Surpreendentemente delicada

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·         Perspectiva de Juliette

Ouvi Sarah falar como tinha sido seu relacionamento anterior e o quanto aquilo tinha marcado a sua vida de forma negativa, causou uma forte comoção a Juliette. A culpa que Sarah sentia pela morte da Joey a fez chegar ao fundo do poço, deixando feridas abertas em seu coração.

Enquanto a ouvia, Juliette compreendeu o que Sarah quis dizer quando falou que tinham ciosas a serem superadas, e que possuía uma escuridão dentro de si.

Ali, escutando Sarah abrir o seu coração, Juliette teve certeza de o seu próprio tinha feito a escolha certa para se apaixonar.

- Ontem recebi uma caixa que continhas lembranças nossas, mas também coisas que provavam que ela havia me traído. Eu fiquei sem chão e me deixei levar pelas emoções e acabei bebendo e não vindo para cá, como tinha combinado. Mas quando acordei, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi você. Eu sinto muito por ter te magoa, não ter explicado antes a minha situação. Quando cheguei aqui, e fui recebida por ele... – Sarah deu um longo suspiro. – Eu posso parecer forte, mas não sou. Eu sei que fui muito imediatista contigo, mas só fiz o que o meu coração pediu, mesmo eu não sabendo de início. Eu nunca cheguei em alguém, como cheguei em você. Não pense que sou assim. Sei que vai parecer frase pronta, mas você me faz agir diferente do costume. Você desperta em mim uma necessidade que não consigo controlar.

Juliette sentiu seu coração ser preenchido por uma felicidade, ela entendia muito bem o que Sarah estava dizendo, pois o mesmo estava acontecendo com ela.

- Eu te entendo, também não sou assim. Ou ao menos não era, mas isso não é ruim. Nunca sentir por ninguém o que sinto por você. Eu nunca imaginei que um dia iria me apaixonar por uma mulher, tão pouco que essa paixão seria tão intensa. Eu fico muito feliz que você tenha compartilhado a sua dor comigo. – Juliette apertou a mão de Sarah mais uma vez para demonstrar apoio. – Compreendo o peso que você carrega, mas saiba que eu estarei aqui para te ajudar com ele. Você conseguiu roubar meu ar, meu coração e minha total atenção, Sarará.

- Vai ficar me chamando mesmo de Sarará, não vai? – Sarah ergueu uma das sobrancelhas, acompanhada por um sorrir imenso em seus lábios.

Juliette estava com um sorriso semelhante.

- Minha Sarará.

Ela se levantou, puxando Juliette para si, e girou em torno dela. Juliette deu uma risadinha, ela amou tanto rir depois de tudo o que tinha sentido na noite anterior.

Juliette pediu para Sarah parar de girar e ela abrandou para deixa-la se recuperar. Juliette ainda estava rindo quando Sarah a beijou com ternura. Juliette foi pega de surpresa, mas gostou. Sarah passou a mão pelo seu rosto rosado suave e ela beijou-a suavemente, em seguida, seus lábios se tocaram mais uma vez, com mais brilho, emoção, em um longo beijo apaixonado.

Ela sentiu como se o chão fosse feito de algodão doce suave e que ela pudesse voar no ar. Seu coração, como nunca sentiu antes, estava batendo na velocidade da luz, a ponto de sair do peito. Ela abraçou-a por um longo tempo, seu calor como uma bateria, recarregando sua alma. Sarah era a pessoa que queria para o resto da vida, mas Juliette sentiu que ainda não erro o momento para lhe dizer isso.  Mas ela não iria deixar que ninguém, nem mesmo lembranças passadas, ficar no caminho dessa chance de ser feliz, muito feliz.

Ela seria a luz disposta a iluminar a vida da Sarah até o resto da sua existência neste mundo, o farol que guiará o seu navio.

- Então sou sua agora? – Sussurrou.

- E não? – Perguntou Juliette, arqueando a sobrancelha.

Desta vez Sarah deu um sorriso sem graça e logo em seguida ficou séria.

