Sarah foi para a área do bar, precisava de alguma bebida mais forte do que os espumantes que estavam sendo servidos pelos garçons que circulavam pelo salão.
O silêncio se fez presente quando Gilberto tocou levemente no microfone chamando a atenção de todas as pessoas presentes. Como anfitrião da noite, era a sua obrigação fazer as honras da casa. Durante seu discurso, ele dominou muito bem a retórica e soube como comandar a ocasião com perfeição.
Sarah observava a sua volta.
O evento estava repleto de pessoas importantes e interessantes, mas ninguém se destacará mais do que Juliette. Volta e meia Sarah olhava em sua direção. Viu quando um dos rostos a qual foi apresentada se aproximou de Juliette.
O homem estava bem vestido, o terno de três peças valorizava suas formas. Seu cabelo preto brilhava, possuía uma barba impecável. Sarah não conseguiu lembra-se do nome, só que tinha sido apresentada a ele.
O modo em que ele olhava para Juliette podia notar o interesse que sentia por ela, mas Sarah julgava que ela não tinha noção disto. Juliette conversava com ele de uma maneira tão natural e alegre descontraída que não foi apenas a atenção de Sarah que ela chamava, mesmo assim ela parecia nem notar aqueles olhares de tantos homens.
Sarah notou que a loira que tinha chegado com ela, agora estava se divertindo nos braços de um rapaz. Sentiu um alívio em perceber que não existia nada entre a loira e Juliette.
Ela voltou sua atenção para a bebida, tentando ignorar o ciúmes crescente dentro de si. Absorta, não notou quando Gilberto se posicionou ao seu lado.
- Melhor você voltar a Terra. – Gilberto pegou o copo de sua mão e virou a bebida em sua garganta a tomando em um único gole.
- Ei! Essa bebida era minha.
- Era. Agora ela está em meu estômago, causando um queimor muito bem-vindo. – Gilberto se virou para o balcão, atrás dele os barmen preparavam coquetéis. - Dois Negroni.
Assim que um dos barmen entrega as bebidas, Gilberto entrega um a Sarah.
- Quem é aquele? – Perguntou Sarah ao aceitar a bebida.
Gilberto seguiu o seu olhar. Ele entendeu que ela se referia ao homem conversando com Juliette.
- Rodolfo. Um dos magnatas interessados em ter um pedaço da minha empresa em suas garras, mas pelo visto, neste momento ele estar mais interessado em cavar as garras é em uma certa recém solteira. Espero que ela se deixe capturar, eu iria adorar cair nas garras dele.
Sarah não esperava que essa fosse a resposta de Gilberto, por mais que notasse o interesse do homem, ficou totalmente sem jeito, tentando disfarçar que estava com ciúmes.
- Acho que ela também deseja tê-lo em sua cama. – Disse Sarah de forma acida. – Deveria se comportar com um pouco mais de decência ao invés de dar abertura para qualquer cara que apareça.
Gilberto girou o corpo para encarar a amiga.
- Sarah, existe algum mal entendido entre vocês que eu ainda não saiba, ou essa sua acidez em relação a Juliette veio de forma deliberada? Primeiro tive a impressão que você a odiou, agora não tenho certeza do que estar rolando. Vocês mal se conhecem, mas sinto que tem algo.
Sarah revirou os olhos.
- Não a odeio, mas também não tenho motivos para a colocar em um pedestal, como você faz, e pelo visto todos em volta dela. A superestimando. – Disse ela de forma inexpressiva, escondendo seu real sentimento. Sarah deu um longo gole em sua bebida enquanto ainda olhava em direção ao casal.
Juliette olhou em sua direção, pareceu sentir o peso do olhar de Sarah. Ela sorria. Seus olhos se encontraram de uma forma, que Sarah sentiu-se constrangida e sem graça, era como se Juliette tivesse tocado sua alma.
Rodolfo puxou Juliette para a pista de dança, cortando o transi das duas. Juliette estava perfeitamente linda, qualquer homem se sentiria lisonjeado por dançar com ela, pois parecia a estrela da festa.
