Uma cobra ardilosa

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Juliette permaneceu escorada a parede, tentando ao máximo controlar a sua respiração. Ela tinha medo que até um simples suspiro fosse capaz de informar a Rodolfo que ele estava sendo observado.

Um pouco mais de um minuto ouviu a porta duplas se abrirem e trazerem consigo o barulho do salão, mas que logo foi abafado novamente quando ela se fechou.

- Olá! – Disse Rodolfo aos recém chegados. – Como vocês estão hoje?

Ouvi uma pausa longa antes de uma nova voz tomar o corredor.

- Podemos pular as amenidades e irmos logo ao ponto. – A voz disse. – Para nos chamar a um corredor de hotel no meio de um evento deve ser algo muito importante, não?

- Sim, certamente. – Disse Rodolfo. - Irei direto ao ponto. Então vejam, cavalheiros e senhora, como membros do conselho da Vigor Enterprises há muitos fatores para considerar na administração de um negocio como tenho certeza que vocês já sabem. E um desses fatores é se a pessoa no topo é a certa para o trabalho.

Os dedos de Juliette apertaram com força forçando as pontas das suas unhas na palma da mão. Ela finalmente entendeu qual era o seu plano. Rodolfo estava tendo um encontro as espreitas com membros do conselho de Gilberto.

- E você está dizendo que a pessoa atualmente administrando a Vigor não é a certa para o trabalho? – Uma voz de homem pergunta.

- Em absoluto. – Rodolfo responde. – Não me atreveria a dizer para vocês o que pensar. Tudo que estou dizendo é que, talvez, vocês precisam considerar um pouco mais sobre isto.

- O Sr. Gilberto construiu a empresa literalmente do nada. – Uma voz feminina disse. – Ele a administra há anos e somente ficou mais rentável. Que motivos poderíamos ter para discordar da maneira como ele tem administrado o seu negócio?

Juliette ouviu Rodolfo suspirar.

- Nitidamente. – Ele disse, com uma expressão de grande sofrimento em sua voz. – Não estou explicando isto muito bem.

Não. Juliette achava que ele estava explicando isto perfeitamente.

Ele apenas não queria que as pessoas que ele estava tentando manipular soubessem o que ele queria.

Juliette agora o via como realmente era, uma cobra ardilosa. Com sua voz mansa jogando o seu veneno em direção aquelas pessoas.

- Como vocês sabem, as circunstâncias de vida do Sr. Gilberto e, portanto, suas prioridades, mudaram drasticamente nos últimos meses. E ainda mais ao se envolver em um relacionamento nada, como posso dizer, normal com meu irmão e sua própria secretaria como mostrei para vocês dias atrás. Não que eu tenha algo contra a essa maneira moderna de se relacionar, mas a partir do momento em que a vida pessoal prejudica a profissional. Para manter uma empresa de pé precisamos saber separar. Antes ... – Rodolfo faz uma pequena pausa. – Ele era completamente devotado a Vigor Enterprises. Completamente preparado para trabalhar até a morte, eu acho, para manter seu negócio funcionando.

- E agora ele não está?

- E agora ele não tem o mesmo comprometimento que antes, como mostrei aos senhores. A empresa está perdendo dinheiro, por mais que ainda uma quantia insignificante aos seus olhos, e os deles propriamente dito, ainda assim é uma perca.

- E como o senhor tomou ciência disto?

- Como sabem, investir em algumas ações da Vigor, mas antes de fazer isto tive uma reunião com o Sr. Caio Afiune, que me encorajou a investir, o que fiz é claro. Um tempo depois do investimento, o mesmo voltou a me procurar. Foi então que me contou sobre a situação da empresa, e até mesmo sobre o seu pedido de auditoriamento.

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