes de começar sua higiene matinal, viu a mensagem que Sarah a havia mandado na noite anterior, e se sentiu mal por ter mentido para ela. Juliette escreveu uma mensagem curta, dizendo que estava bem e que no final da noite queria encontra-la para conversar.
Mas quando estava terminando de se aprontar para o trabalho foi surpreendida por ela.
Sarah tinha se antecipado e estava em sua porta. Juliette pensou sobre seu compromisso e dizer para ela que tinha sido uma hora ruim, mas ao vê-la nada mais importava. Se deu conta de como sentia sua falta.
Sarah estava vestida com uma calça jeans, blusa preta com a estampa de uma banda de rock, cabelo preso em um coque bagunçado e estava muito sexy.
Ela estava com uma sacola em sua mão e cafés em outra, com um olhar genuinamente perfeito e repleto de promessas. Seu corpo paralisou, lutando entre ceder a sua vontade e se manter controlada. Assim que ela lhe lembrou que ainda não tinha a convidado para entrar, Juliette caiu em si e a seguiu para a cozinha.
Após decidirem onde iriam tomar o café da manhã, Juliette se deu conta que a conversa teria que ser antecipada, mesmo que roubasse um tempo da sua manhã e a fizesse chegar ao trabalho mais tarde do que pretendia.
- Vejo que está melhor dos germes. – Sarah falou, demonstrando estar feliz com a constatação, o que fez Juliette sentir outra pontada de culpa.
- Então, sobre isso... – Ao dizer, ela não conseguiu disfarçar a tristeza que sentiu ao lembrar que mentiu para Sarah, que a tinha deixado preocupada sem motivo.
Sarah levantou-se, aproximando ainda mais de Juliette, segurando uma de suas mãos e levando a outra até a lateral do seu rosto. Aquele toque queimou o seu rosto, mas de uma maneira agradável. Juliette sentiu como se aquele simples toque fosse capaz de derreté-la e resumi-la a uma simples poça.
- O que há de errado? – Perguntou, a preocupação estampada em seus olhos e face.
- Para falar a verdade, nada...- Juliette deu um longo suspiro, antes de prosseguir. – Quer dizer, nada com a minha saúde. Eu estou bem, na verdade não estive doente, não nos últimos anos. Ontem eu disse que estava para tentar evitar o nosso encontro.
Juliette sentiu que suas palavras tinham atingido Sarah, que deixou sua mão cair, afastando lentamente do seu rosto. Ela levantou a cabeça para encará-la, encontrou seu rosto franzido. Talvez tentando entender as palavras que tinha acabo de escutar.
- Você não queria me ver? – Sarah perguntou um tempo depois, sua mão ainda segurando a de Juliette, mas a que tocava o seu rosto caída. Sua voz soou insegura.
- Não, não é como você está pensando. Eu só não queria que você me visse no estado que estava ontem, aconteceu varias coisas, as quais eu precisava de um tempo a sós para processa-las. Eu não deveria ter mentido para você, e acredite quando eu digo que sinto muito e que isso não irá acontecer novamente. Mesmo sendo uma mentira pequena, o que eu fiz foi errado. Eu não quero tecer o nosso relacionamento seguindo este caminho. Eu não fiz por mal, eu realmente precisava de um tempo e não sabia como explicar isso para você.
O quer que fosse que Sarah estivesse sentindo se suavizou, Juliette pôde perceber através dos seus olhos.
- Eu só vi sua mensagem hoje. – Lamentou. – Eu não sabia que você iria aparecer, mandei uma resposta dizendo que desejava conversar com você. – Juliette sorriu, mas seu sorriso não demonstrava alegria.
- Eu não chequei. – Sarah respondeu. – Eu simplesmente peguei o caminho do sue apartamento parando somente para comprar algo para nós. Eu precisava te ver, checar como você estava.
- E eu agradeço por isto, o que me faz pensar que talvez sua mãe tenha certa razão. – Juliette abaixou a cabeça fixando o olhar nas mãos entrelaçadas em seu colo.
- Como assim minha mãe tem razão?
Juliette permaneceu com a cabeça baixa, ela teve medo de olhar para Sarah e desmoronar.
- O que você está querendo dizer? – Juliette permaneceu em silêncio.
Sentiu quando dois dedos tocaram o seu queixo, a incentivando levantar o rosto.
- Olhe para mim, por favor. – Sarah pediu com a voz suave.
Com os olhos queimando por contas das lágrimas que ameaçavam cair, Juliette fez o que ela pediu. Levantou a cabeça e a encarou.
- Me diz. – Pediu gentilmente.
Juliette deu um longo suspiro novamente e começou a contar para Sarah o que havia acontecido no dia anterior. Lhe contou sobre a visita da sua mão ao seu escritório e sobre as coisas que elas tinham falado uma para a outra e de como tudo aquilo tinha a deixado triste, pois não imaginava que ela seria oposta ao relacionamento que mantinha com sua filha.
- Como ela pôde fazer isto com você? Comigo? Conosco? – Disse Sarah num tom apertado, as perguntas eram mais para si própria do que para Juliette. – Nada dar o direito de falar essas coisas para você, o que ela estava pensando?
- Pensando que talvez eu não seja boa o suficiente para você. Pensando que no fim disso tudo eu irei machucá-la. – Juliette lamentou-se.
- Ela pode pensar o que bem entender, contanto que não volte a falar essas merdas para você. – Bradou. – Você não acredita nessas merdas, não é? Por favor me diga que não pensa como ela, que não acredita nessa tolice.
- Eu... – Juliette sentiu o nó em sua garganta ficar ainda maior, as lágrimas que antes só ameaçavam começaram a cair em cascatas.
- Sinto muito. - Segurou-lhe o queixo e afastou o cabelo de seu rosto. – Sinto muito por ter ouvidos palavras tão duras vindo dela, sinto muito por achar que ela tem razão. Eu não acredito em nada disso, você foi a melhor coisa que me aconteceu. Não sei o que o nosso futuro reserva, mas saiba que farei de tudo para ser o melhor possível. Acredite em mim quando digo que você não me fará mal, ao contrário. E eu espero retribuir fazendo o mesmo por você, fazendo você se sentir feliz tanto quanto eu sinto ao seu lado. Que você se sinta amada, assim como eu. Eu te amo, Juliette.
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Amor e Ódio
FanfictionAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...