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- Hum... oi.- exclamei, deixando os dois surpresos. Jimin se levantou na hora e Rosé se virou sem entender nada.

- Yeonji, Taehyung, que bom que chegaram! Viemos aqui resolver a festa.- falou Jimin sorrindo.

- Que festa?- pergunto confusa.

- Ah meu Deus, a festa, esqueci de avisar!- exclamou Taehyung, que colocou a mão na testa.

- Esqueceu que dia é hoje, Yeonji?- perguntou Rosé.

- Eu não lembro.- respondi para Rosie, que me olhou compreensivo.

- Hoje é dia 24, Yeon.- anunciou Rosie.

- Ah meu Deus!- balbucio, andando devagar.

- Yeon.- me chamou, Rosé, que ainda me olhava compreensiva.

- Eu só vou no banheiro, já volto.- ando em direção ao mesmo, batendo a porta.

Sento na privada, com a tampa fechada, e enterro meu rosto em mãos. Deixo as lágrimas fluirem.

Foi um choro silencioso, porém necessário.

Como eu pude esquecer os dois mêsversários de Heyoon? Como eu deixei isso acontecer? É essa a boa mãe que Taehyung falou que eu era?

- Yeon, por favor, não se culpe tanto. Você está cansada! Não é culpa sua!- chamava Rosé do lado de fora do banheiro, não respondi. Não tinha o que responder.

Era culpa minha de qualquer jeito.

Sequei as minhas lágrimas e me levantei devagar, indo em direção à pia, para lavar o rosto.

Me olhei no espelho e sequei minha face, para disfarçar o rastro das lágrimas e meus olhos inchados.

Sai do banheiro como se nada tivesse acontecido.

- Desculpe ter atrasado um pouquinho no banheiro.- disfarço com todos me olhando preocupados.- Então...- suspiro.- onde vai ser a festa dessa vez?

Rosé me olhava intrigada, mas logo respondeu.

- Bem, Taehyung ofereceu a casa dele.- respondeu Rosé, apontando para Taehyung, que me olhava profundo.

- Ótimo.- concordo suspirando.- Agora, se me dão licença.- peço, andando devagar ao quarto em que Heyoon dormia. Deito na cama ao seu lado, observando suas grandes bochechas, e seu rosto tranquilo, que já completavam cinco meses, e eu nem percebi.

- Oi meu amor...- sussurro acariciando suas grandes bochechas.- Perdoa a mamãe, filha.- peço.- Me perdoa.

Deixo as lágrimas percorrerem meu rosto, elas não paravam de se formar e eu não queria que elas parassem de escorrer.

Eu não queria saber de nada, eu só queria que minha vida não fosse tão ocupada, e eu estava prestes a torná-la mais ocupada ainda. Será que eu teria cabeça para isso tudo? E se eu não tivesse o relacionamento que eu deveria ter com minha filha? Ela poderia crescer sem querer falar comigo.

Como eu poderia protegê-la das decepções se eu sou uma decepção?

- Se você parar de pensar um pouco, as coisas vão melhorar...- começou Rosie da porta do quarto.

- Eu sou um monstro, Rosie! Como eu pude fazer isso com ela?- soluço, sentindo Rosé se sentar na beirada da cama.

- Yeonji, pelo amor de Deus!- pediu Rosie.- Isso é normal, você está com a cabeça cheia! Quer que eu cite quem é um mostro? Porque a lista é grande!- comentou ela, senti sua mão em seu ombro.

- Eu sei quem você vai citar, mas eu... Eu só queria um tempo. Um tempinho que fosse. Não quero mais me esquecer dela, Rosie, como minha própria mãe fez.

- Yeonji, eu sei que você quer o melhor para sua filha, mas não pode se comparar a VAGABUNDA da sua mãe! Você não seria capaz de ser como ela, você é incrível, é linda, é uma mãe única e, acima de tudo, é um ser humano! Não se compare a ela nem que sua vida dependesse disso.- corrigiu Rosie, fazendo carinho no meu rosto.- E não se culpe, mana, você só esqueceu porque estava cansada. Você está sobrecarregada, mas vai passar. Vai ficar tudo bem.

Me levantei da cama e abracei Rosé, enterrando meu rosto em seu ombro, até que eu parasse de sentir aquilo tudo.

- Você acha que um dia ela vai me perdoar?- pergunto, me referindo à Heyoon, me afastando aos poucos.

- Ela já perdoou.- disse Rosie, sorrindo doce, apontando para Hey, que nos olhava curiosa.

- Feliz cinco meses, meu amor!- desejo sorrindo, pegando ela no colo, e a abraçando, como se minha vida dependesse disso.

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