· Perspectiva de Juliette
Juliette sentiu um desconforto ao ouvir aquelas palavras, um calafrio percorreu por too o corpo. Ela não pode evitar se perguntar se Rodolfo estava por trás da encomenda que Sarah recebeu. Mas como poderia? Até onde ela sabia, eles não se conheciam. Ele não poderia estar por trás de tudo aquilo. Por mais que fosse insistente nas suas invertidas, querendo ter algo com ela mesmo ela deixando bem claro que seria algo impossível, Juliette não conseguiu enxergar nenhuma ligação. Como seu amigo tinha alertado, quem estivesse por trás das encomendas poderia ser alguém próximo a ela, e até onde ela sabia, Rodolfo não se encaixava nesse quesito.
- Sim! Bastante tempo, não é? – Ela aceitou o cumprimento dando um breve sorriso.
Um rapaz, aparentando ser o mais jovem dali, se levantou e estendeu a mão para ela. Estava vestido com roupas largas, aparentando ser alguém que não se importava com a opinião de terceiros sobre as suas vestes. Com cabelos ondulados, na altura dos ombros. Em sua cabeça uma bandana vermelha impedia que os seus cabelos cobrissem o seu rosto.
- Você deve ser a advogada e amiga desse mocinho. – O rapaz se colocou ao lado de Gilberto, de uma maneira tão intima que Juliette não deixou passar despercebido. – Felipe.
- Sim, sou eu. – Juliette franziu o cenho. – Embora eu esteja em desvantagem sobre você, é um prazer conhece-lo, Felipe.
O rapaz deu um sorriso de canto de boca antes de falar.
- Logo você ouvirá muito sobre mim, assim como eu já ouvir sobre você.
- Vamos nos sentar? – Disse Gilberto.
O alerta interno de Juliette estava apitando ainda mais. Ela sentia que algo não estava correto, mas ainda não tinha conseguido identificar o ponto central da sua desconfiança. O contrato possui lacunas, que dependendo do contexto podem se tornar desfavoráveis para o Gilberto. Mesmo o alertando, ele resolveu ignora-la como nunca tinha feito antes. O que fez com que ela se sentisse ainda mais desconfortável naquela reunião.
- Desculpa o atraso, acabei presa em um engarrafamento.
Juliette olhou em direção a voz feminina que se desculpava e a surpresa em se deparar com Vitória ali a deixou sem palavras.
- Não se preocupe, chegou bem na hora. – Respondeu Rodolfo ao se levantar e puxar o acento ao lado do seu para que Vitorio o ocupasse.
- Meninos! Juliette! – Cumprimentou com um sorriso ao se acomodar.
- Vitória. – Fez um pequeno aceno com a cabeça. Ainda se recuperando da surpresa em ver a amiga ali.
- Como estão todos aqui podemos iniciar. – Disse Rodolfo.
- Sim, claro! Mas antes. – Gilberto sinalizou para um dos garçons, que não se demorou a atender ao chamado. – Vamos pedir algo para beber.
Assim que todos fizeram os seus respectivos pedidos, o rapam se afastou novamente da mesa.
- Estou confiante que poderemos iniciar as mudanças ainda nesta semana. Com a assinatura e a autenticação, o alvará estará em nossas mãos em menos de 48 horas. – Disse Rodolfo animado.
- Mas como tão rápido? – Questionou Gilberto
- Eu tenho minhas cartas na manga, fique tranquilo quanto a isso. – Foi a vez de Felipe falar. – Está parte é minha responsabilidade. Garanto que ocorrerá tudo dentro dos conformes.
Juliette encarava Vitoria em confusão.
Por mais que ela fosse a CMO, sua presença naquela reunião estava fora de contexto, o que estava deixando Juliette intrigada. Vitoria por sua vez encarava Rodolfo com um olhar de vacínio, assim Juliette concluiu que fosse, e ignorava deliberadamente o olhar da amiga.
Juliette decidiu focar na conversa que acontecia naquela mesa, iria deixar para buscar respostas sobre Vitoria em segundo plano.
