WHO WOULD SAY

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    Yeonji pov.

  - Yeonji, por favor, se acalma! - Roseanne pede pela 17a vez, mas nada resolve. Minha cabeça estoura de dor. E por mais que a enfermeira tenha me oferecido um banco, não tenho mente para lembrar quantas vezes eu pedi Roseanne para não dar outro tipo de comida para Heyoon.

  Mas não. Ela não me ouviu. E agora?

  - Roseanne, minha filha engasgou. - arregalo os olhos, falando pausadamente algo que todo mundo já sabe, tentando me convencer de que foi algo simples. Como se eu não tivesse visto minha filha ficar roxa, sem conseguir respirar, e não tive idéia do que fazer. Tudo por causa de um doce de coco. E dos grandes, para uma bebê.

  É sim, algo não tão grave, porque teriam me dado uma notícia de algo pior a esse ponto. Mas não consigo parar de me desesperar. Me inclino com os cotovelos apoiados nos joelhos, entrelaçando meus dedos em meu cabelo, puxando a raiz, tentando achar alguma distração da situação mesmo que seja dolorida.

  Ainda assim, a incerteza e a angústia me envolvem de um jeito que não consigo respirar direito, lembrando do estado em que trouxe minha filha. E não tive notícias de nada até agora. Tudo que tenho é Roseanne no meu pé, me pedindo desculpas toda hora, e JungKook, que é a única pessoa que se mantém firme com tudo isso.

  - Rosé, tenta se distrair. - ele pede, já que a inquietação de Rosie acaba me deixando pior. Preciso tampar meu rosto vermelho.

  - Ok, ok... - ouço Rosie se acalmar, sua voz abafada pelos meus pensamentos.

  O pior é que eu não estava preparada para nada disso hoje.

  Esse foi o ponto alto que a vida escolheu para sentir tudo que tenho ignorado durante esses dias. Todo o estresse me faz arrepiar por completo. Meu corpo pede por ajuda. E minha cabeça está à mil. Engulo seco, sentindo que vou desmaiar.

  - Yeonji. - a voz de JungKook chega quase imersa em meus ouvidos, sua mão em meu ombro me impede de quase cair. Preciso retirar as mãos do meu rosto quando aperto os olhos, incomodada com a dor de cabeça forte. - Precisa de alguma coisa?

  Agradeço por sua pergunta, como se tivesse lido meus pensamentos. Ergo minha cabeça, me esforçando para responder:

  - JungKook, eu preciso de um pouco de água. - quase sussurro o pedido, mas abro os olhos para contemplar Jeon. Seu rosto preocupado tão perto me faz lembrar de Heyoon de uma forma que me atinge fundo. Tudo dentro de mim fica frio demais. - Eu quero minha filha.

  Não paro de encarar seu olhar profundo, mesmo quando minha voz falha. Consigo ver que também está preocupado, mas tenta disfarçar de forma que até me motiva, mas o desespero é maior. Por isso toma todo meu auto controle.

  - Vou pegar uma água para você. - é o que diz antes de quebrar nosso contato visual e sair. O observo fazer isso, contando seus passos até virar, onde some de vista. O corredor desse hospital está vazio demais para essa hora.

  - Eles estão demorando. - quando Rosie diz algo, colocando sua mão sobre minha coxa, alguém desponta no corredor. Quer dizer, duas pessoas conhecidas.

  Ver a face de Taehyung não me alivia tanto quanto pensei que poderia. Daria meu rim para que sua imagem fosse substituída por um médico, dizendo que está tudo bem e que posso levar minha filha para casa. De onde eu nunca deveria ter saído. Mas me acalmo um pouco quando meu namorado se inclina para me abraçar.

  Fecho os olhos com o abraço demorado, forçando meu coração a se aquecer, porque isso é tudo que eu tenho. A certeza de que tudo vai ficar bem, apesar dos problemas. Mesmo que lágrimas caem do meu rosto agora, preciso ficar bem. Mas meu corpo clama por ajuda.