· Perspectiva de Juliette
A semana começou estranha para Juliette, sentia como se algo estivesse prestes a acontecer e mesmo não sabendo o que era uma expectativa a consumia.
Os dias foram passando e nada acontecia, ela esperou por uma ligação de Sarah. Aquela altura imaginou que ela poderia ter pego o seu número com Gilberto, mas nada aconteceu, nem mesmo uma simples mensagem foi encaminhada.
O silêncio dos primeiros dias a incomodavam, ela pensou em fazer alguma coisa, mas não sabia o quê.
Era sexta-feira, ela havia acabado de voltar do trabalho. Indo direto para banho, não deixou de pensar em Sarah e em seu sumiço.
A noite delas havia sido perfeita, pelo menos assim Juliette sentiu que tinha sido. Tudo tinha sido melhor do que sua imaginação era capaz de criar, e mesmo assim Sarah não tinha a procurado. Ela pensou em procurá-la, mas não sabia se era isso que Sarah desejava e o seu silêncio não ajudava em nada. Juliette pensou até em conversar com Gilberto, mas não sabia se era prudente, pois também não sabia se Sarah tinha contado para ele sobre o envolvimento delas.
Após o banho, Juliette sentou-se em frente ao espelho. Enquanto penteava os seus cabelos pensou sobre como havia se sentido na companhia de Sarah, no quanto se sentir atraída por ela tinha lhe dado uma nova perspectiva sobre sua vida.
As vezes Juliette se sentia tão confusa como se não soubesse o lugar ao qual pertencia. Deslocada, tentando se ajustar a algo que não a completava.
Mas ao lado de Sarah toda a confusão foi dissipada. Por mais que no começo tivesse negado sua atração e deixou que o medo a fizesse reagir de forma negativa, ela sabia que Sarah a tinha proporcionado algo novo, algo que a fez se sentir ela mesma. Completa. E ela adorou isso.
A campainha toca, a tirando dos seus pensamentos.
Juliette estranha não ter recebido aviso da portaria sobre quem poderia ser. A subida de Arcrebiano tinha sido vetada por ela, então ela tinha certeza que não seria ele na porta. Enquanto pensava se seria melhor ir atender logo a porta vestida apenas com um robe ou se seria melhor vestir uma roupa, a campainha volta a tocar, desta vez com um pouco mais de insistência, faz com que Juliette decida ir atender do modo que estava.
Assim que abriu a porta foi pega de surpresa.
- Você? – Perguntou confusa.
- Juliette... – Ela pronunciou seu nome com tanta ternura que fez Juliette sentir suas pernas falharem.
- Eu não imaginei que seria você. – Juliette procurava raciocinar.
- Eu precisava te ver. – Disse Sarah com uma voz doce.
- Estou confusa. Você sumiu, não deu nenhum sinal de que o que aconteceu entre nós foi real. E agora você estar aqui parada na minha porta.
Sarah estava com um bouquet de lírios com pétalas laranjas em uma mão, e na outra uma sacola de papel pardo contendo uma garrafa de vinho.
- Sentir sua falta. – Revelou Sarah.
- Por que não me procurou antes? – A dor era real em sua voz.
- Precisei de um pouco de tempo para reorganizar algumas coisas, mas não pense que foi por falta de vontade.
Juliette prendeu os olhos nos de Sarah. Por alguns minutos, permaneceram em silencio.
- Porta ou entrar? – Brincou Juliette tentando disfarçar o seu nervosismo, Sarah tinha um poder sobre ela que Juliette não sabia explicar e que sempre a deixava desconcertada.
Sarah sorriu com a pergunta, isso fez o coração de Juliette disparar em resposta. Juliette queria acabar com aquele sorriso grudando os seus lábios ao dela, mas apenas abriu espaço para que Sarah passasse.
- Isso é para você. – Disse Sarah ao entregar as flores para Juliette. – Simbolizam o que você é para mim. E isso aqui... – Levantando a sacola continuo. – é para nós.
Juliette cheirou as flores e seus olhos acompanharam o sorriso que ela deu para Sarah.
- Amei! E qual é o significado? – Perguntou.
- Você irá descobrir, em breve.
- Preciso de um minuto, pode ficar à vontade. – Disse Juliette.
Ela foi até a cozinha. Primeiro procurou por um vaso para as flores, depois pegou duas taças, um abridor para o vinho e preparou uma tábua de frios. Assim que voltou, encontrou Sarah sentada no sofá. Ela se levantou e ajudou Juliette com as taças.
Sarah sentou novamente no sofá, e assim que Juliette colocou a tábua de frios na mesa de centro ocupou o lugar ao lado dela.
Sarah tinha servido o vinho, dando uma taça para Juliette assim que ela se sentou. Pegando a sua estendeu na direção de Juliette, a oferecendo em um brinde.
- Ao prazer de surpresas agradáveis em nossas vidas. – Sua voz soando aveludada.
As taças se tocaram emitindo um pequeno tilintar.
Após beber um pouco do vinho, Juliette passou a língua vagarosamente pelo lábio inferior. Seus olhos se mantiveram nos de Sarah. O desejo era que sua língua estivesse passando pelos lábios dela, ou que a língua fosse a dela. Juliette não se importava qual seria, mas desejava um dos dois naquele momento.
O clima da sala foi ficando cada vez mais pesado pela tensão sexual que crescia. Juliette tentava controlar a vontade de pular no colo de Sarah e sentir seus lábios, mas estava se tornando uma missão quase impossível. Seu controle estava diminuindo, enquanto o seu desejo só aumentava.
Sarah foi quem interrompeu seus devaneios.
- Mais vinho? – Perguntou Sarah.
E pela cara dela, Juliette sabia que não era a primeira vez que ela perguntava. Juliette tinha se distraído ao ponto de não notar que tinha consumido todo o liquido do seu copo.
- Sim, por favor. – Disse num sussurro, suas bochechas ficando vermelha.
Ela não entende como Sarah conseguia a deixa desconcertada com tanta facilidade.
Sarah pós um pouco mais de vinho em sua taça e na dela.
- Como você conseguiu subir sem ser anunciada? – Perguntou Juliette, só agora se dando conta.
- Tenho meus contatos. – Respondeu Sarah dando um sorriso e piscando de forma provocativa para Juliette.
Juliette estreitou os olhos.
- Gilberto me ajudou a subir sem ser identificada. – Confessou Sarah.
- Ah!
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Amor e Ódio
FanficAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...