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  Roseanne não para de me encarar enquanto não paro de sorrir para ela. Tia Soyoon já mandou ela parar com essa frescura, mas ela não obedeceu. E eu não ligo.

  Não consigo parar de sorrir desde anteontem. Foda-se se Roseanne não entende porque eu precisava demais daquilo. Agora eu tenho Taehyung de volta, e eu coração está tão leve como nunca.

  - Você parece que tá drogada, Yeonji! - Rosie aparece na minha frente enquanto sua mãe passa chapinha em meu cabelo, que também a usa para ameaçar a filha.

  - Park Chaeyoung, te aquieta! - Soyoon aponta o aparelho quente para Rosie, mas ela não se mexe. Quem se mexe sou eu.

  Seguro o rosto de minha melhor amiga com as duas mãos quando a puxo para mais perto, dando um beijo profundo em sua bochecha. Rosie se desconcerta com o ato que quase cai, mas não a permito quando a faço me encarar.

  - Você é mulher da minha vida, Roseanne Park! - confesso, vendo a mesma sorrir tímida quando se afasta.

  - Queria que esse fodido não te deixasse em um humor tão ótimo. - bufa enquanto segue em direção à Heyoon. - Assim meus argumentos seriam mais precisos.

  - Também te amo, neném. - respondo, tanto para Rosie quanto  para Heyoon, que bate suas mãozinhas no sofá animada com a sopa que Roseanne divide com ela. Faço careta para ela, a fazendo sorrir enquanto uma colher vai em direção à sua boquinha.

  - Deixa de ser implicante, Roseanne! - Soyoon reclama quando enrola uma mecha do meu cabelo em um rolinho.

  Tenho certeza de que Rosie remeda essa frase da sua mãe, mas releva isso.

  - Não sou implicante, apenas estou evitando que Yeonji passe por mais um trauma. - ela se vira para mim, estreitando os olhos. - Eu vou ficar de olho.

  Sorrio, achando graça da sua preocupação. Sei que Rosie só quer o meu bem, mas nunca me senti tão bem com o mundo. E amo essa sensação.

  - Falando em ficar de olho, que festa é essa? - Soyoon pergunta, enrolando outra mecha do meu cabelo. Roseanne dá de ombros quando busco algumas coisas na minha mente.

  Jimin vai levar nós duas numa festa da empresa de Tae. Em plena segunda-feira. Meu chefe me liberou por causa de Taehyung, o que me angustia, ao mesmo tempo que me alivia. Não gosto que tomem decisão sobre minha vida sem me consultar. Mas vou dar um desconto à Tae.

  É só isso que sei por enquanto. E, pela maravilhosa experiência daquele almoço de domingo, muito arrumada é pouco para uma festa dessa.

  - Acho que é aniversário da empresa do Tae, alguma coisa assim... - explico o básico do que sei. Rosie dá de ombros.

  - Essas coisas de negócios. - sei que revira os olhos quando complementa minha frase.

  - Essas merdas de negócios sempre são um cu. - Tia Soyoon xingando sempre me faz sorrir. - Um pessoal metido do caralho. Não suporto quando Hanseok me leva nelas.

  A menção ao pai faz Roseanne se virar para nós com uma expressão de dúvida.

  - Falando nisso, onde o pai tá, mãe? - a pergunta dela também me deixa uma dúvida. Tio Hanseok não apareceu até agora, desde que chegamos, às oito da manhã.

  - Seu pai foi comprar aquela cadeira de massagem que estava querendo há anos. - nós três rimos da explicação de Soyoon. Hanseok namorava uma cadeira de massagem que havia visto em uma revista tem mais de três anos. De dez frases que dizia, cinco era sobre a tal cadeira.

  - Finalmente tomou uma atitude. - Roseanne comenta, quando se levanta para colocar a vasilha suja de sopa na cozinha. O rolinho que segura sua franja quase cai, a fazendo resmungar. - Agora você tem que tomar cuidado para não ser trocada pela cadeira, mãe.

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