-18-

1.8K 206 101
                                    

Taehyung me observava, enquanto eu esquentava uns pedaços de pizza no micro-ondas.

- Então, Yeonji...- Taehyung começou a falar- Você cria sua filha, sozinha?

Revirei os olhos.

- Sim.- falei apenas, e dei de ombros.

Vi que ele resmungou algo com Rosé.

- Então, Taehyung, o que te levou até aqui, em minha humilde residência?- falo entregando um pedaço de pizza para cada um. Ele riu.

- Curiosidade.- falou sereno- Gosto de mistério, e, digamos que você é um.- ele foi direto.

- É detetive, senhor Kim?- perguntei, erguendo uma sobrancelha.

- Não, senhorita.- riu da minha pergunta.- Sou empresário.

- Ah! Rosé também é rica.- falei, fazendo o mesmo rir e Rosé me olhar sem entender, já que ela estava concentrada em outra coisa.

- Como que o assunto chegou até mim? - perguntou ela com a boca cheia.

- Rosé, como sempre avoada!- falei, fazendo ambos rirem.- Tinha que ver ela quando Heyoon nasceu, ela estava mais confusa do que a própria Heyoon.

- É porque eu ainda sou um bebê.- indagou ela, fazendo aegyo.

Eu e Taehyung rimos.

- Eu não discordo.- falei.

- Verdade que você nasceu na Austrália, Rosé?- perguntou Taehyung.

Ela assentiu.

- Lembro até hoje, dela chegando na escola com um sotaque australiano.- falei, imitando a mesma- Parecia um bebê.

- Eu tenho um amigo, ele veio de Busan. Tá, não é a Austrália, mas ele não consegue disfarçar seu sotaque até hoje.- falou Taehyung.

Rosé riu.

Suspirei, lembrando quem também veio de Busan.

- Taehyung, quando você pegou Heyoon no colo, você notou que ela resmungava?- perguntei, preocupada, lembrando da cólica que ela teve hoje mais cedo. Ele negou, deve ter cessado.

- Sabe, Yeonji, desculpa por te assustar na quinta-feira, se eu estivesse no seu lugar, chamaria a polícia.- ele disse, constrangido, olhando para baixo.

Suspirei.

- Tudo bem, só, da próxima vez que tentar conversar com alguém, respeite seu espaço pessoal.- acoselhei-o.

Ele sorriu, vendo que eu não me importava mais.

- Sua filha é muito fofa.- ele falou para quebrar o silêncio, assenti.

- Então não veja até ela começar a chorar.- indaguei, fazendo ele rir.

O celular de Taehyung tocou.

Comecei a lavar a louça.

- Oi Jimin.... não.... agora?.... tá bom...você nem ouse...- disse ele ao telefone.

- Acho que preciso ir, adeus para vocês duas. - Taehyung se despediu.

- Ah, não vai não! A conversa estava tão boa.- implorou Rosé, com a boca cheia de comida.

- Você nem abriu a boca pra conversar com a gente, Rosie.- falei e Taehyung riu.

- Devo ir, tenho muita coisa para resolver. Até logo!- Taehyung se despediu novamente.

- Até!- disse Rosé.

Acenei com a cabeça. Ele foi embora.

- Ele é um fofo, não é?- Rosé disse, engolindo, finalmente, o último pedaço de pizza.

- É, mas Rosé, precisamos conversar.- falei, deixando o louça de lado e me virando para Rosie.

Ela me olhou sem entender.

- Eu sei que você me ama, eu sei que quer meu bem, mas você não pode fazer isso, Rosie. Você acabou de trazer um desconhecido para minha casa sem me avisar. E se ele fosse um pedófilo, um sequestrador ou algo assim?- falei encarando-a. Ela me olhou de cabeça baixa.

- Eu só não queria ver você deprimida, Yeon.- disse ela me observando triste.- Poxa, você deixa o seu passado influenciar muito o seu futuro.

- Já conversamos sobre isso, Rosie. Já te falei que não estou aberta para esses tipos de coisa. Preciso me concentrar no meu trabalho, quem sabe, até fazer uma faculdade, você acha que um relacionamento, agora, me ajudaria?- falei. Ela me encarou.

- Depende, Yeonji. Se a pessoa te faz bem, você acha que ela iria te atrapalhar?- perguntou ela. Me desviei do seu olhar.- Você não pode pensar assim, nem todo mundo vai te decepcionar. Você precisa tentar ser feliz de novo.

- Mas, eu sou feliz. Nunca me senti tão feliz em toda a minha vida. Eu tenho uma filha maravilhosa, eu tenho você como amiga, e agora eu tenho um emprego!- falei.

Rosé suspirou.

- Então ok, Yeonji. Não vou mais insistir nesse assunto. Sei o quanto ele te fere.- falou ela, derrotada.

Caminhei até ela. A abracei. Ela retribuiu o abraço, da forma mais sincera possível.

- Eu te amo, amiga. Não se esqueça disso, nunca.- disse ela.

- Não se preocupe, eu vou ficar bem.- menti. Rosé sabia que o trabalho iria me deixar cansada, mas ela não contestou.

Continuamos abraçadas, até ouvir o choro de Heyoon.

WHO WOULD SAY Onde histórias criam vida. Descubra agora