Amor e Ódio

O tempo passar

· Perspectiva de Sarah

- Até onde me lembro, você apenas me disse que estavam se conhecendo. Que não tinha nada sério.

O peito de Sarah subiu e desceu num grande suspiro.

- Eu falei que estava muito sério pelo que pode ver com os próprios olhos, enfim, está é a Juliette, minha namorada. – Olhando para Juliette continuou. – E ela é a responsável por sua filha está feliz novamente.

A Maaba mexeu as sobrancelhas, franzindo o nariz disse:

- Nesse caso, obrigada por isso. – Disse encarando Juliette.

Sarah não sabia o que se passava pela cabeça da sua mãe, se aquela forma a qual a estrava tratando era por medo de vê-la mais uma vez machucada ou simplesmente por não ter gostado de Juliette. Sarah torcia pela primeira opção, pois queria que as duas se descem bem.

Queria que a mãe aceitasse seu novo relacionamento, que este, diferente do que teve com Joey, fosse recheado de felicidade e harmonia.

- Eu estou muito feliz com essas duas juntinhas. Foram feitas uma para a outra. – Disse Gilberto pela primeira vez. Ele tentava quebrar o clima tenso que se formou na sala do seu apartamento. – A Ju é uma mulher incrível, assim como a sua filha. Inclusive. – Se virando para Juliette. – Preparou as garras para logo mais?

- Pode apostar que sim. – Respondeu Juliette lhe dando uma piscadela.

- Ela é minha advogada, salvadora nas horas vagas e amiga. – Ele andou até a mais velha, ofereceu o braço a ela. – A senhora irá amar conhece-la melhor, mas agora preciso leva-la até onde será seus aposentos. Aposto que deseja se instalar antes de qualquer coisa.

- Oh, sim! – Disse ao aceitar o braço. – Falando em modos, esqueci os meus. Se me derem licença.

- Estamos de saída. – Disse Sarar. – Bom descanso.

Maaba parou no meio do caminho em direção ao corredor, se virando novamente para Sarah.

- Como assim de saída? – Ergue uma das sobrancelhas. – Sua mãe acabou de chegar e você decide sair, simples assim.

- Mãe, já estávamos de saída antes mesmo da senhora aparecer. Precisamos ir...- Sarah interrompeu a frase sem saber se deveria contar a verdade para mãe ou não. Escolheu por omitir. – Ao apartamento de Juliette, pegar alguns documentos.

Maaba virou o nariz para Juliette e depois voltou sua atenção para Sarah.

- E ela não pode fazer isso sozinha, afinal sua mãe acabou de chegar.

- Pode, mas eu quero ir com ela. Não iremos demorar, é o tempo que você se insta-la. Não é como se eu fosse te deixar sozinha, o Gilberto estar aqui. E sei que ele será uma excelente companhia.

- Sua mãe sabe que sou, ela me ama. – Disse Gilberto num tom leve.

- Há, há. – Disse Maaba. – Você é incorrigível.

- Sempre. – Respondeu Sarah.

- Sua mãe vem lhe visitar e você não dar a mínima. O Gilberto não tem obrigação nenhuma comigo, eu vim até aqui para ver a minha filha. Para me certificar que ela estar bem, mesmo ao escolher ficar longe de mim. E o que ganho? Indiferença.

Sarah revirou os olhos.

- Mãe, sabe que não é bem assim. Eu realmente preciso dá uma saída, mas logo estarei de volta. Teremos muito tempo para matar a saudade quando eu voltar.

- Se é assim que você deseja. – Disse dando as costas. – Eu nem deveria ter vindo para esse país.

- Podemos ir em outro momento, posso entrar em contato com meu amigo e vemos como podemos prosseguir. Vá ficar com sua mãe, enquanto isso vou dar um telefonema para ele. Creio que podemos abrir o boletim de ocorrências sem precisar ir até a delegacia, irei só confirmar se posso abrir pela internet e quais serão os tramites a serem executados. – Disse Juliette, num tom baixo.

- Já disse que você é maravilhosa? – Sarah encostou os lábios em seu ouvido. O que causou arrepios por todo o corpo de Juliette, Sarah adorava o poder que tinha sobre ele.

- Já, mas adoro ouvir. Pode dizer quantas vezes quiser.

Sarah selou seus lábios aos dela, lhe dando um beijo rápido e intenso.

- Maravilhosa.

- Agora vá, preciso dá uns telefonemas e você encarar uma mãe furiosa com a filha que não deu muita atenção a ela.

E assim Sarah fez.

Foi de encontro a sua mãe, a encontrou sentada na beira da cama enquanto Gilberto começava a desfazer as suas malas.

- Não sabia que você virou o secretário pessoal da minha mãe. – Questionou Sarah ao entrar no cômodo.

Gilberto mostrou a língua para ela.

- Bem maduro. – Rebateu Sarah.

- Ele só está sendo gentil, demonstrando o quanto estar feliz em me ver aqui, diferente da minha própria filha.

- Mãe, vamos parar de drama. Sabes que eu estou mais do que feliz em te ver. Só fui pega de surpresa, e minha cabeça anda cheia demais.

- Aposto que sim. – Disse ironicamente.

- Mãe, não resolvi ficar para acabarmos brigando. Se deseja tomar esse caminho eu irei sair e deixa-la aqui, brigando sozinha ou com o Gilberto.

- Ei! – Gilberto parou no meio do quarto. – Eu amo uma cachorrada, mas não me envolva nessa. Deus me livre entrar em uma briga com a poderosa chefinha ai, eu sairia lascado.

Os três riram.

- Eu gostaria que a senhora não começasse a implicar com a Juliette. Eu estou muito feliz tendo ela em minha vida, e ficarei ainda mais se vocês se dessem bem. Ela é uma mulher maravilhosa, então não precisa ficar na defensiva com ela. A conheça antes de fazer qualquer julgamento.

- Eu não fiz nenhum julgamento, ainda. Mas sou capaz de tudo para lhe proteger de mulheres como aquela outra lá. Ela não te merecia, e eu tentei várias vezes abrir os seus olhos e deu no que deu. Tic tac, o tempo passar, mas certos tipos de pessoas não mudam. – Maaba a encarou. – Eu ainda não a conheço, mas estou disposta a fazer isso por você. Mas se você está feliz ao lado dela, eu não poderia querer nada diferente do que me dar bem com ela. Por mim, seremos boa amigas. Se ela te faz bem, também está me fazendo. Eu só quero te ver bem e saudável, filha. Eu me preocupo muito com você e com sua felicidade.

Sarah sentou-se ao lado da mãe e a puxou em um abraço.

- Estou feliz que esteja aqui. Sentir sua falta.

- Eu também sentir a sua, minha filha.

- Ai, gente! Eu vou chorar. – Gilberto se aproximou as envolvendo com seus braços, formando um grande abraço coletivo.