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- Ok, não precisa falar.- disse ele, vendo meu silêncio- Estou ultrapassando demais os limites.

- Não Taehyung. Eu vou contar. Eu só preciso de um tempo para raciocinar.- falei, lembrando que Taehyung me ajudou hoje cedo. Ele merecia saber.
- Ele é o pai da minha filha.- Taehyung arregalou os olhos.

- Ele é seu ex?- perguntou com a boca cheia.

- Não. Nunca tivemos nada.- falo olhando para a comida.

- Não entendi.- disse ele confuso.

- Bem, isso tudo começou no ano passado, quando eu era a típica nerd da escola. Eu gostava de Jungkook, e ele era o badboy, entendeu?- expliquei.

- Jungkook é o nome dele?- perguntou Taehyung.

- Sim, mas eu não vou repetir muitas vezes.- falei, lembrando dos calafrios que esse nome me dava. - Então, ele se aproveitou dessa paixonite, e começou a conversar comigo. Até que, um dia... ai droga.- exclamei, aquelas palavras estavam doendo, Taehyung me olhava concentrado- fizemos se... você sabe.- Taehyung assentiu - Depois disso, ele nunca mais conversou comigo.

- Que nojo! Esse cara merece um soco.- disse Taehyung, com uma cara de bravo, o que me fez sorrir fraco.

- Depois de um tempo, eu descobri que estava grávida, eu esperei que Jungkook iria entender, mas não. Quando eu contei a ele, ele me rejeitou, me disse palavras duras, pediu para eu abortar. Foi horrível Taehyung. Eu não teria coragem de matar uma criança inocente, mas ele tinha, o que foi um choque.- falei. Taehyung olhava a comida, pensando em tudo que eu estava dizendo.- Depois disso tudo, minha mãe me pôs pra fora de casa, e Rosé e seus pais me ajudaram. Por eles e por Heyoon, eu estou viva hoje.- terminei.

- Não posso acreditar que existem pessoas assim, Yeonji! Que cretino!- Taehyung largou a comida, e pôs suas mãos no rosto.- Que idiota! Como ele teve coragem, de largar você e sua filha? Esse cara não merece ser chamado de ser humano. Ai que nojo!- falou Taehyung revoltado.

- Você não viu nada ainda.- falei, olhando para o nada.

- Sinto muito. - disse ele, quando sua raiva já havia passado.- Não posso imaginar o que você passou.

- Você não tem que sentir nada, Taehyung. Você não tem nada a ver com meu passado. E afinal, já passou.- falei melancólica.

- Bem, de qualquer forma, isso explica muita coisa.- disse ele, o que me intrigou.

- Como assim?- perguntei.

- Isso explica seu jeito, digamos, fechado.- Taehyung disse gesticulando, enquanto comia a última parte da comida.

- Taehyung, você veio aqui para ver se eu estava bem ou pra esfregar na minha cara que eu sou antissocial?- pergunto revoltada.

Taehyung riu.

- Que isso, longe de mim.- disse ele, se fazendo de vítima.

- Dramático.- falei. Ele riu novamente.

- Você não ri com facilidade, não é?- disse ele, procurando algo na sacola.

- Eu sou acostumada a rir com pessoas com que tenho intimidade.- digo, guardando a embalagem de comida.

- Nossa, Yeonji. Que grosseria.- falou ele rindo.

- Ser grossa é diferente de ser reservada.- falo.

- Como eu mesmo disse Yeonji, você é um mistério.- disse ele num sorriso de lado.

- Você é assim Taehyung? Persegue mulheres quando as acha misteriosas?- pergunto curiosa, vendo Taehyung tirar uma garrafa de Fanta laranja da sacola.- E, eu prefiro Pepsi.

- Você é a primeira mulher que eu persigo.- disse ele, olhando em meus olhos.

Sinto meu rosto corar. Mas contra ataco.

- Então você persegue homens?- pergunto fazendo Taehyung ficar vermelho de tanto rir.

- Ai ai, Yeonji...- falava Taehyung, em sua crise de riso.

Ri de sua risada.

- Espera, deixa eu respirar... ai ai...- disse ele se recompondo e olhando para mim.- Acho que eu fiz você rir!- disse ele comemorando.

Desfiz meu sorriso.

- Idiota.- falo fazendo ele rir.

- Tudo bem, então já vou.- falou ele, se levantando.

- E a fanta?- pergunto, vendo que ele não a abriu.

- Pode ficar, da próxima vez eu trago uma pepsi.- falou ele sorrindo.

- Ok. Tchau.- me despedi.

- Até logo, Yeonji!- se despediu ele, sorrindo, e passando pela porta, fechando a mesma.

Até que ele é uma boa pessoa.

Suspiro.

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