Daqui até a lua

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· Perspectiva de Sarah

Por um momento Sarah esqueceu-se de tudo o que tinha vivido aquela tarde. Ali, sentada ao lado de Juliette, a mulher que amava e esteve ao seu lado desde que assim decidira que este era o seu lugar, conversando com um amigo em potencial, pois assim que conheceu João Vitor sentiu uma afinidade instantânea. E por mais que o mesmo não pudesse ser dito por Viviane, Sarah estava aprendendo a gostar da companhia da morena.

A noite estava agradável, embora a chegada do seu melhor amigo Gilberto a tenha causado um pequeno desconforto ao questionar sobre o paradeiro de sua mãe, mas logo Juliette interveio o que a deixo mais do que agradecida. Tudo estava transcorrendo bem até a chegada dela.

Ver sua mãe ali, agindo como se sua farsa não tivesse sido descoberta a pegou completamente de surpresa misturada com raiva por toda a mentira que ela lhe contou durante toda a vida. Sarah queria se distanciar dali, da mesa, dela. Então praticamente puxou Juliette para a pista de dança.

Com ela agora me seus braços, sentiu como se estivesse tomando o controle novamente de si. Juliette era a sua calmaria.

- Sei que não. – Disse depositando um beijo em sua bochecha. – E a proposito, você também é uma ótima dançarina.

- Eu não acredito muito nisso.

- Eu já mentir sobre algo para você? – Juliette balançou a cabeça negativamente. – Então acredite quando digo.

- O.K. – Disse Juliette de forma pausada.

Ficaram por alguns minutos em silêncio, dançando conforme a melodia. Logo a musica deu lugar a uma outra, também lenta. Alguns casais dando lugar a outros na pista, enquanto alguns continuavam ali assim como Sarah e Juliette, embalados pela melodia melosa.

- Eu apenas... – Sarah iniciou depois de um tempo quebrando o silencio entre as duas. – Eu apenas não consigo acreditar que ela foi capaz de aparecer aqui depois de tudo.

- Sabemos que ela veio parar falar com você, ela sabia que te encontraria aqui.

No fundo Sarah sabia que sua mãe não iria desistir de procurara para conversar, que desligar o celular não bastaria para mantê-la longe. Mas tinha esperança que pelo menos lhe daria um dia ou dois até isso acontecer.

- Sim, eu sei. – Disse Sarah. – Eu sou grata por tudo o que você fez por mim hoje. – Ela engoliu em seco. – Quero agradece-la por tudo. Não panas por hoje. Por ter me permitido voltar para a sua vida depois de eu ter sumido daquela maneira, por me ajudar a expulsar os meus demônios do passado. Por ter a enfrentado por mim. Principalmente por ser capaz de me amar, mesmo quando ainda era uma confusão como pessoa. Por me suportar entrando de uma maneira tão intensa em sua vida, por tudo isto. Eu...

- Você merece cada parte disto. – Disse Juliette, a interrompendo-a, como se estivesse com medo que ela poderia lhe dizer. – Eu faria tudo isso novamente. – Ela sussurrou

- Eu amo tanto você, meu amor. – Disse Sarah, sua voz rouca com desejo.

- Não mais do que eu amo você.

Sarah não se importava mais com a presença de Maaba, e nem mesmo com as inúmeras perguntas que tinham a cercando em relação ao seu passado. Naquele momento a única coisa que importava, ou melhor dizendo pessoa, era Juliette. Que agora estava em seus braços lhe transmitindo através de toques toque inocentes durante a dança como era o amor puro e verdadeiro entre duas pessoas.

Sarah a rodopiou pela pista, suas habilidades de dança de salão tornando fácil para Juliette acompanha-la. Vários outros casais pararam para observá-las se moverem.

- Te amo daqui até a lua. - A mão de Sarah pressionou a parte inferior das costas de Juliette, enviando arrepios tanto para o seu próprio corpo quanto para o dela através do simples toque. – Desejo passar o resto da minha vida ao seu lado, seja nos Estados Unidos ou aqui no Brasil. – Sarah segurou o rosto de Juliette com a mão livre enquanto os pés dela queriam continuar se movendo. Sarah parou com ela. – Eu sou completamente apaixonada por você. Mesmo que tudo esteja uma bagunça dentro de mim, que eu não consiga entender o que eu estou sentindo em relação a tudo o que me aconteceu, quero que você saiba que o único sentimento nunca tive duvida é o amor que sinto por você. Nunca duvide disso, nem mesmo por um milésimo de segundo.

- Nunca. – Juliette ficou nas pontas dos pés e a beijou.

Sarah suspirou e a puxou para perto, a mão deslizando para cima pelas suas costas para segurar o seu pescoço e passar os dedos na sua cabeça. Ela a beijou gentilmente.

Juliette sorriu e aprofundou o beijo, tentando expressar todos os seus sentimentos e todo o seu amor com aquele simples contato, e funcionou, pois, Sarah sentiu. Ela tinha ciência deles.

Elas se separam quando a musica terminou.

Sarah descansou a testa na dela.

- Sou sua. – Disse Sarah. – Para sempre.

Juliette abriu um largo sorriso, o que fez Sarah a acompanhar.

- Assim como eu sou sua. – Repetiu Juliette.

A banda começou a tocar uma musica agitada, o que fez Juliette romper o contato com Sarah, o que ela odiou, mas entendeu.

- Vamos, acho que já chamamos atenção demais para nós por essa noite. – Disse Juliette sorrindo. – Acho que o evento será a ultima coisa que irão comentar na segunda-feira no escritório.

- Isso te incomoda?

Sarah não conseguiu evitar a perguntar. Por mais que o seu relacionamento com Juliette estivesse indo bem, era a primeira vez que ela estava se relacionando com alguém do mesmo sexo.

- O quer? – Juliette pareceu não entender a sua pergunta.

As duas andavam em direção ao bar, Sarah decidiu evitar a mesa depois de dar uma rápida olhada em direção a Maaba, ela ainda continuava sentada na companhia de João e Viviane, Gilberto já não estava mais lá, provavelmente estava recepcionando os seus convidados, afinal o evento estava sendo organizado por ele.

- Ser o centro da fofoca no escritório. – Disse Sarah.

- Nem um pouco. – Juliette riu dando de ombros.

O que instalou um alivio no peito de Sarah.

Ela considerava medos como esses bobos, mas era algo que não conseguia controlar. Tudo o que ela mais temia era trazer qualquer tipo de problema ou sofrimento para a menor.

- O que deseja beber? – Se virou para encarar Juliette assim que alcançaram o balcão do bar.

- O mesmo que você. 

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora