· Perspectiva de Sarah
A única mulher capaz de faze-la se sentir bem, tinha sido Joy, nenhuma outra tinha chegado aos seus pés, até agora. Juliette tinha a tornado possível que Sarah voltasse a se sentir viva, sentia-se como se estivesse ido às estrelas.
Tinham acabado de fazer amor com Juliette. A olhava com admiração, não somente pelo corpo escultural que possuía, mas ainda pela beleza que vinha de dentro refletidas em seus olhos.
Ali deitadas no nuas chão da sala, tinha medo de ter cometido um erro. De ter se aberto para algo que acabaria a levando a ruina novamente. Juliette ela uma mulher, até então, hetero que tinha acabado de sair de um relacionamento de anos. O que só deixava a insegurança ainda maior dentro de Sarah, ela tinha medo que o desejo de Juliette não passasse apenas de curiosidade.
Tinha vindo para o Brasil para se curar. Tentar recomeçar a vida, e esquecer todo o sofrimento que a atormentava.
Agora tinha deixado sua vida ainda mais complicada.
Sarah sabia que o que estava sentindo por Juliette estava ficando mais forte.
Após o beijo, viu que o que nutria ia além de apenas desejo. Tinha prometido para si que não iria alimentar esse sentimento e que iria se afastar dela, e agora se via deitada com ela em seus braços e com a certeza que seria quase impossível se manter longe daquela mulher.
Juliette estava deitada de costas, a mão brincando com o cabelo de Sarah, enquanto Sarah descansava apoiada num cotovelo e passava os dedos pelo esterno dela, descendo pelas costelas. Quando desceu pelo lado até o quadril, descobriu que Juliette sentia cócegas.
- Nunca fiz isso. – Disse Juliette em voz baixa.
Sarah congelou, a mão a um centímetro de envolver o seio de Juliette.
- Você era virgem? Mas você não tinha namorado?
Juliette riu um pouco, passando os dedos pelo cabelo de Sarah.
- Não, não sou virgem, apesar de ter sido a primeira vez que faço sexo com uma mulher. Eu digo referente a ficar assim deitada, depois, como... não sei dizer. É como se o prazer ainda não tivesse se dissipado por completo, e nós o mantemos vivos com os toques.
- Seu namorado não a tocava depois? – Sarah quis morder a língua por ter feito a pergunta, odiou ainda mais a pontada de ciúmes que sentiu.
- Ele sempre dormia logo depois. – Juliette meneou a cabeça.
- E você. – Sarah segurou o seio dela.
Juliette ergueu um ombro.
- Eu me sentia solitária. Ficava olhando para ele. E nos últimos anos a gente mal se tocava, me sentia muito mal por isso. Pensava que tinha algo errado comigo, depois comecei a desconfiar dele. E no fim pude entender que o problema não estava em mim. – Juliette emitiu um som que foi parte riso, parte bufada. – Estou sendo idiota. Não quero falar sobre ele.
Sarah não queria saber que Juliette tinha considerado o amor menos que satisfatório, que ela pudesse ter aprendido que esse sentimento não valia a dor produzida. Sarah pôs a mão nas costelas dela e a sentiu ficar tensa. Sem dúvidas imaginando que Sarah desceria pelo flanco, para atormentá-la com cócegas.
Outra noite, talvez. Não nessa. Pensou Sarah.
Sarah sentiu que nesta noite poderia servir para ganha confiança, para que pudesse ter outras noites seguintes e que elas pudessem ser tão boas, ou melhores, do que a primeira.
- Radiânciante. – Disse Sarah.
- Oi?
- Uma mulher com quem eu... passei um longo tempo, descreveu como "radiante" o modo como ela se sentia depois do sexo, e disse que eu não podia cair no sono até a sensação passar. Ela costumava chamar de "radiânciante".
Sarah não pôde evitar a lembrança que teve de momentos ao lado de Joey.
- Eu me sinto radiante, mesmo. Ela é bonita? – Juliette meneou a cabeça. – Desculpa. Você não tem que responder.
Juliette pareceu estar com ciúmes, e Sarah gostou disso.
- Você consegue me imaginar com uma mulher feia? - Provocou Sarah.
Juliette a observou até Sarah ficar desconfortável e se perguntar se estava na hora de começar a se vestir antes que a conversa fosse por um caminho que ela não queria seguir.
- Consigo. – Juliette disse, afinal. –
Curvando-se, Sarah passou a língua pelo mamilo de Juliette, e ficou satisfeita ao ouvi-la suspirar. Então levantou a cabeça e olhou para o rosto dela.
- Gostaria de lembrá-la que existem vários tipos de beleza no mundo, e alguns não são claramente visíveis. Até as aranhas, que muitos odeiam. Elas conseguem tecer teias intrincadas e lindas.
- Você consegue ver além da superfície das coisas, então.
- Eu reconheço que nem tudo pode ser julgado pela aparência.
- Você teria se interessado por mim se eu fosse um sapo? – Perguntou Juliette, tentando controlar o sorriso que ameaçava sair dos seus lábios.
- É provável. Embora eu me sinta muito grata por você ser você.
Os lábios de Juliette se curvaram um pouco para cima, e ela moveu a mão até a nuca de Sarah.
- Bem, de qualquer modo, você ficou com a voz do sapo.
- Como?
As faces de Juliette ganham uma cor rosada.
- Minha voz. Parece a de um sapo.
- Não acho que possua voz de sapo. Sua voz é uma das coisas mais sensuais em você.
Juliette pareceu ficar surpresa de verdade.
- Você não sabia disso? – Perguntou Sarah.
Juliette balançou a cabeça lentamente.
- já me disseram que é desagradável.
- Seu ex namorado?
A resposta de Juliette não foi nada mais que um rubor intenso. Sarah não conseguiu se conter.
- Desculpe-me por perguntar, mas por que infernos você ficou tanto tempo ao lado de um babaca como ele? Mal sei sobre ele, mas o sujeito me parece um cretino completo.
Rindo, Juliette rolou para o lado e escondeu o rosto no peito de Sarah. Sarah não quis admitir como gostou de tê-la ali, com a respiração tocando sua pele, a sensação do sorriso de Juliette se abrindo.
- Ele era mesmo. Eu só conseguir um pouco tarde, precisou que eu o flagrasse me traindo.
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Amor e Ódio
FanficAmor e ódio não se excluem. Movem-se num mesmo campo e, apesar de possuirem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Duas mulheres de personalidades distintas, tendo seus caminhos entre...