Momento de alivio

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·         Perspectiva de Juliette

- Obrigada. - Juliette entrou para encontrar Sarah semi sentada na cama.

Ela tinha uma máscara de oxigênio no rosto, mas foi capaz de olhar atentamente para ela.

- Oh, meu amor! - Juliette deixou escapar um soluço baixinho e correu até ela, ficando no seu lado direito e pressionando o rosto na lateral do seu pescoço enquanto começava a chorar.

- Está tudo bem, meu anjo. Estou bem. - Sarah acariciou o lado do seu rosto suavemente enquanto virava e pressionava o rosto no alto da sua cabeça.

Sarah virou-se e tirou a máscara, obrigando Juliette a olhar para cima.

- Olhe para mim. – Disse fracamente.

Juliette olhou para cima e mordeu o lábio enquanto outro soluço escapava dela.

- Olhe para mim, meu amor. Estou bem. Ok? -  Sarah a puxou para um beijo rápido. - Vá sentar-se ao lado de Gilberto e deixe o Dr. Assis me dizer quando você pode começar a me arrumar e levar para casa.

O médico bonito riu.

- Tente de novo, Sarah. Você vai ficar aqui pelos próximos quatro ou cinco dias, no mínimo.

- Quatro ou cinco dias? - A voz de Sarah estava um pouco rouca, mas além disso ela parecia bem.

Muito melhor do que Juliette esperava que ela estivesse.

Ela estava viva e ia ficar bem.

Juliette beijou seu rosto antes de contornar a cama e senta-se no sofá comprido de plástico ao lado de Gilberto. Ela pegou uma caixa de lenços, tentando enxugar as lágrimas. Pelo menos estas eram de agradecimento, felicidade.

Dr. Assis tocou em um monitor e no seu prontuário.

- Sim. Você não vai sair daqui depois de tomar um tiro e permanecer desacordada por 48 horas, mesmo que já esteja acordada e falante. É hora de desacelerar. Você é muito sortuda. Contudo, não está fora de perigo tão facilmente. Algo está errado com a sua pressão sanguínea. Vou repetir os exames de sangue daqui a uma hora. A lesão do tiro parece que vai ser mínima, mas ainda há a recuperação disto também.

O médico voltou sua atenção para Juliette.

-  Monitorarei algumas coisas aqui e em seguida deixarei vocês restabelecerem o contato.

- É claro. - Juliette pressionou as mãos no colo e olhou para Sarah, que estava observando-a atentamente.

Emoção bateu nela de novo, mas ela a obrigou a permanecer alojada na sua garganta em vez de ceder a outra onda de choro.

- A bala penetrou nela bem aqui. -  O médico pressionou os dedos no próprio peito. - E atravessou direto. Nós a suturamos, mas sem usar aquele braço demais por algumas semanas. Sem movimentar ou fazer qualquer coisa com aquela mão.

- Estou bem aqui, Dr.- Sarah riu e olhou novamente para o médico.

Assis riu e piscou para Juliette.

- Sei disto, mas você é teimosa pelo que pude perceber. - O médico sorriu. - Acredito que você pode mantê-la na linha?

- Eu irei. - Juliette olhou para Sarah.

-  Quero lhe dar o restante do dia para descansar e depois iremos realizar novos exames começando amanhã se ela estiver disposta. - O Doutor Assis passou a mão sobre o ombro de Sarah.

- Eu estou me sentindo ótima. Por mim, já estaria dando o fora desse hospital. - Sarah encolheu os ombros antes de encolher-se.

Ela parecia continuar esquecendo que tinha um ferimento de bala em seu peito.

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