Desejo de uma família

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• Perspectiva de Juliette

Juliette repassava todos os acontecimentos daquela noite. Ainda estava querendo entender os motivos que levava uma pessoa ser tão arrogante quanto aquela mulher. Agora no abrigo da sua cama, sua mente não a deixou ter o descanso que tanto desejava. Seus pensamentos iam e voltavam na arrogância que sentiu nas palavras daquela mulher. Tinha saído do abrigo da sua casa para ajudá-la a se livrar de passar uma noite atrás das grades, e nem ao menos se deu ao trabalho de agradecer ao sair de forma ainda mais arrogante do carro.

Viu quando o dia ganhou vida, agradeceu por ainda ser domingo e ter o dia livre para descansar.

As oito e meia desistiu e saiu da cama, depois de um longo banho foi para o seu escritório. Tentou organizar alguns documentos que deveriam ser autenticados na segunda, mas sua mente ainda não queria colaborar, sempre voltando para a noite anterior.

Nenhuma pessoa tinha conseguido a irritar tanto quanto aquela mulher. Juliette pedia aos céus para nunca ter que lidar com ela novamente.

Por volta das dez e meia, sua campainha toca.

Ela tinha esquecido completamente que seu namorado estaria vindo buscar-lá para passar o dia com seus sogros. O descanso teria que ficar para uma outra hora.

Foi até a porta, o recebendo e pedindo um momento para que pudesse se arrumar.

- Bom dia, amor! Esqueci completamente do nosso compromisso. – Disse num tom de lamento. Mas juro que não demoro a me vestir. Estarei pronta em alguns instantes.

Ele passou direto por ela, indo senta-se em um dos sofás da sala de estar.

- Você já deveria estar pronta.Precisamos estar na casa dos meus pais em meia hora. Você sabe como são meus pais.- disse ele com um dos braços apoiado no encosto do sofá.

Juliette correu para o seu quarto, em pouco tempo retornou pronta.

A casa dos pais de Arcrebiano ficava a trinta minutos da cidade, era uma linda propriedade, com uma casa principal e outra para os visitantes. Os seus pais eram um casal encantador, apesar de serem rígidos no quesito pontualidade. A mãe de Arcrebiano sempre que podia, tocava no assunto casamento, ela deixava bastante claro que seu desejo era que seu filho se casa-se com Juliette.

Assim que se cumprimentaram e se desculparam pelo atraso, Juliette foi levada para um dos cômodos pela sua sogra. Enquanto seu namorado ficou na companhia do pai.

- Preciso que veja o que eu estou preparando para o seu noivado. – Disse a mulher pegando uma caixa branca.

Juliette a observa sentada em uma das poltronas.

A mulher caminhou até ela, colocou a caixa no colo de Juliette, depois sentando-se na poltrona ao seu lado, disse:

- Estive com bastante tempo livre ultimamente, então resolve pensar sobre o noivado de vocês. Fiz alguns recortes de vestidos, e juntei alguns catálogos para você escolher um que mais se adequasse ao seu gosto, mas claro que irei ver se será a escolha o certa.

Juliette abriu a caixa, se espantou com a quantidade de coisas que tinham dentro dela. Mulheres vestidas com diferentes modelos de vestido para casamento, fotos de buffer. Lugares para o evento.

- Adorei, vou olhar com mais calma quando assim que chegar em casa, quando escolher aviso a senhora. – Disse Juliette num sorriso forçado.

A empolgação era visível no rosto da mulher ao seu lado.

- Não vejo a olha de vocês me presentearem com um netinho. – Disse pegando na mão de Juliette. – Quem sabe assim meu filho toma juízo e finalmente vai trabalhar ao lado do pai, como o pai tanto deseja.

Juliette é supreendida pela informação que sua sogra acabou de fornecer-la. Seu namorado tinha usado a desculpa de que seu distanciamento era por conta do trabalho.

- Pensei que ele já estivesse envolvido com a empresa. – Juliette falou de forma despretenciosa, como se não estivesse a intenção de colher mais informações do namorado através de sua sogra.

- O pai dele até tenta convencer-lo, mas ele diz que não quer se envolver. Que não é para ele este meio, mas quando tentamos incentiva-lo a seguir algum outro caminho profissional ele sempre desconversa. – A mulher se lamenta. – Não quero ficar lhe sobrecarregando com as preocupações de uma pobre mãe.

Juliette se recordou da última conversa que teve com seu namorado, e da desculpa que ele usou para justificar seu distanciamento. Agora ela tinha certeza da sua mentira, que antes passava de uma desconfiança.

Ela decidiu mante-se em silêncio em relação a mentira. Fazer uma cena na frente dos pais do Arcrebiano era a última coisa que ela desejava.

O dia foi tranquilo, o almoço foi regrado a insinuações sobre quando Juliette e Arcrebiano iriam firmar o compromisso com um noivado. Já era fim de tarde, estavam se preparam para voltar para cidade, quando Arcrebiano recebeu uma ligação. Juliette o observava, ele evitada atender, enquanto a outra pessoa insistia. Após a despedida, pegaram o carro de volta para a cidade.

Juliette o observava, enquanto seu namorado ficava tenso ao seu lado a cada ligação que recebia.

- Não quer que eu atenda e veja se não é alguma urgência? – Perguntou Juliette.

Ainda olhando para a estrada a sua frente, Arcrebiano responder.

- Não, meu amor. Não deve ser nada importante.

- pela insistência, a pessoa deve estar desesperada para falar com você. Esse telefone não parou de tocar desde a nossa saída da casa dos seus pais. – Disse Juliette.

- Não se preocupe, deve ser algum dos meus amigos idiotas querendo que eu vá os encontrar. Você sabe como eles são. – Ele tirou os olhos da estrada, a olhando rapidamente e lhe oferecendo um sorriso amarelo.

O restante do trajeto foi em total silêncio. Juliette passou a observar a paisagem através do vidro do carro. Seja lá quem desejava falar com ele, desistiu. As ligações sessaram. Primeiro a mentira sobre o trabalho, agora ligações o qual não quis atender em sua companhia. Juliette sabia que tinha algo errado acontecendo. E ela iria fazer de tudo para descobrir.

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora