WHO WOULD SAY

-60-

Três meses.

Cacete.

TRÊS MESES!

Minha mente grita, pondo meu coração numa dúvida extrema enquanto estou sentanda sobre o vaso sanitário.

"Eu só não queria ver você deprimida, Yeon. Poxa, você deixa o seu passado influenciar muito o seu futuro."

"Já conversamos sobre isso, Rosie. Já te falei que não estou aberta para esses tipos de coisa. Preciso me concentrar no meu trabalho, quem sabe, até fazer uma faculdade, você acha que um relacionamento, agora, me ajudaria?"

"Depende, Yeonji. Se a pessoa te faz bem, você acha que ela iria te atrapalhar? Você não pode pensar assim, nem todo mundo vai te decepcionar. Você precisa tentar ser feliz de novo."

A conversa com Rosé entra na minha mente. Enterro meu rosto em mãos.

Taehyung está apaixonado.

Minha mente não esquece.

Estou completamente irritada com meu coração. Ninguém pode criar sentimentos por outra pessoa em apenas três meses.

Muito bem. Criei sentimentos.

Meu coração me obriga a confessar, porque dói. Dói saber que ele gosta de outra pessoa.

AH QUE MERDA!

Eu deveria ter cessado isso quando tive chance, antes de eles ficarem profundos demais.

Mas, caralho! O jeito que Taehyung sussurra, a preocupação dele em me buscar todos os dias do trabalho, o cheiro dele, o riso divertido, me conquistaram muito mais rápidos do que eu pensei.

Outra ideia se forma, como uma lâmpada.

Minha conselheira, Rosé, preciso dela. Pego meu celular, ligando para o contato de Rosé.

- Oi.- ela atende, claramente distraída.

- Rosi...- minha voz falha, é mais grave do que imagino.- Ah, mas que porra!

- Tá tudo bem, Yeon?- Rosie pergunta preocupada.

- Não, Rosie.- eu respondo. Estou sendo ridícula.- Não sei o que fazer.

- A prova foi tão ruim assim?- ela pergunta curiosa.

- Não é a prova...- minhas mãos tremem.

- Desembucha, Yeonji! Estou ficando preocupada!- sua voz se desespera.

- Taehyung, ele...- tento falar baixo.- Ele se apaixonou.

Rosé suspira.

- Você me mata, assim, Yeonji!- ela se alivia.

- Droga, Rosé! Você não entendeu.- suspiro, tentando me acalmar. Rosé estava certa, e ela vai esfregar isso na minha cara.

- Não entendi o q...- ela pausa por um instante.- Espera!- a voz dela sai risonha.

- Sim.- concordo, antes de ela deduzir, sabendo que vai acertar.

O riso alegre dela se espalha pelo banheiro, juntamente com seus pulos de alegria no fundo.

- Eu sabia!- ela comemora.

- Você sabia, Rosie.- concordo, sorrido fraco, imaginando a cena.- Mas, e agora?

- E agora, o quê?- ela se acalma, ainda com a fala alegre.- Agora você agarra ele!

- Enlouqueceu, Rosé?!- pergunto incrédula.- Ele gosta de outra!- relembro.