Figura familiar

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O closet de Juliette era de uma variedade imensa e suas roupas eram maravilhosas. Havia de tudo, para todos os gostos, de vários tamanhos. Vitória logo começou fazer uma "festa".

A hora de escolher a roupa acabou virando uma bagunça, mais divertida para Vitória do que para Juliette. Seu pensamento ainda a levava para o assunto Sarah.

Vitória mudava várias vezes de roupa, até que escolheram a definitiva. Elas estavam um arraso. Depois de tanta bagunça, Vitória conseguiu animar Juliette. Que no final das contas estava mais empolgada do que a amiga.

Juliette escolheu um vestido vermelho de seda curto, de alcinha e que valorizava as curvas do seu corpo. Vitória estava com um vestido preto, também curto, mas era um pouco rodado e também de alcinha.

Então, antes de sair de casa, Juliette pediu a amiga que lhe desse alguns minutos. Ela tentou novamente entrar em contato com Sarah, não tento resposta novamente.

As duas saíram animadas para a comemoração do novo emprego de Vitória. Juliette agradeceu pela amiga ter conseguido levantar o seu astral e não ter a deixado sucumbir a ideia de se entregar a melancolia de passar um sábado sozinha em seu apartamento tentando advinha o que tinha acontecido para Sarah mudar da agua para o vinho.

A primeira parada da noite era em uma boate, Gato Preto, Vitória tinha escolhido local para a sua grande noite. Era uma boate super bem decorada e cara. Quando chegaram tinha uma enorme fila esperando para entrar. Vitória foi direto falar com um dos seguranças. Mostrando que possuía convite VIP, assim permitindo que passassem na frente. Juliette não deixou de notar o ar imperativo de Vitória, ela estava sentindo-se a rainha daquele lugar.

Quando entraram Juliette observou a beleza do local, era a sua primeira ida aquele lugar. Repleto de exuberância, superabundante, vigorosa e notória beleza. A cabine ocupada pelo DJ ficava suspensa a uns nove metros da pista de dança, quem a ocupava podia observar o aquário repleto de peixes ornamentais abaixo do seus pés, se bem que Juliette duvidou que alguém além dela estivesse prestando atenção a este fato.

A área VIP ficava no final da pista de dança, com a altura também elevada, não tanto quanto a cabine do DJ. Eram pequenas cabines particulares que permitiam que os olhos de quem chegasse naquela boate pudesse ver quem ocupava aqueles lugares de alto prestigio. A decoração era magnifica. O longe, situado logo na entrada da ala das cabines particulares. Disponibilizando aperitivos caros como caviar ou sanduiches leves, canapés saborosos e bebidas à vontade para os afortunados que ocupavam daquela parte da boate. As cabines possibilitavam que pudessem conversar tranquilamente diminuindo o ruído externo com apenas um simples toque de botão. Ao aciona-lo o usuário poderia regular o volume externo, até mesmo o silenciar.

Juliette se perguntou se não tinha sido um exagero a escolha do lugar. Vitória ainda não tinha firmado um novo emprego, e já estava cometendo extravagancias.

Assim que estavam acomodas e com uma bebida em mãos, Juliette levantou a taça para fazer um brinde em homenagem a amiga.

- Por sua conquista. A primeira de muitas.

- A primeira de muitas. – Repetiu Vitória.

Assim que beberam Juliette encarou a amiga.

- Eu estou amando este lugar, mas você não acha que fez uma escolha precipitada? Não estar um pouco cedo para esbanjar o seu novo salário? – Perguntou Juliette.

- Amiga, apenas fique feliz por mim. – Respondeu Vitória.

- E quem disse que eu não estou? Só fiquei supressa e apreensiva pela sua escolha, este lugar é tão... – Juliette virou-se e ficou de frente para a grande vidraça e observou o lado de fora daquela cabine.

- Eu sei! – Vitória deu um gritinho. – Eu fiquei tão feliz em ter aceitado esse convite. Eu nem acreditei no que estava acontecendo, primeira a promoção depois o convite para comemora-la nesse lugar magnifico. Ainda mais podendo trazer quem eu bem quisesse.

Juliette volta a encara-la.

- Como assim aceitou o convite?

- O Rodolfo, ele foi quem me ofereceu esse passe livre nesse pedaço de paraíso. Eu estaria louca se recusa-se. Pena que não conheço muita gente nesta cidade, não que eu esteja reclamando da sua companhia, mas seria muito legal ter essa cabine repleta de mulheres vestida para matar como nós. Pena que sua amiga deu pra trás, mas isso não vai nos impedir de curtir a noite.

Juliette tinha começado a se divertir, mas não havia como não pensar em Sarah, ela viu seus pensamentos preso a ela, ao Vitória mencionar sua existência. Juliette também iria amar se ela estivesse ai, compartilhando aquele momento ao seu lado.

Imaginou como seria estar com ela em um lugar tão público, como elas iriam se comportar e se iriam se comportar. Neste momento Juliette desejou ter um encontro de verdade com Sarah, sair para jantar. Conversarem. Se paquerar. Tudo o que mandava um velho clichê de casal.

Juliette tentou voltar sua atenção para a amiga.

- Como assim ele te ofereceu isso. – estendendo a mão, Juliette girou apontando para o lugar.

- Na noite da festa, conversamos bastante e ele viu como me sentir deslocada naquela festa. Depois da nossa reunião, ele disse que eu precisava mudar essa visão e nada melhor do que comemorar a nova etapa da minha vida aqui. Serviria de iniciação para minha nova vida, ou pelo menos como mais ou menos ela seria. Não sou mais uma gatinha indefesa, querida.

A última coisa que Vitória era, era indefesa. Juliette sabia muito bem disto. Ela admirava a força de vontade e o jeito destemido daquela menina em conseguir o que desejava. Por mais que possuísse uma áurea angelical, e sendo confundida muitas vezes como uma menina imatura, Vitória possuía uma inteligência e destreza que muitas vezes era subestimada por aqueles que não a conhecia.

Uns drinks mais tarde, Vitória decidiu que tinha chegado o momento de usarem a pista de dança para mostrar o que sabiam. Puxando Juliette pelo pulso, a guiou.

Na pista de dança. Movendo seu corpo como se estivesse flutuando nas nuvens, concentrada somente em si mesma e na música Juliette se entrou ao ritmo ditado pelo DJ. A batida rebelava pelo seu corpo, que respondia em movimentos.

Vitória tentava acompanhar seu ritmo, as duas de olhos fechados dançando de frente para a outra.

Aquele momento tinha se tornado só delas.

Juliette conseguiu não se lembrar da frustação em não ter respostas de Sarah, ela tinha usado aquele momento para se desligar do mundo. A bebida fazendo efeito desastroso na virtuosa mulher, que se sentia a mulher-maravilha, poderosa, dona de se.

Uma noite, que para Juliette estava perdida, acabou sendo uma noite maravilhosa ao lado de sua amiga.

Assim que estavam sem folego de tanto dançar, Juliette e Vitória voltaram para a área VIP. Enquanto andavam para lá, Juliette aproveitou para agradecer a amiga por tê-la tirado de casa, pois sem ela a espera por uma resposta vindo de Sarah seria ainda mais depressiva que se pudesse imaginar.

Quando elas estavam chegando na entrada da cabine, Juliette interrompeu o seu passo ao avistar uma figura familiar. 

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Voltei com mais 😉😊

Aproveitem!! 

E até breve😜

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora