Só porque decidi o que vou fazer, não significa que estou pronta.Sei disso porque tenho sentido uma necessidade enorme de ler alguma coisa lógica para poder me distrair. Tanto que apareço na biblioteca pública, sem planejamento nenhum. Foi automático, quando vi, já estava no ônibus em direção aqui. Nem gosto tanto assim de leitura.
Hoje é um dos dias da semana em que Rosie precisa ir até a universidade, então trouxe minha cria comigo. Minhas costas já doem por causa do bebê canguru, mas eu não tenho escolha. Esqueci o carrinho. Mas ela parece tão feliz enquanto dorme em meu peito que me forço a esquecer a dor quando procuro um livro.
Estou na sessão de sociologia e psicologia quando a faculdade me mandou ler alguma coisa sobre economia. Mas Carl Jung sempre me pega desprevenida. Me vejo analisando um de seus livros, até me tocar que psicologia não vai me ajudar a terminar faculdade de administração nenhuma.
Pego um livro de economia qualquer enquanto procuro uma das mesas grandes para me sentar. Tento ler a porra do livro enquanto luto para não acordar Heyoon. Ao mesmo tempo que tento não surtar. Ser de exatas e ainda ter que pensar em problemas pessoais deveria ser crime.
Deus, por que eu existo?
Resolvo não parar para pensar nisso. Não preciso de distrações agora, eu só preciso que alguém tire esse peso das minhas costas. Mas tudo o que tenho é um bebê de nove quilos, uma vida pessoal totalmente cagada, um livro que só tem números, e um pau no cu que colocou o fone de ouvido no último volume ao meu lado.
Preciso suspirar para levantar meu olhar e encarar quem quer que esteja atrapalhando meu momento, e me arrependo. Aí eu me arrependo, me arrependo para um caralho.
Minhas sobrancelhas se franzem completamente quando o reconheço, mesmo com os óculos escuros tampando seus olhos, enquanto folheia uma revista em quadrinhos. Volto meu olhar para meu livro, fingindo que não vi JungKook do meu lado. Mas é tarde.
- Eu já te vi, Yeonjinha. - nunca quis tanto ser um cadáver quando ouço essas palavras vindas de Jeon. Tudo que faço é suspirar bem fundo e levantar meu dedo do meio para esse arrombado.
- Você ficou animado com esse negócio de pensão, em? - sou obrigada a erguer minha sobrancelha, e estranhar totalmente o fato de que estamos no mesmo lugar, no mesmo dia e na mesma hora. Sua música para, indicando que não ouviu uma palavra que eu disse anteriormente, me fazendo revirar os olhos - Você não trabalha, não?
JungKook tira seus fones de ouvido, juntamente com os óculos escuros. Olha para mim com desdém e volta seu olhar para a tela do seu celular.
- Hoje é sábado, Yeonji. - ele me mostra a data pela tela de bloqueio, que tem a foto de um cachorro marrom vestido de uma camisa polo cinza.
Eu sempre me sinto muito idiota quando converso com JungKook, e acho que isso é uma puta injustiça.
- Foda-se. - é meu argumento. JungKook apenas ri da resposta. - Como você sabia que eu iria vir aqui?
JungKook desfaz seu sorriso para me olhar com desprezo.
- Yeonji, para quê você acha que eu te perseguiria até uma porra de biblioteca? - sua pergunta que sai em tom de confusão me faz ficar perplexa. - Acha que eu não tenho nada melhor para fazer, não?
Fico irritada por motivo nenhum, apenas pelo fato de que não consigo ter paz. A companhia de JungKook não é nada bem-vinda nessas horas.
- Na verdade, não. Não tenho idéia do que você faz da sua vida. E para falar a verdade, não estou nem um pouco curiosa. - termino a frase achando que lacrei, quando na verdade, eu mesma coloco uma dúvida na minha cabeça. Com o quê JungKook trabalha? E se estiver envolvido com tráfico? E se o dinheiro da pensão for puro golpe?
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WHO WOULD SAY
RomanceApós sofrer a maior decepção de sua vida, Son Yeonji precisa começar sua vida do zero. Mas algo que ela não contava era que, apesar de todo o seu sofrimento, sua nova tentativa de vida seria marcada com a chegada de um estranho. [+18] Cover by @...