Pedacinho do céu

2K 178 13
                                    

· Perspectiva de Juliette

Quando Juliette abriu os olhos, viu Sarah sentada na cama, debruçando-se sobre seus ouvidos para sussurrar alguma coisa. Juliette semi acordada, percebeu que ela estava fazendo um convite. Em pouco tempo se deu conta de que era domingo, muito cedo, e que, por isso, ainda sentia dificuldade para acordar.

- Quero te levar a um lugar. – Disse Sarah ao seu pé do ouvido.

Então, mesmo sem o completo domínio de sua capacidade mental, e sem ter ideia do destino, Juliette foi levantando. O quarto estava iluminado apenas pelo abajur.

Não demorou para que elas estivessem dentro de um táxi.

O dia ainda não tinha ganhado cores, a cidade ainda silenciosa. O taxi ia se afastando dela, deixando os prédios para trás, indo em direção a estrada estadual, onde podia se ver as variações das vegetações tomarem conta da paisagem.

A viagem até o destino demorou um pouco mais de cinquenta minutos. Os primeiros raios de sol começavam a dar cor a manhã de domingo.

A viagem foi muito tranquila. Mesmo com a insistência de Juliette, Sarah não revelou qual era o destino, até que chegassem ao local. Juliette ficou impressionada com as hortênsias floridas que embelezavam as margens da estrada no caminho da entrada de uma pequena vila.

Estava um dia muito bonito. Uma senhora com seus 53 anos de idade, com uma aparência mais jovem e bem disposta, com cabelos ruivos e curtos contornando o seu rosto, estava acompanhada de uma outra mulher, a Ana, muito bonita de cabelos negros encaracolados, de pele morena. As duas estavam na entrada da pequena pousada para recepciona-las.

- Sejam bem-vindas ao Pedacinho do Céu. – Disse a ruiva.

Sarah ofereceu a mão para elas.

- Obrigada! – Disse ao apartear a mão delas em cumprimento. - Sou a Sarah, esta é a Juliette. Tudo já está pronto?

Juliette fez um pequeno aceno com a cabeça para as mulheres, que retribuíram com um sorriso.

- Se nos permite. – Disse dando passagem. – É por aqui.

Foi a vez da morena falar.

A pousada de dois andares, a única com essa arquitetura ali, ficava em uma pequena vila com casas pequenas e simples dos dois lados, todas pintadas de branco e telhados de tijolos. O que diferenciava uma da outra era a borda das entradas que eram pintadas de cada cores diferentes, assim como era em volta das janelas. Ao fundo da ruazinha da pequena vila, tinham uma vista bela de um cerrado, logo depois algumas árvores até que findava em um campo aberto.

Elas foram levadas para o segundo andar, onde um quarto com uma varanda as esperava. Na varanda, uma mesa posta com um lindo café da manhã.

- Espero que esteja como o solicitado. – Disse a mulher, antes de sair e deixa-las a sós.

Juliette ficou encantada com o local, e muito feliz por mais esta surpresa. Seus olhos brilhavam ao encarar Sarah, que possuía o mesmo brilho no olhar.

- Espero que você goste. – Disse se aproximando, abraçando-a pela cintura. – Queria que a primeira manhã como sua namorada fosse em um lugar especial.

Juliette permaneceu em silêncio.

- Você gostou da surpresa? – indagou Sarah, ansiosa.

- Não poderia ter gostado mais. – Juliette a segurou mais perto.

O sorriso radiante no rosto de Sarah se intensificou.

O quarto era modesto, mais muito aconchegante. A cama ficava centralizada, com colchas feita de retalhos. Uma cômoda rustica, aparentando ter um pouco mais de um século ocupava uma das paredes, a porta que dava para um banheiro ficava logo ao lado. O quarto era bastante colorido, trazendo um sentimento de felicidade ao ambiente.

Assim passado a surpresa, elas aproveitaram a mesa posta. Entre troca de palavras românticas e elogios pelo local, elas não se deram conta da passagem do tempo.

- Feliz? – Perguntou Juliette, já fazendo ideia da resposta.

- Não poderia estar mais feliz. – Garantiu ela. Os olhos de Sarah brilhavam, o resmungo de deleite foi caloroso, então ela sorriu o sorriso mais sincero que Juliette julgou já ter visto.

Já se passava das dez horas quando Sarah proponhe que elas tomem um banho, como saíram muito cedo, ainda não tinha feito isso.

No banheiro, Sarah a ajuda a se despir enquanto lhe enche de pequenos beijos quentes e úmidos. Juliette prende os longos cabelos no alto da cabeça antes de se juntar a ela na banheira.

Sarah lhe dá um sorriso avassalador quando a vê entrando na banheira e estende as mãos puxando-a para si. Com gestos suaves passa a percorrer seu corpo macio com a esponja ensaboada fazendo-a sentir a paixão aflorar seu íntimo, se entrega a luxúria que Sarah lhe despertava.

A urgência foi tomando conta de suas entranhas, uma emoção muito forte começou a nascer lá no fundo.

Sarah aproximou seus lábios delicadamente nos de Juliette, mas não a beijou os seus lábios, passou a distribuir beijos suaves sobre sua face molhada. Mesmo sentindo a urgência tomando conta de seu corpo, tendo a excitação crescendo muito forte lá no fundo do seu ser, Juliette não conseguiu fazer nenhum movimento a não ser se deixar ficar sentindo o carinho de cada beijo.

Sarah lhe beijava de leve a face, a ponta do nariz, os lábios entreabertos, causando uma sensação deliciosa de ser beijada e tocada dentro da água morna.

Aos poucos Juliette sente a necessidade de aprofundar este contato.

Ela queria mais, seu corpo lhe pedia mais.

Entreabre mais os lábios como que pedindo sem palavras para que Sarah lhe der logo o ósculo da paixão.

Vendo sua rendição, ela lhe atende ao pedido silencioso e passa a lhe beijar apaixonadamente.

O beijo começou suave, passando pela urgência e elas se entrelaçam entregando-se a paixão que as consome. Juliette não pensa mais em nada a não ser na entrega total. Seu corpo exige a entrega. Ela treme de paixão. Vibra.

Precisa senti-la.

Entrelaçando os dedos atrás da cabeça de Sarah, trazendo-a para mais perto de si. Encosta em desespero seu corpo no dela.

Quer se moldar, se encaixar nela. Dentro de Juliette a emoção se avoluma, treme compulsivamente agora, geme sem poder se controlar. A doce e meiga Juliette neste momento não passava de uma fêmea no cio e Sarah podia sentir sua rendição e sem nada dizer se afasta um pouco fazendo-a soltar um gemido de protesto que leva um sorriso sorrateiro aos lábios de Sarah que pega a toalha que está pendurada próxima a elas e com ela se enxuga rapidamente, oferecendo a mão a Juliette, a ajuda a sair da banheira.

Ela pega a outra toalha e faz o mesmo.

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora