Os fatos

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· Perspectiva de Juliette

Assim que a chamada foi finalizada, Juliette voltou a procurar voos disponíveis pela internet. Sua frustração crescendo a cada instante. Decidiu tentar através de agências de viagens, o que não ajudou em nada em seu objetivo de conseguir um voo ainda hoje.

Estava em contato com a terceira agência, quando o seu interfone tocou. Sua paciência estava se esvaindo junto com a esperança de conseguir embarcar em um avião para longe daquela cidade.

Como a atendente tinha a colocado em espera, não houve dificuldade para atender o chamado do interfone.

- Oi! – Disse ao pegar o interfone do gancho.

- Boa tarde, senhorita Freire... – Antes que o concierge terminasse sua frase, alguém o interrompeu.

- Oi amiga, sou eu. Libera a minha entrada. O gentil homem aqui decidiu me barrar, até parece que ofereço algum risco. – Disse Vitória.

Juliette não queria acreditar no que estava acontecendo. Vitória resolverá ignorar as suas palavras e agora está na portaria do prédio em que morava. Aquilo só poderia ser um pesadelo.

- Vitória, o que você está fazendo aqui? – Perguntou incrédula.

- Você vai me deixar plantada aqui embaixo?

Juliette deu um longo suspiro.

- Informe que liberei a sua entrada. – Disse por fim.

- Você precisa dizer diretamente a ele, que por sinal não está muito feliz por eu ter tomado o telefone da mão dele. – Vitória disse a última frase num tom mais baixo. Como se não quisesse ser ouvida pelo homem.

- Tudo bem, passe para ele. – Assim ela fez. – Pode liberar. Obrigada por interfonar.

Alguns minutos depois sua campainha toca, já sabendo quem estaria na porta, Juliette não sentiu nenhuma vontade em abrir. Seus planos estavam indo por água a baixo. Assim que abriu a porta se deparou com um trio formado por Vitória, Rodolfo e um outro integrante que ela ainda não conhecia.

Vitória não esperou que a amiga falasse, se atirando em sua direção, a puxando em um abraço.

- Que bom que conseguir te alcançar ainda me casa. – Disse ela afrouxando o aperto. – O dia foi incrível, só não mais pelo motivo da sua ausência.

Juliette lhe ofereceu um sorriso amarelo, tentava não ser grossa com a amiga. Lutando contra sua irritação da situação, ela pediu que entrassem.

- Esse aqui é o irmão mais novo do Rodolfo. – Disse Vitória se encarregando das apresentações.

- Meio irmão. – Corrigiu o rapaz. – Bruno Magri.

Ele ofereceu a mão em cumprimento, Juliette aceitou, dando um sorriso modesto para o rapaz.

- Juliette. – Olhando para Vitória disse. Você já deve imaginar.

- Vejo que está mais disposta do que quando saímos. – Foi a vez de Rodolfo se manifestar. – Sentir sua falta em nossa pequena aventura.

- Imagino o quanto deve ter sido divertido, quem sabe em uma próxima. – Decidiu seguiu sendo educada, ainda mais na frente do rapaz.

- Viemos ver se conseguimos te ajudar de alguma maneira, na verdade foi ideia do Rodolfo. Comentei que você estava querendo pegar um voo para visitar a sua mãe, mas que estava tendo um pouco de dificuldade. E adivinhe só... – Os olhos de Vitória brilhavam. – Rodolfo tem um jatinho, ele se ofereceu para te levar. Ou melhor, nos levar. Prolongando nosso final de semana em um passeio até Campina Grande, assim você não precisa se preocupar em procurar por voos e eu poderei finalmente conhecer sua mãe, e ainda assim voltar a tempo para iniciar no novo emprego. Além do mais, se caso me atrase não irá ter problemas, afinal estarei na companhia do meu querido chefe. Me diz se não é a melhor coisa que poderia nos acontecer.

Juliette alternava o olhar entre Vitória, Rodolfo e o seu irmão.

· Perspectiva Sarah

Durante o almoço, seus pensamentos voltaram para Juliette e o que o seu amigo tinha lhe dito momentos antes de se retirar para o banho. Sarah se perguntava se deveria procurar por Juliette o quanto antes, como aconselhou o seu amigo, ou aguardar um pouco mais.

Já tinha vivido muitas emoções em um curto tempo e, por mais que desejasse seguir os conselhos do seu amigo, não se sentia disposta a enfrentar a realidade dos fatos.

- Você deveria ir. – Disse Gilberto, dando um forte aperto em sua perna, chamando sua atenção.

Passava das duas da tarde quando, eles estavam empoleirados no sofá da sala de tv. Gilberto tinha escolhido um filme qualquer, que Sarah não foi capaz de prestar atenção o suficiente para saber qual tinha sido a sua escolha. Seus pensamentos estavam todos presos em uma única batalha, ir ou não conversar com Juliette.

Sarah o olhou confusa.

- Você devia ir falar com ela, melhor do que ficar aqui se torturando. Vai e termina logo com isso. – Disse ele num tom manso.

- Acho que não é uma boa ideia. – Sussurrou.

- Ficar aqui travando uma batalha contra si é uma boa? – Gilberto se inclinou, assim podendo encara-la. – Faz dez minutos que estou conversando só. Fiz comentários bizarros sobre o filme quando percebi que você não estava prestando atenção, e você nem se incomodou confirmando a minha suspeita. Então levanta essa bunda e vai logo atrás dela, pelo menos você terá um real motivo para ficar nessa fossa.

- Eu...

Gilberto se levantou de forma abrupta, interrompendo a fala de Sarah.

- Se você falar mais uma vez que não acha uma boa ideia, eu mesmo vou te puxar pelos cabelos, te colocar dentro do carro e te desovar na porta dela. Larga de palhaçada, vá logo resolver sua vida. Você já está mais do que grandinha para ficar agindo desta forma. Se realmente quer saber se ela está afim de você, ou se não passou de uma aventura tome coragem e vá até ela e pergunte. Converse e pronto. Dai, dependendo do que ela lhe disser você segue a vida, com ela ou sem, mas segue. - Disse Gilberto, num tom exasperado.

Gilberto conseguiu arrancar uma gargalhada da amiga com seu pequeno ataque de fúria. Sarah ficou de joelhos no sofá, indo em sua direção deu um abraço no amigo. Resquícios do riso que ele a tinha causado ainda estava presente em sua face.

- Te amo. – Disse ela dando um beijo molhado e demorado em sua bochecha.

- E quem não me ama? – Sorriu. – Agora sair daqui, troca essa roupa e vai atrás daquela mulher.

Sarah se levantou e foi em direção a porta.

- Ei! – Gilberto chamou sua atenção. – Está me devendo mais uma. -Disse dando uma piscada para ela. 

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Aqui é uma fic, mas prestem atenção nas amizades entre Sarah/ Gil e Juliette/Vitória. Reparem em quem mantemos por perto, nos supostos amigos e no que eles trazem para a nossa vida.

Ah! Obrigada a todos que, mesmo não sendo Girafa, tiraram um tempinho para dar uma conferida em Love & Sisters, me dando um biscoitinho. Agradecida 🥰🥰

Até breve 😘😘

Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora