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Taehyung pov.

Isso é um pesadelo. Não pode estar acontecendo.

Me perco na minha respiração enquanto caminho desesperado por esse estacionamento, tentando achar Yeonji. Mas já não está em lugar nenhum. Ela foi embora.

Contemplo o lugar onde ouvi suas últimas palavras, quase arrancando os cabelos da minha própria cabeça. Ainda fico muito confuso com tudo. Principalmente com as última palavras de Yeonji. "Isso tudo acaba aqui."

Eu não sou tão burro em não saber sobre o quê ela falou. Mas isso não me impede de achar o maior absurdo. COMO ASSIM ACABOU?! POR QUE ACABOU?!

E caminhar desesperado por esse estacionamento, que parece um labirinto, só faz meu coração se acelerar mais diante de tudo. Eu tenho certeza de que percorri todo esse lugar, mas nada de Yeonji. Ela sumiu, depois de tudo. Eu não sei o que está acontecendo, e isso só me deixa agoniado. Grunho em meio ao declínio da minha vida. Meu mundo se despedaçou.

- PORRA!!! - grito, tentando esvaziar um pouco da angústia em meu peito, mas não funciona. Só piora as coisas. Tentar controlar minha respiração ofegante também não resolve. A dor é tanta que nem pensar eu consigo. Não quando tudo acabou.

Eu fiz uma merda. De novo.

Paro de andar incessantemente, me forçando a parar para respirar. Não, não não não!!! É MENTIRA!!! É tudo uma grande brincadeira! Yeonji só está brava pelo que aconteceu. Só pode ser isso. Encaro o chão, ainda sentindo a dúvida correr sobre meu corpo. O que fez Yeonji ficar tão brava?

Espera.

Eu sei a resposta.

Não vou me fazer de inocente dessa vez, porque senti tudo que Yeonji disse, mas eu não fui o único culpado. Não contra o pior, com certeza. Meu pai é. E ele vai resolver isso.

Eu não posso deixar isso tudo me consumir. Muito menos me deixar acreditar que tudo está perdido. Não quando eu tinha tudo preparado. Eu marquei a hora exata para pedir a mão de Yeonji. Ela não pode me largar agora. Não posso ser abandonado. De novo, não.

Meus passos são agressivos enquanto atravesso os carros, indo cobrar do meu pai pela merda que fez. E eu me omiti diante disso tudo. O ódio não cai só sobre ele, cai sobre mim também. Bufo, negando com a cabeça, me fazendo de tudo para não me culpar. Meus pais fizeram isso, e vão ter que consertar.

Sua imagem já não está tão longe de mim quando adentro a festa. Fecho meus pulsos, guardando o ar no peito, no puro desespero. Não posso me descontrolar. Apenas revidar o que meu pai fez, buscar uma explicação, e o mínimo de arrependimento pode ser o suficiente. Eu saio daqui, e procuro por Yeon. Mas nada disso me impede de sentir meu corpo quente com o ódio quando avisto seu sorriso. Seu sorriso grande, como se não tivesse arruinado minha vida. Mais uma vez.

E quando se vira em minha direção com esse sorriso maligno, sem peso nenhum de tudo o que fez, aí sim, meu sangue ferve.

Velho desgraçado.

- O senhor tem idéia do que fez?! - faço questão de o puxar pela gola de seu terno para ficar rente à meu olhar. Ele não aceita a provocação, muito menos se irrita comigo. Seu sorriso se mantém, me deixando assustado.

- O que eu fiz demais? - seu comentário ao se virar para os convidados, surpresos ainda com minhas ações, os fazem rir dele. Riem do quão sujo ele é.

- Você ainda pergunta? - não me importo se pareço irritado demais, ou com a quantidade de pessoas que param para nos olhar. JongMin precisa entender o quanto arruinou minha vida. - Você humilhou minha namorada sem absoluta necessidade! Por sua culpa, ela terminou comigo!!!

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