Los Angeles

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· Perspectiva de Sarah

Desde de quando se despediu de Juliette, até o instante em que tomou a decisão em procurá-la, Sarah não passou um minuto sem pensar nela e de como a queria por perto. Por mais que ainda estivesse sendo assombrada pelo seu passado, e que ainda amasse Joey, ela queria mais com Juliette. Conhecê-la mais, beija-la mais, compartilhar mais da sua companhia.

Sua conversa com Gilberto a fez se questionar se realmente precisava voltar a procurar ajuda especializada. Ela tentou em Los Angeles, mas enfrentar os seus demônios, ao menos no início, só fez com que ela se culpasse ainda mais. Fez com que seu sofrimento fosse ainda mais constante e presente a levando ao fundo do poço.

Quando chegou com a família em Los Angeles, Califórnia, várias pessoas reparando a beleza que tinha, aconselharam sua mão para que procurasse os estúdios cinematográficos. Isso fez com que a mais bem sucedida menina prodígio de Hollywood começasse a carreira com apenas cinco anos. Nesta época fez o seu primeiro filme, "A minha babá é um cachorro", de Tim Burton. Mas os olhos do público estavam voltados para a protagonista da história, a cadela Laila. Porém no ano seguinte, brilhou em "A pequena espiã", de Steven Spielberg. Desde então, não parou de filmar, até a noite fatídica onde toda a sua vida mudou.

A mãe de Sarah, que tinha apoiado a carreira da filha quando criança, passou a não aceitar mais a carreira que a filha desejava manter assim que ela chegou à puberdade. Queria que a filha seguisse os seus passos, que se afastasse de toda a loucura do meio artístico.

Preste a completar dezoito anos, não aguentando mais ser controlada pela mãe, Sarah decidiu então se emancipar e morar sozinha. Alguns anos depois, quando participava de um projeto conheceu a também atriz, Joey Potter, com quem engatou um relacionamento.

Quando tinham um ano de namoro, passaram por um momento delicado. Joey precisaria passar dezoito meses na França, mas Sarah estava participando da filmagem do seu novo filme e não poderia acompanhá-la. Decidindo por manter o relacionamento a distância, a ligação entre as duas ficou ainda mais forte e ao retornar ao país Sarah a convidou para morar juntas. Assim as duas passaram a compartilhar a vida.

Joey tinha se tornado o seu ponto de equilíbrio. Tudo era para ela e por ela. Sarah passou a aceitar somente propostas que não a fizesse ficar por muito tempo longe da amada. Seis anos depois, o relacionamento com Joey passou a ser extremamente tempestuoso. As brigas em público entre Joey e Sarah e as cenas que Joey proporcionava por conta do abuso de álcool e drogas passou a render boas manchetes. O que levou a mãe de Sarah desaprovar o comportamento da nora. O que também agravou a relação de Sarah com sua mãe, pois ainda defendia Joey e não permitia que dissessem nada sobre ela.

Sarah a idolatrava, e quando a perdeu sentiu que sua vida não tinha mais sentido. Assim passou a ter a adotar o mesmo comportamento de sua namorada. Se entregou às noitadas, ao álcool e substâncias. Não compareceu mais ao set, sendo assim trocada por outra atriz.

Tinha se colocado no fundo do poço, perdendo vários contratos, não que ela se importasse. Pois o fundo do poço era onde ela acreditava que merecia estar.

Sarah lembrou de como sua mãe a olhou quando foi buscá-la em uma boate. Seu estado era deplorável, tinha feito do álcool misturado com o êxtase sua válvula de escape. Mesmo sobre efeito das substâncias, ela conseguiu ver a decepção estampada nos olhos daquela mulher. Nem mesmo sua decisão em continuar atuando e sua saída de casa foi capaz de provocar aquele olhar. Foi quando percebeu a dimensão das suas atitudes e viu que estava decepcionando mais uma pessoa importante em sua vida. Então decidiu que era hora de sair do buraco onde tinha ido parar intencionalmente. Passando por uma clínica de reabilitação, e depois por visitas a uma psicóloga, a última não dando o resultado que desejava resolveu abandonar o tratamento.

