WHO WOULD SAY

-99-

  Taehyung pov.

  Puta que pariu...

  Eu não sei exatamente como eu consegui chegar até aqui no pré[sí]dio, 7 horas da manhã do primeiro dia de outubro. Os organizadores da festa de aniversário da empresa colocaram vários tipos de tons de amarelo e dourado na minha cara, só para saber qual vai ser a cor das toalhas de mesa. Eu sinceramente não consigo assimilar o que aconteceu e nem o que está acontecendo agora.

  Me sinto sufocado por todos os tons de amarelo que eles me mostram, então pedi a Jimin que decidisse as coisas da festa. Ele apenas assente e faz seu trabalho.

  Fico parado, olhando meu melhor amigo não ter coragem de olhar no meu rosto. E de fato, acho que eu mereço essa atitude, como nunca antes mereci. E eu sinto o desprezo do mundo sobre as minhas costas. Mesmo todos os funcionários sorrindo e fazendo reverência para mim, nunca me senti tão vazio na minha vida.

  Faria tudo muito mais sentido se eu realmente estivesse sendo desprezado por todo mundo, mas não estou.

  Eu joguei tudo fora.

  Me sinto em outro universo, mas talvez, nesse outro universo, eu não tenha machucado minha namorada. Nesse outro universo, eu não sou um idiota que transforma uma coisinha em um problema enorme, e não machuco pessoas que amo.

  Yeonji não teve culpa de nada. Ela não fez nada de errado. Eu que sou um monstro egocêntrico. Eu que corro o risco de ser o destruidor de um relacionamento que tinha tudo para ser feliz, para ambos.

  Me questiono quantas vezes for preciso, se fui eu quem deixei a marca das minhas mãos naquela moça linda que olhou estranho para mim no escritório de Baekhyun.

  - Senhor Kim, eu vim trazer a papelada sobre os negócios em Daegu e Taejeon. E sobre o trator que estacionaram na frente da garagem ontem. Sua mãe disse que seria melhor processar a empresa do trator, mas... o senhor está bem?

  Eu não tenho certeza por quanto tempo viajei pela minha mente, porque, de repente, estou no meu escritório da empresa, e Myoui Mina me olha com bastante confusão.

  - Eu sou um monstro... - eu pareço louco quando murmuro, e me sinto um louco. Meus dedos entrelaçados em meu cabelo, e meu rosto vermelho é uma cena digna de ser chamada de loucura.

  - É sim, o senhor é um monstro dos negócios! - Mina tenta me elogiar, mas ela mesma não entende o que está acontecendo. Seu sorriso se apaga quando levanto meu olhar com desespero. - Então, tá... eu vou deixar os papéis aqui. - ela coloca o monte de folhas sobre a mesa, com cuidado e bastante medo. - Aí, eu... eu vou pedir um chá de camomila para o senhor.

  Ela sai, encontrando Jimin na porta.

  - Oi, Mina! - Jimin cumprimenta ela com um sorriso. - Como vai sua Chaeyoung?

  Mina devolve o cumprimento com um sorriso amigável.

  - Ela tá trabalhando pra caralho. E como vai a sua Chaeyoung? - a pergunta da mesma faz Jimin sorrir tímido.

  - Mais perfeita do que nunca. - ele responde fazendo Mina dar um soquinho de leve em seu ombro. Ela volta ao seu trabalho enquanto Jimin também retoma o seu, que é entrar no meu escritório, mudando totalmente a expressão do seu rosto. A forma como seu sorriso se apaga quando me vê só consegue piorar meu estado. - Já escolhi todas as questões de decoração. Eles vão trazer o buffet daqui a pouco. Eu provo, ou você mesmo faz?

  Suspiro, finalmente levantando minha cabeça.

  - Eu sei que mereço, mas tem como você parar de fingir que eu não existo? - meus olhos se voltam para ele, com mais arrogância do que pesar. Eu juro que não é de propósito.