Assim que ela passou por Juliette, a mesma fechou a porta encostando-se nela e deixando o queimor que sentia na garganta da vazão as lágrimas que queimavam os seus olhos. Juliette permaneceu ali, encostada naquela porta por longos minutos, as lágrimas escorrendo como cascata em seu rosto.
Quando Juliette chegou na empresa, não imaginava o quanto aquele dia seria longo, a conversa com Maaba tinha deixado o dia tão pesado, e o que era pior foi o sentimento deixado por ela. Antes Juliette só tinha uma pequena impressão que a mãe da sua namorada não tinha aceitado o relacionamento entre elas, mas depois a conversa que tiveram ficou mais do que claro.
Ela sabia muito bem sobre tudo o que Sarah passará, sobre tudo o que ainda estava passando. Nunca seria capaz de fazer algo tão terrível com Sarah. Suas intenções eram sim boas e não iriam mudar.
Queria ter dito para Maaba que tinha sim, pulado de um relacionamento para o outro. Não por lidar com relacionamentos de forma descartáveis, como ela insinuara, mas porque tinha encontrado em sua filha alguém capaz de mexer profundamente com seus sentimentos. Alguém que se viu incapaz de se manter distante.
O que sentia por Sarah não poderia ser comparado a nada ao que já tinha experimentado nesta vida, não por ela ser mulher, mas sim pela intensidade e sentimento que jurava não existir.
Se afastou da porta enxugando as ultimas lagrimas que ainda teimavam em cair. Começou a recobrar o controle emocional. Foi até a parede de vidro, que lhe permitia ter uma visão da cidade e encarou o mundo lá fora enquanto revivia a conversa.
Não iria permitir que as palavras duras proferidas pela mãe da sua amada criassem raízes capaz de interferir no que criará com Sarah.
Lembrou-se da sua antiga sogra, e um sorriso amargo pousou em seus lábios com a lembrança. Uma tinha lhe recebido tão bem e até sonhava com o casamento, enquanto outra lhe queria o mais longe possível da filha. Pensou na ironia do destino. Não que estivesse sentindo falta de Arcrebiano, mas gostaria que a mãe de Sarah fosse um pouco mais como a dele.
As coisas realmente nunca são do jeito que imaginamos, pensou Juliette. Em um momento estava feliz por ter encontrado a melhor pessoa do mundo, em sua opinião, para se apaixonar. De repente vem o inesperado e tenta destruir as suas certezas quanto a isso. Como se os sentimentos fossem castelos de areia prontos para serem devastados pelas águas do mar.
Finalmente tinha chegado fim do dia de trabalho, e ela finalmente poderia ir para o abrigo da sua casa. Sentia que somente lá iria conseguir repor as energias sugadas pela conversa que teve com Maaba, esta noite não iria se encontrar com Sarah. O que lhe daria tempo para processar por completo tudo o que tinha acontecido entre ela e Maaba.
Juliette saiu em silêncio do escritório, perdida em seus pensamentos. Foi até o elevador e esperou até que estivesse disponível, o aguardava com impaciência. Sentiu que ele também não estava ao seu favor.
Ao entrar no elevador, se recostou no final dele e esperou que as portas se fechassem e ele segue-se com o programado, descendo o quanto antes lhe permitindo sair daquele prédio o quanto antes, e finalmente estar em sua casa.
As portas se abriram alguns andares abaixo e um alerta percorreu pelo seu corpo antes mesmo dela se dá conta do motivo. Ela sentiu arrepios percorrem todo o seu corpo e um friozinho brotar em sua barriga.
- Olá, pedrinha. – Cumprimentou Rodolfo.
Juliette não entendeu, não inicialmente o motivo de ser chamada de tal maneira por ele. Logo deduziu que ele poderia estar se referindo ao contrato, pois ela, de certa forma, tinha sido um obstáculo impedindo a assinatura de Gilberto antes da retificação.
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Amor e Ódio
FanfictionAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...