- Você é a única pessoa no mundo que consegue fazer eu me sentir feliz, que conseguiu me fazer acreditar que posso acreditar nos meus sentimentos novamente. Você trouxe luz, só você conseguiu isso depois que a minha vida acabou naquele acidente.

- A sua vida não acabou Sarah, ela nem sequer começou. Você ainda vau ver e sentir tantas coisas que vai até ficar confusa. O acidente foi uma fatalidade, e você não deve deixar que isso defina sua existência. Não imagino o quão profundo sãos suas feridas, mas eu estarei aqui contigo agora. Eu acredito que você irá conseguir vence-las.

- Eu não faço ideia por onde começar, eu quero muito me curar. Eu aceitei conhecer alguém, que segundo o Gil, é uma ótima profissional e me ajudará. Eu já tentei antes, e não funcionou bem, mas estou disposta a encarar mais uma vez isso. Eu preciso encarar.

- Você já começou, a partir do momento que decidiu fazer algo com o que sente. Estamos aqui para lhe apoiar. Obrigada por confiar em mim, por ter aberto o seu coração. – Juliette repousou sua mão na lateral do rosto de Sarah. – Essas últimas vinte e quatro horas pareceram uma eternidade para mim. Eu enlouqueci quando pensei que estivesse nos braços de outra mulher. Eu nunca me sentir assim por ninguém. Se não fosse por Vitória eu não sei o que seria de mim.

- Eu fiquei da mesma forma ao encontrar aquele idiota em sua porta, agindo como se a casa fosse dele. Como se você estivesse com ele. – Sarah suspirou. – Eu quero tanto você.

Sarah sorriu e abraçou Juliette apertado.

Juliette a encara passando a mão pelo seu rosto, sentindo o próprio coração acelerado com batidas erráticas, então seus lábios nos dela, seus braços envolvendo a sua cintura, Sarah a beija lentamente, sua língua entrelaça na de Juliette travando uma batalha sensual, seu beijo é gosto e envolvente o que deixa Juliette excitada, Sarah mordisca levemente seu lábio inferior sorrindo, suas testas estão recostadas e suas respirações elevadas.

- Eu iria fugir de você. – Disse Juliette ofegante.

- De mim? – Perguntou Sarah também ofegante.

- Hunrum.

Ambas esperam que suas respirações se acalmassem, as testas ainda coladas.

– Estava indo para longe de você, de todo esse sentimento. Estava decidida a esquecer você e agora percebo o quão idiota eu estava sendo. Mesmo se eu fosse para o outro lado do mundo eu não iria conseguir te tirar da cabeça, tão pouco do meu coração. Mas que bom que a Vitória apareceu atrasando todos os meus planos. Se não fosse por ela, uma hora dessa eu talvez já estivesse a caminho do aeroporto e talvez a gente não tivesse se encontrado e tido essa conversa.

- Então me lembre de agradece-la por isso. – Disse Sarah, com um sorriso dançando nos lábios como o gato de cheshire.

- Eu mesma irei agradecer.

- Você é linda, não sabe o quanto eu te desejo. – Sussurrou em seu ouvido. – Que bom que cheguei a tempo de falar isso.

Sarah se afasta, ficando a poucos centímetros dela. A encarando os pés à cabeça diz:

- Tire a roupa. – Ela pede baixo, fazendo Juliette engoli em seco, mas logo em seguida faz o que lhe foi pedido.

Sobre o olhar atento de Sarah, Juliette segura a barra do seu vestido, deslizando o tecido para cima, deixando Sarah ver melhor o seu corpo ela se despe. Seu coração acelerado, com a sensação de bater na garganta como se aquela fosse a sua primeira vez, ela finalmente fica nua na frente de Sarah

Surpreendentemente delicada, Sarah a leva novamente para o sofá lhe fazendo deitar de costas para ela, deixando as pernas de Juliette em uma posição específica.

- Não se mexa. – Sarah diz baixo na orelha de Juliette, e ela sente o seu corpo ser coberto de arrepios.

Juliette não pode olhar para Sarah, mas seus ouvidos estão aguçados. Mesmo não podendo vê-la, ela sabe que Sarah está tirando suas próprias roupas.

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora