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Yeonji pov.

Apresso Rosé desde que acordamos. Eu não tenho a mínima idéia do quê é uma "confraternização de colegas e amigos", e preciso me arrumar de uma forma adequada. E eu não sei o que é adequado.

Na verdade, estou a menos de um passo de mandar Taehyung ir se foder e me deixar curtir esse domingo apenas com minha filha, mas ele merece uma gratificação. Pensando bem, ir nesse almoço não paga nem uma parcela do que ele fez por mim. Percebo isso quando vejo seu "presente" na mesa de cabeceira de Rosé.

Ri de sua cara quando havia me pedido para ligar para ele, mas é o ditado: quem ri por último, ri melhor. Ele foi esse último que riu melhor. E sim, eu liguei para ele depois, com meu celular.

Isso, meu mais novo celular que eu não tenho idéia de como usar, mas vou me adequando aos poucos. Mordo os lábios, ainda não acreditando que Taehyung me deu mesmo isso, um dia depois de ter me comido. Véi.

- As botas, Yeonji. - Rosie surge na porta, apontando para suas botas que estão debaixo da cama. As entrego sem muita enrolação enquanto tento encaixar um brinco. - Hum...

Tento não me importar, mas seu risinho debochado me faz desviar os olhos do espelho. Roseanne me olha com um sorrisinho malicioso, rolando seus grandes e redondos olhos de cima a baixo. Tenho certeza que me julga.

- Que foi, Rosana? - ela revira os olhos com o apelido e bufa antes de me responder:

- Você tá bonita, Yeonji. Mais do que o normal. - ela dita com certa desconfiança. Fico desconcertada com o elogio, mas mesmo assim arqueio uma sobrancelha.

Ela caminha da porta até ao lado da cama, com as botas nas mãos. Não tira o olho de mim em nenhum momento.

- Eu sei que você está tentando tirar algum proveito disso tudo, Yeonji. Você só pensa que me engana. - estreita os olhos.

  Enfim entendo o que quer dizer com esses elogios. Nenhum elogio de Rosé é apenas um elogio.

- Sexo? - questiono, com um sorriso malvado. Ela devolve com outro sorrisinho malvado.

Rosé se senta na cama, encaixando as botas nos pés. Rio de sua pouca vergonha na cara.

- Você quer ser minha agenda de sexo, Rosé?

Ela apenas ri da pergunta.

- Que foi? Não posso ficar curiosa sobre sua vida? - faz drama.

Me viro para ela erguendo uma sobrancelha enquanto encaixo o outro brinco.

- Mas justo sobre a sexual? - exclamo. Ela dá de ombros.

Passo o rímel que peguei de Rosé, com um medo muito necessário de meter essa merda no meu olho.

- Como foi?

A pergunta me pega de surpresa.

- Porra, Roseanne! - resmungo.

Ela ergue uma sobrancelha. É óbvio que não vai me obrigar a falar, verbalmente. Seus olhos encaram minha alma enquanto me obrigo a fechar os meus para não encarar sua face. E como sempre, não funciona.

- Ah, vai se fuder... - murmuro antes de começar a contar: - Foi ótimo. Esquisito, estranho. Mas ótimo.

- Esquisito? - ela pergunta, estranhando o adjetivo.

Preciso me sentar na cama, ao se lado, para responder.

- Pênis.

- Ah... - ela cerra o maxilar. Acho que compreendeu. - Pênis...

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