· Perspectiva de Juliette
A manhã de estava sendo maravilhosa. Iniciar o dia fazendo amor deveria ser garantido por lei na visão de Juliette. Ainda mais se a companhia em questão fosse alguém como Sarah. Juliette estava encantada com ela, e quanto mais tempo passava ao seu lado mais o encanto crescia.
Sarah não era nada como ela tinha pensado a princípio. Embora as vezes ainda parecesse arrogante e mandona, principalmente na hora do sexo, ela estava sendo muito carinhosa e atenciosa com Juliette, que amava aquela atenção.
Sarah estava conseguindo fazer com que ela finalmente se sentisse interessante, sexy, e isso a estava deixando mais atrevida na cama. Não só tinha mudado sua visão sobre ela, mas sobre si mesma. O choque em se sentir atraída por uma mulher a esta altura de sua vida, não a preocupava, não mais. Duas noites ao lado de Sarah a fez se sentir viva, como se finalmente seu verdadeiro eu viesse à tona. Seu relacionamento de anos com Arcrebiano, mesmo tendo seus momentos de auge, não era páreos comparados ao que Sarah estava fazendo em sua vida. Ainda assim, Juliette não conseguiu deixar de sentir medo de onde tudo aquilo iria leva-la. Mas por enquanto, estava disposta a curtir a viagem.
Após o banho, Juliette preparou uma bandeja com café da manhã e a trouxe para a cama, tinham decidido passar a manhã sobre ela.
Estavam na metade do café, quando o seu telefone toca.
- E lá se foi a nossa bolha. – Brincou Sarah.
- Preciso só de um minuto para restaura-la. – Disse Juliette enquanto se levantava para pegar seu aparelho celular.
Olhando para visor franziu a testa estranhando a ligação.
- Bom dia, amiga! – Disse Vitória, quase gritando do outro lado da linha. Sua animação poderia ser sentida a quilômetros de distância.
- Bom dia! – Respondeu Juliette ainda mais intrigada.
- Não nos virmos a semana inteira, onde você estava enfurnada? Estava uma correria na empresa, e nos momentos que pude parar e ir até você, você não estava mais lá. Tenho uma excelente novidade para te contar. Posso ir até a sua casa?
Juliette ouvia a enxurrada de palavras que saia do celular, enquanto mantinha seu olhar em Sarah, que estava sentada na cama com a bandeja em sua frente levando um morango até sua boca. Juliette sentiu uma enorme vontade de largar o celular e sentir o gosto que a fruta tinha deixado naqueles lábios, mas Vitória não parava de falar. Sua empolgação ficando cada vez maior, se ainda era possível.
- Posso? – Vitória repetiu. O que fez Juliette voltar a prestar atenção no que era dito por ela.
- Desculpa, não entendi. O que você pode? – Perguntou Juliette num tom vacilante.
- Ir até sua casa. Não me escutou, Ju? – disse Vitória, adotando um ar de criança dengosa.
Juliette tinha ganhando uma simpatia por ela, conseguindo enxergar o seu potencial na empresa tinha a ajudado. Criando uma amizade externa, Juliette se sentia como se fosse sua irmã mais velha. Ela não sabia como evitar aquele encontro, a empolgação de Vitória seria esmagada pela decepção de não poder contar com a amiga, assim Juliette sentiu. O que a deixou sem saber o que fazer, pois não queria estragar o momento que estava tendo com Sarah, mas também não queria decepcionar a amiga.
- Escutei, preciso que você me dê só um minuto. Espera um pouco na linha, já volto a falar com você. – Acionando o modo silencioso na chamada, ela foi até Sarah. – Uma amiga está querendo me ver, disse que tem algo importante para falar comigo e que teria que ser pessoalmente, sinto que não vou ter como sair dessa.
Juliette ficou apreensiva, tinha medo de que Sarah pensasse que ela estava querendo apressar as coisas e entendesse errado. Juliette sabia que o elas estavam tendo não era nada formal e nem tinham falado sobre transformar aquilo em algo mais concreto, apenas que iriam aproveitar a companhia uma da outra. Estava tudo muito recente, ainda não sabia como melhor se portar nessas situações. Não poderia deixar a amiga na mão, mas também era muito cedo para apresentar Sarah a ela.
- Ela está vindo para cá? – Perguntou Sarah.
- Sim.
- Podemos remarcar o nosso plano, não tem problema. Ela precisa de você, se é importante para você, não quero atrapalhar. – Disse Sarah colocando a bandeja de lado.
Juliette ficou com medo de que Sarah achasse que estava com vergonha de apresenta-la a Vitória. A confusão de não saber o que fazer estava deixando-a cada vez mais nevosa.
- Mas eu quero continuar com o nosso plano de passar o dia juntas. – Disse Juliette num tom doce, fazendo biquinho para Sarah.
Sarah se aproximou ainda mais de Juliette, seu rosto ficando tão próximo que Juliette pode sentir o calor da respiração dela em seu rosto.
- Então podemos continuar. – Disse Sarah roçando o dedo indicador nos lábios de Juliette. – Vamos fazer o seguinte; vou em casa tomar um banho e trocar de roupa, é o tempo que você tem para atender a sua amiga com mais privacidade, voltou e a gente continuar com o plano. Tudo bem assim?
Juliette abriu um sorriso largo, Sarah manteve seu dedo indicador roçando o lábio inferior dela.
Juliette a encarou, desejando mais do que nunca ser beijada por aquela mulher em sua frente. Queria poder mandar a amiga não vim, queria experimentar novamente as delicias que era fazer sexo com Sarah. Um simples toque em seu lábio tinha deixado Juliette mais do que pronta, a excitação pulsava entre suas pernas.
Ela podia jurar que Sarah sabia sobre o efeito que estava causando nela com aquele simples toque, e aumentou mais ainda o seu sorriso para aquela mulher diabólica em sua frente. Os pelinhos do seu braço se arrepiando imediatamente. O poder que Sarah exercia sobre o seu corpo era infinitamente mais entorpecedor e embriagante do que qualquer bebida alcoólica existente no mundo.
- Está ótimo assim. – Respondeu Juliette, com a voz rouca.
Sarah se aproximou de Juliette, ela se deixou levar enquanto os lábios de Sarah trilhavam beijos até seu queixo, aproximando-se de sua boca semiaberta. Sarah se afastou um pouco para encará-la. Então, num movimento rápido, ela tomou a boca de Juliette para si, dando-lhe um beijo tão urgente que fez seus músculos se contraírem.
Deixaram-se afogar num único beijo prolongado e quente, que emitia faíscas por toda a extensão do corpo de Juliette. Sarah a puxou pela cintura, apertando-a contra seu corpo como se isso fosse possível, já que entre elas não passava nem um sopro. Quando se afastaram, ofegantes, puderam ouvir Vitória chamando por Juliette do outro lado da linha.
- JULIETTE? – Gritava Vitória.
Juliette sentiu-se como uma adolescente sendo pega em fragrante, e tentou segurar o riso. A experiência com Sarah estava indo além do maravilhoso, Juliette sentiu-se muito bem por ter se permitido a experimentar estar com ela.
- Oi, Viih. Mil desculpas, estou esperando por você. Porém não vou poder te dar tanta atenção quanto desejo. Já tinha marcado com outra pessoa, mas posso sim tirar um momentinho para você.
- Já não estar me dando agora, não é? Você me deixou por mais de três minutos na espera. – Reclamou Vitória.
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Amor e Ódio
FanfictionAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...