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Pelo que pude contar, três minutos de espera foram o suficiente para nos chamarem.

A sala do senhor Byun não mudou em nada, nem mesmo o próprio Baekhyun, desde a última vez em que estive aqui.

- Senhorita Son, como vai? - seu olhar, antes concentrado nos papéis, se levanta, até encontrar meus olhos, mas não permanecem por muito tempo. - Taehyung?!

Não sei o porquê da surpresa, mas meu olhar também volta para Tae, que solta minha mão e lança um olhar ameaçador para meu chefe.

- É ótimo te ver, Baekhyun! Como tem andado? - Taehyung cumprimenta entredentes, enquanto meu chefe não para de encará-lo, com um semblante bem confuso.

Ok, esse clima estranho está me matando por dentro.

- Desculpe, incomodá-lo a essa hora, senhor Byun! - me curvo levemente, tentando destruir esse clima esquisito. E funciona, até certo ponto.

- Bem, por favor, sentem-se. - Baekhyun convida, olhando intensamente para meu namorado.

Meu namorado.

Sorrio pelo absurdo.

- Não quero ser, de modo algum, incoveniente com essa conversa, mas tenho recebido certas queixas sobre um suposto relacionamento, envolvendo ambos. - Baekhyun começa. Minhas orelhas esquentam novamente. - Eu, particularmente, nunca pensaria nessas possibilidades.

Taehyung se mexe, desconfortável em sua cadeira. E com razão. A forma como Baekhyun tenha citado seus pensamentos soou um pouco ofensiva, para mim, eu creio. Mas afeta mais à Taehyung, que estreita os olhos na direção de meu chefe.

- Posso saber o quê, por acaso, quis dizer com isso, senhor Byun? - o tom ácido adotado por Taehyung me faz virar em sua direção. À nossa frente, os ombros de Baekhyun se encolhem. Taehyung está mostrando sua face CEO, que eu nunca havia visto antes. Confesso que adorei.

- Não, Taehyung! - Baekhyun ri de nervoso. - Não quis ofender em nenhum momento, à nenhum dos dois.

Engulo em seco. Pelo visto, isso talvez demore.

- Prossiga, então. - Taehyung se encaixa na cadeira, apoiando seus cotovelos nos braços da mesma numa posição intimidadora.

- Como ia dizendo, os rumores estão sendo espalhados por todos os funcionários. E sempre procuramos preservar a imagem da nossa empresa. - o olhar de Baekhyun se volta para mim. - E como a senhorita Son é nossa funcionária, que mesmo com pouca experiência tem se mostrado bastante dedicada e válida, nosso dever é zelar para que sua reputação também venha a ser preservada em sua área de trabalho. - a forma em que ele explica, parece que é apenas algo em que não devo me preocupar, mas meu corpo sente o contrário.

Quero gritar, sair correndo daquela sala e nunca mais voltar. Mas esse não é o meu plano de hoje.

- Gostaria de dizer que, primeiramente, sua vida pessoal não altera em nada nosso contrato. - Baekhyun dá um sorrisinho reconfortante. - Mas ele também não pode ser afetado. Então, por favor, sem demonstrações de carinho ou afeto >que manchem nossa corporação< da porta para dentro. Tais afetos como; amaços grandes, mão boba ou até...

- Já entendemos... - o interrompo por instinto. Viro meu rosto para conter a vergonha, de principalmente, saber o que ele iria dizer em seguida.

Taehyung dá uma breve risadinha ao meu lado, me fazendo chutar sua canela.

- Mas, quanto à Taehyung. - Baekhyun se dirige ao pateta do meu lado. - Sugiro que tente guardar isso ao máximo dos olhos de você sabe quem.

Franzo o cenho, preocupada com a reação de Tae, que suspirou receoso.

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