- Como advogada do Gilberto, acredito que o contrato necessita de revisão. Encontrei algumas clausuras que futuramente podem o deixar em uma posição desfavorável em relação aos outros sócios. E por falar neles, o contrato também não os especifica tal qual faz com o meu cliente...
- Calma Juliette. – Rodolfo a interrompeu. – Estamos entre amigos, não nos encare como desconhecidos. O contrato foi elaborado para que todos os envolvidos tivessem os mesmo direitos e deveres, assim nenhum teria total controle. Garanto que a minha equipe não deixou nenhuma lacuna como você acha que encontrou, não trabalho com amadores.
Aquilo fez o sangue dela ferver. Mas ela conseguiu não demonstrar o quão foi afetada pela interrupção e a forma insinuosa que Rodolfo se dirigiu a ela.
- Como eu ia dizendo... o contrato cita o nome do Gilberto, mas o seu e do Felipe não. O que me leva a questiona-los o motivo de deixá-los omitidos enquanto o mesmo não acontece com o Gilberto. Eu acredito que você realmente possuía uma equipe excelente em seu quadro de empregados, mas acima de tudo eu acredito na minha competência profissional. E quando digo que o contrato precisa ser reformulado sei bem do que estou falando. – Virando-se para Gilberto ela continuou. – Por mais que seja negócios entre conhecidos – Ela fez questão de não usar a palavra amigos, pois não confiava em Rodolfo, muito menos no homem ao seu lado. E no fundo sabia que eles poderiam ser tudo de Gilberto, menos amigos. – Como sua advogada é o meu dever o alertar e até mesmo o impedir de concordar com algo que possa lhe prejudicar judicialmente. Então peço que me escute e não assine este documento, pelo menos não antes de corrigir as lacunas e especificar todos os envolvidos.
Gilberto a encarou pensativo.
- Acho que você está exagerando. – Disse Felipe. Ele pegou na mão de Gilberto. – Você sabe que ela está fazendo uma tempestade em um copo d'água. Conversamos bastante sobre isso e no quanto será vantajoso para ambas as partes. Entendo a preocupação dela, mas está sendo exagerada. Talvez por ser sua amiga, e eu entendo isso.
Juliette encarou a mão do Felipe entrelaçada a de Gilberto. Sim! Eles tinham algum envolvimento além de desejo de firmar parceria em um negócio, concluiu ela.
- Eu a contratei e fiz com que ela fosse minha exclusiva por um motivo, sua competência. – Gilberto encarava a mão do rapaz sobre a sua. – Não por amizade. Então eu preciso ouvi-la. Por mais que eu esteja empolgado em fechar negócio com você, preciso pensar de forma profissional e não deixar os sentimentos tomar a frente. Você me entende?
Juliette sentiu um peso sair dos seus ombros. Ouvir Gilberto dizer aquelas palavras dei certo alivio, ele finalmente estava voltando a lhe dar ouvidos.
O homem fez um pequeno aceno com a cabeça em afirmativo, mas o seu semblante parecia estar decepcionado. Juliette não soube dizer se com Gilberto ou pelo negócio não ser firmado como desejava.
- Não vejo motivos para adiar o fechamento, já revisamos o contrato. Você mesmo disse que ele estava ótimo e que hoje só seria algo formal, mas que já estava tudo ok. Não existe essa necessidade de mudança de última hora. – Disse Rodolfo não disfarçando sua irritação.
- Como disse, irei revisar o contrato com a Juliette antes de assinar. Um dia a mais um dia a menos não irá fazer com que fiquemos mais ricos ou mais pobres, não é mesmo? Como dizem por ai, a paciência é a alma do negócio. Então vamos fazer assim, meu caro amigo. Ter paciência e rever as clausuras como a Juliette propôs. Vamos desfrutar da comida maravilhosa que aqui é servido enquanto conversamos um pouco mais sobre o contrato. Ainda hoje irei sentar-me com ela para rever essas lacunas e acredito que não demoraremos a nos reunir para fechar o contrato, claro assim que nos certificamos que tudo estar ok para ambas as partes.
Gilberto fez novamente o sinal para o garçom.
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Amor e Ódio
FanfictieAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...