Amor e Ódio

And i need you in my life

· Perspectiva de Sarah

Sarah observava Juliette vestir novamente suas roupas, pensou no quanto a vida tinha lhe pregado uma peça. Antes, jurou que nunca mais iria se apaixonar novamente, que não se via capaz disso. Quando a encontrou pela primeira vez prometeu para si mesma que se manteria a distância, nem sequer iria lhe dirigir a palavra. Mas, que loucura! Tudo isso agora pareceu tão pequeno, tão frágil. Sarah sentia como se tudo nela a levasse até Juliette.

Seus pensamentos voam até ela, se fechava os olhos era o seu rosto que via. Sarah a via, a sentia a respirava.

Sarah pensou no quão engraçado lhe parecia tudo isso, todo esse esforço inútil em tentar mantê-la distante de onde ela já tinha ocupado espaço desde o momento em que pôs os olhos nela, o seu coração.

Sarah abriu um largo sorriso e foi até ela, que já terminava de vestir a sua blusa.

Capturando uma de suas mãos, enquanto levava a livre até a lateral do seu rosto disse:

- Pode parecer clichê, mas te digo com todo o coração que me apaixonar por você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Há algo de especial em você e encantador em suas atitudes mais simples, no seu modo de ser e de agir. Há uma aura pura e muito nobre em seu coração. Estou afirmando isso não apenas por estar perdidamente apaixonada por você, mas por enxergar de fato a sua essência. Há alguma coisa de nobre e bondoso em sua alma e em seu coração, e isso tudo se reflete em seu olhar, em suas palavras, enfim em todos os seus movimentos. O amor que sinto por você é puro e verdadeiro, e não poderia ser diferente, porque é gostoso e encantador. É muito fácil se encantar por uma pessoa tão pura e adorável, tão bonita como você. Você está próxima da perfeição, sei que agora pareço estar exagerando, mas é como eu te enxergo Ju. E é por isso que eu me sinto cada vez mais apaixonada por ti. Repito, é muito fácil amar você pois encanta pela simplicidade, sinceridade e gentileza. Te amo e amo cada pedacinho seu que conheço e que ainda irei conhecer.

- Uau. – Juliette corou.

- Você está bem? – Sarah perguntou franzindo as sobrancelhas.

Juliette abriu a boca para falar e a fechou em seguida.

- Eu. Eu – Sarah pensou que tinha falado demais.

- Shi. – Disse Juliette colocando o dedo indicador nos lábios de Sarah. – Não fala nada.

Juliette entrelaçou os braços no seu pescoço e ficando na pontinha dos pés. Encostou seus lábios aos de Sarah demoradamente, sugando o seu inferior.

- Você é muito sedutora, Sararah. Como pode me dizer essas coisas e pensar que elas não iriam surtir forte efeito sobre mim? – Disse ela, fazendo bico.

Sarah sentiu-se aliviada, chegou a pensar que tinha ido longe demais ao se declarar daquela maneira para ela. E que talvez a tivesse assustado.

- Eu sedutora? – Perguntou, levantando uma sobrancelha.

- Você. – Falou ainda com aquela carinha.

Sarah apenas riu, negando.

- Não sou, não. – Disse apoiando suas mãos em sua cintura. Juliette mordeu o lábio inferior, observando o rosto de Sarah. – Sedutora aqui é só você. – Juliette fez uma careta.

- Não! – Falou, negando também. – E cabe a você concordar com tudo o que eu digo. – disse abrindo um sorriso imenso.

Juliette encostou o indicador na ponta do seu nariz e foi desenhando o rosto de Sarah com ele. Ela, por sua vez, fechou os olhos, gostando do toque. Sentiu uma respiração bater na sua boca e abriu os olhos. Juliette estava a milímetros do seu rosto, encostando o nariz no seu. Sarah sorriu, roçando seus lábios e narizes.

Juliette deixou a mão escorregar até o seu pescoço, acariciando o mesmo com o polegar. Encostou os lábios aos dela e os pressionou, demoradamente. Ela entreabriu a boca, deixando que o beijo se aprofundasse. Era lento, calmo e delicado.

Sarah sentiu o aperto dos dedos dela em seu pescoço, subindo para o seu cabelo e descendo os beijos para o seu pescoço. Um arrepio passou pelo seu corpo, se acumulando na nuca. Seus lábios quentes e seu hálito batiam a cada beijo depositado pela região que Juliette trilhava.

Sarah fechou os olhos, respirando alto. Suas mãos apertaram a cintura de Juliette, fazendo-a soltar um gemido baixo. Ela sorriu perto do seu ouvido, beijando o local, logo após.

Beijou seu maxilar, seu queixo e voltou a beijar sua boca, dessa vez com mais urgência. Sarah desceu suas mãos até as suas pernas, segurando-as de forma firme. Juliette sorriu durante o beijo e a puxou pela blusa, como se pudessem ficar mais perto.

Respirando fundo, Sarah desacelerou o beijo, dando um selinho nela e encostando as suas testas. Abriu os olhos e ela a olhava, confusa.

- Se continuássemos nesse ritmo não iria deixar você sair tão cedo desse apartamento, e acredito que você precise sair. – A voz de Sarah ainda estava rouca por conta da excitação.

- Sim, preciso. – Juliette fez uma pequena pausa. – Mas neste momento estou odiando ter que fazer isso.

- Não mais do que eu.

- Queria não ter que ir trabalhar, queria muito dar continuidade a isso aqui. – Juliette lhe deu um beijo rápido, mas lascivo. – Você é maravilhosa, não só pelo que é capaz de fazer na cama. – Ela deu um pequeno sorriso. – Mas por tudo o que me faz sentir fora dela. Você me apresentou o amor verdadeiro, e é este sentimento que faz com que tudo se modifique para melhor. Mesmo sem perder o senso de realidade, sinto que o que estamos criando é diferente, é especial. É concreto. Eu te amo por tudo de bom e gostoso que você me dá. Eu te amo com todas as minhas forças, e pretendo continuar dedicando a você todos os meus melhores esforços, toda a minha afeição e carinho, tudo o que eu puder fazer para que você viva cada vez mais feliz, pois a sua felicidade é a minha também.

Sarah tinha consciência dos sentimentos da Juliette por ela, tinha consciência do que tudo aquilo significava para ela, tinha consciência que ela não era só mais uma. Mas escutar essas palavras a saindo de sua boca tornava mais concreto.

- Desta maneira vou acabar voltando atrás e não irei me importar em te manter presa aqui.

Juliette abriu um largo sorriso, o que fez Sarah sorrir junto.

Sarah queria muito fazer o que tinha acabado de ameaçar, mas sabia que não poderia. Ao surpreendê-la esta manhã, tinha a encontrado quase pronta para o trabalho. E ser um obstáculo em sua vida profissional era a última coisa que Sarah desejava ser em sua vida.

Então começou a trilhar beijos por seu pescoço e boca, depositando um selinho demorado, e mais outro, e mais outro. Ela sorriu, passando o seu nariz no dela, que correspondeu.

- Vou te deixar ir trabalhar. – Sarah avisou, beijando a sua testa. Juliette fechou os olhos, respirando fundo.

- Você é malvada. – Sussurrou num tom quase infantil.

Sarah riu, apenas.

- "And i want you in my life... and i need you in my life" – Sarah cantou baixinho em seu ouvido.