Sua decisão de mudar de país lhe pareceu a melhor opção. Assim esperava que fosse.

A semana pós-conversa a fez concluir que já estava mais do que na hora de sair da zona em que se colocou. Por mais que amasse Joey, sentia que precisava abrir espaço para novas vivências.

Mas, mesmo ao decidir que iria dar vazão aos seus desejos de estar com Juliette, Sarah ainda se sentia receosa. A possibilidade de machuca-la a impediu de procura-la logo de cara, assim só conseguindo tomar coragem de ir até ela dias depois.

Agora tinha Juliette em seus braços, se deliciando com a sensação que o calor de sua pele a causava. Um calor bem-vindo. A pouco tinham compartilhado o efeito que uma causava na outra, e ainda assim Sarah desejava por mais. Juliette lhe causava um efeito devastador, por mais que tivesse a pouco saciado o seu desejo, seu corpo ainda pedia por mais.

Sarah estendeu a mão e segurou um dos seios de Juliette, o apertando levemente, enquanto não tirava os olhos do volume.

- Você é uma bruxinha. – Declarou Sarah, num tom aveludado.

Levantando o olhar para o rosto de Juliette, Sarah foi fisgada pelo sorriso travesso que ela estampava em seu rosto.

- Bruxinha? – Perguntou Juliette ainda sorrindo.

- Sim. – Sorriu Sarah.

- Não vai explicar o porquê de me considera uma bruxinha? – Insistiu Juliette.

- Não. – Disse simplesmente.

- Segunda vez.

- Segunda vez? – Sarah repetiu a frase, desta vez em forma de pergunta.

- Que não me explica algo esta noite. Primeiro o significado das flores, agora o motivo de achar que sou uma bruxinha.

- Tudo em seu tempo. – Disse Sarah num tom aveludado.

Sarah aperto com um pouco mais de força, fazendo com que Juliette fecha-se os olhos, sentindo o prazer que aquele toque a proporcionava. Sarah aproximou seu rosto do dela, encostando sua boca e dando um longo beijo.

Sarah mordia os lábios de Juliette de leve para em seguida projetar a língua na direção dela. A respiração das duas começou a se alterar. Juliette esticou uma das mãos na direção de Sarah, a colocando sobre o seu sexo começou a fazer movimentos lentos, mostrando a Sarah o que sabia. Mesmo de olhos fechados, Sarah pode sentir o seu olhar. Ela não conseguiu segurar o pequeno gemido que escapou da sua garganta em resposta aos movimentos de Juliette.

Juliette então pegou a mão de Sarah livre e a colocou no meio de suas pernas. Sarah sentiu o calor do seu sexo e a maciez de sua pele. Ao sentir que Juliette estava lubrificada, assim como ela, Sarah suspirou.

Então começou com movimentos ainda mais lentos do que os de Juliette. Um arrepio subiu nas costas de Juliette, Sarah percebeu ao ver sua barriga levemente enrugada.

- Antes eu tinha muita vergonha de me tocar. – Disse Juliette num sussurro com os olhos fechados.

Ouvindo isso, Sarah depositou um beijo casto em seus lábios. Sabia que aquela estava sendo uma experiência totalmente nova para Juliette. Que ao falar sobre o seu receio antigo, na verdade a queria lembrá-la sobre sua falta de experiência com o mesmo sexo. Sarah sentiu vontade de rir, sentiu aquele toque ingênuo fofo e ao mesmo tempo engraçado. Ela sabia que Juliette estava com receio de fazer algo errado. Afinal, um dia já esteve no lugar dela, sem saber ao certo como se comportar e o medo de fazer algo errado.

Mas para não a deixar desconfortável, lutou para prender a risada.

- Você é maravilhosa. – Disse Sarah, com a voz rouca de excitação. 

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora