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  - Eu pretendo fazer a faculdade.- quando eu anuncio, Rosé para de comer os bolinhos e me olha surpresa.- Eu venho pensado muito nisso ultimamente, e acho que talvez seja por causa disso,- e de muitas outras coisas.- que eu ando meio esquecida. Mas essa decisão é definitiva.

  Rosé sorri, dando a entender de que adorou a idéia.

  - Yeonji, isso é ótimo!- exclama Jimin, comendo o bolinho.- Vai fazer mesmo administração?

  Balanço a cabeça, fazendo que sim, quando recebi um abraço de Rosé.

  - Eu sabia que você não desistiria tão fácil assim.- sussurra ela em meu ouvido.- Pode contar comigo para tudo.

  - Não se preocupe, Rosie. Sei que vou dar um jeito.- reconforto ela, quando ela se afasta e cerrando os olhos.

  - Vou acreditar em você só dessa vez.- diz ela, enquanto eu ria e mordia o bolinho.

  - Meus parabéns, Yeonji.- exclama Sohyeon, me dando um abraço de lado, quando eu a agradeço.

  - Estranho que Taehyung não falou nada.- estranha Jimin, olhando desconfiado para o amigo.

  Abaixo a cabeça em relutância, sabendo o que enfrentaria se descobrissem que Taehyung foi o primeiro a saber dessa informação, quando vejo que Tae arregala os olhos.

  - Ele já sabia.- confesso, vendo todos os olhares para mim, e logo em seguida, se direcionam para Taehyung.

  - O que? Como?- pergunta Rosie, talvez indignada por não tê-la contado primeiro.

  - Isso estava a deixando doente!- defende ele.- Ela quase desmaiou hoje, quando fui buscá-la. Mas ela não queria me contar.- lembrou Tae.- Mas eu insisti.

  - Tá, ok.- Rosé põe a mão sobre meu ombro, talvez em sinal de perdão.- Mas saibam que as coisas vão piorar para vocês.- Rosé lança um olhar para Jimin, que ri malvado.

  - Com certeza.- concorda Jimin, olhando para Tae, que me olha preocupado.

  Um silêncio permanece no ar,até eu entender de o quê que eles estavam falando:

  - Não!- balanço o indicador em sinal de negação,- Nem fudendo!- exclamo, indignada.

  - Se é o que você quer.- comenta Rosé, fazendo Jimin rir alto enquanto Taehyung cora.

  - Quantas vezes eu tenho que prometer sua morte, Park Chaeyoung?- meu rosto bravo só faz Roseanne rir mais ainda.

  - São tantas promessas, Son Yeonji.- revira os olhos, sorrindo, quando Sohyeon interrompe:

  - Já chega de besteiras na minha cozinha! A não ser que vocês queiram lavar a louça!

  A advertência de Sohyeon nos faz sair, rindo baixinho, da cozinha.

  O resto da noite foi incrível, brincamos um pouco com Heyoon, comemos mais bolinhos e um bolo inteiro. Heyoon apagou quando estávamos comendo torta, e então decidimos ir embora.

  - Nunca pensei que alguém poderia cozinhar tão bem.- dizia Jimin, com nós cinco no carro.

  - Realmente, Sohyeon é uma das melhores cozinheiras de Seul.- concordou Rosé.

  Uma das maiores coisas que eu admiro em Rosé, é sua capacidade de ser quem ela é, sem se preocupar com a opinião dos outros. Ela consegue ser tão segura de si mesma que chega a ser invejável, mas não para o lado ruim, Rosé é uma menina encantadora. Na escola, ela tinha amizades com pessoas que eu nem sabia que conversavam, eu por exemplo.

  Lembro quando ela chegou na escola, com seu sotaque australiano e seu sorriso lindo. Todos amavam ela, eu a admirava escondido, já que eu não tinha nenhum amigo. Às vezes, eu me pegava olhando para ela durante as aulas, pensando em como alguém podia ser tão perfeita, e porquê eu não poderia ser como ela.

  A primeira vez que conversamos foi quando uma garota derrubou minhas coisas, e já ia partir pra cima, falando que eu tinha esbarrando nela de propósito. Quando eu estava pronta para receber uma surra, Rosie se pôs na minha frente, me defendendo da garota. A garota nem se atreveu a bater nela, porque todo mundo gostava dela e ninguém deixaria a garota em paz se tivesse batido em Rosé.

  Desde então, eu e ela viramos amigas. E com o tempo, melhores amigas, e a privilegiada nisso tudo, com certeza sou eu. Eu nunca seria quem eu sou se não tivesse Rosé. Eu não teria mais timidez do que eu já tenho, eu não teria meu emprego, apesar de que gosto manter minha independência, eu não seria tão confiante para dar respostas a desconhecidos ou até mesmo 'patadas'. Sem eu perceber, muitas coisas em mim mudaram depois que Rosé chegou, e eu sou eternamente agradecida. Acho também que, se não fosse Rosé, talvez eu não estaria viva hoje.

  Meus pensamentos são interrompidos com um celular tocando.

 
 

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