Sarah sentiu um pouco de ciúmes ao vê-la saindo de braços dados com ele, mas procurou não dar atenção. Como poderia sentir ciúmes de alguém que mal conhecia?
O que Sarah realmente queria naquele momento, era voltar para o abrigo do apartamento. IR para bem longe de tudo aqui. Lembrou-se que estava ali por causa do seu amigo, devia a ele a sua permanência. Gilberto a tinha presenteado com um lindo par de sapatos e um belo vestido, era o mínimo que ela poderia fazer.
Alguns drinks depois, Sarah saiu para tomar um ar fresco, a noite estava fria, as folhas do jardim estavam secas e úmidas, ela encostou-se ao muro para ver melhor a lua, estava brilhante e era noite de lua cheia.
Ainda encostada no muro, ela observou a alegria no rosto das pessoas que ainda ocupavam o salão, o quanto bebiam alegres, mas ela não conseguiu identificar a localização de Juliette. Imaginou que ela e seu suposto candidato tinha decidido enfim consumar o flerte e irem logo para uma cama. Aquele pensamento a deixou com raiva de si, por estar com ciúmes de uma desconhecida, ela também decidiu que não deveria ficar mais ali. Quando ela se virou para ir embora, Juliette apareceu em sua frente, foi tão rápido que quase se beijaram. Para evitar o contado, Sarah a segurou pelos braços.
A surpresa e euforia de tê-la tão perto, tinha a deixado desnorteada, assim por um longo instante Sarah esqueceu-se de onde estava e principalmente de se afastar de Juliette. Saber que ela não tinha partido para a cama daquele homem a proporcionou um certo alívio.
- Ops... Desculpa... – Disse Juliette.
- Tudo bem. – Disse Sarah a soltando, mas se manteve no mesmo lugar. A centímetros de Juliette. Tão perto que era capaz de sentir a sua respiração, e o cheiro adocicado que vinha dela.
- Eu não vi que estava aqui. Quer dizer, que tinha alguém aqui. Me desculpa. Eu vim pegar um ar, e pelo visto você teve a mesma ideia.
- Sim. – Sarah não conseguiu formular uma frase e se ateve na resposta básica.
- Se eu estiver atrapalhado, posso voltar lá para dentro. – Disse Juliette.
- Não, por favor, pode ficar.
Sarah observou os olhos de Juliette inspecionarem o seu corpo enquanto seu rosto corava. Para Sarah, os olhos de Juliette eram fascinantes, brilhando com as estrelas acima das suas cabeças.
Sarah sentiu um forte impulso, não sabia se estava sendo movida pela grande quantidade de álcool que ingeriu ou por estar se sentindo entorpecida pela presença de Juliette, tão perto, a um suspiro de distância. Sarah pressionou seus lábios nos dela e a eletricidade disparou com mais intensidade pelo seu corpo. A maneira como as mãos de Juliette deslizaram pelos braços de Sarah, apalpando-os antes dela os agarrar e puxando Sarah para mais perto. Sarah sentiu como se o corpo de Juliette precisasse do dela para sobreviver. Sarah segurou o seu rosto enquanto seus lábios inchavam sob o contato. Sarah deslizou sua mão embalar o pescoço de Juliette, o corpo de Sarah se aproximou ainda mais enquanto Juliette aquecia sob o toque de Sarah.
Ambas estavam ofegando quando Juliette interrompeu o beijo, dando um passo para trás.
Juliette lhe deu um tapa forte no rosto, Sarah ficou pasma. Sarah se surpreendeu levando a mão direita ao local do tapa.
- Idiota! Quem você pensa que é para me beijar? Jamais repita isso. – Disse Juliette com a voz rouca, dando as costas a Sarah logo em seguida.
Juliette saiu dali em passos acelerados, deixando o local furiosa. Sarah ficou a olhando, sem entender direito o que tinha acabado de acontecer.
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Por hoje é só.
Até breve, pessoas ;*
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Amor e Ódio
FanfictionAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...