WHO WOULD SAY

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  Lembro-me muito bem que Rosé disse que iria me trazer um vaso no sábado, para colocar as flores que Taehyung - meu namorado - me trouxe. Porém, se passaram dois dias, o fim de semana inteiro para ser exata, e ela não me deu notícias.

  Isso me deixou preocupada, até certo ponto. Principalmente pelo fato de Rosé não aparecer nem na casa dela, hoje de manhã, o que me fez levar Heyoon para a casa de Taehyung.

  - Aquela vaca vai se ver comigo!- sibilo irritada, enquanto os clientes entravam e saíam do supermercado.

  - Yeonji, você está sem celular.- lembrou Jihyo, enquanto passava os produtos dos clientes em seu caixa.- Talvez seja por isso que ela "desapareceu". Porque não teria como te avisar, se algo acontecesse com ela.

  Respiro um pouco.

  - É verdade! Havia me esquecido disso.- admito, rindo.- Falando nisso, quantas horas são agora?

  - Daqui a dez minutos nosso turno acaba.- ela dá uma breve olhada no relógio de ponteiro, que havia, em cima da porta do supermercado.

  - Me esqueci que tinha um relógio ali.- ri pela minha lerdeza, novamente.

  Quando me viro para Jihyo, ela me olha com uma expressão confusa.

  - Está tudo bem, Yeon? Nunca te vi sorrindo assim?- ela agradece o cliente, e o caixa dela se mantém vazio.- Parece uma criança, vendo graça em tudo.

  Me encolho um pouco, pela acusação. Não sei se devo contá-la.

  - Olha...- mantenho meu olhar sobre a mesa do caixa, quando me levanto, para pegar minha bolsa, na sala dos funcionários.

  - Olha quem vem lá!- Jihyo me interrompe, me fazendo olhar na direção em que apontava.

  Kim Taehyung. O dono dos meus sorrisos bobos.

  - Ô porra, o que ele tá fazendo aqui?!- meu eu interno fala alto, quando vejo Jihyo caçoar de mim.

  - Você está vermelha, Yeonji!- Jihyo acusa, enquanto Taehyung anda em minha direção.

  - Ele vai me matar, Jihyo! Você não tá entendendo!- tento, mas já é tarde.

  Já é bem tarde.

  Sei que é tarde quando os caixas do supermercado inteiro olham em nossa direção, e sinto uma mão na minha cintura. E foi assim que arruinei minha reputação no meu primeiro emprego. Foi naquele selinho longo. Foi assim que Taehyung virou um assassino de empregos.

  Foram apenas três segundos de selinho, mas o bastante para Jihyo levar sua mão até a boca.

  - Por que não me engoliu de uma vez?- ironizo entredentes, admirada com sua capacidade de ficar tão calmo.

  - Por favor, Yeonji, estamos em público. Guarde seu fogo para outra hora!- ele sussurra, com um sorriso safado.

  O olho incrédula.

  - Vamos Jihyo!- estou me segurando para não dar um soco nessa pessoa.

  Ando, com as orelhas vermelhas até a sala dos funcionários.

  - Man, o que foi aquilo?!- Jihyo exclama espantada, quando me encontra.

  Balanço a cabeça, ainda sem acreditar que aquilo aconteceu.

  - Eu me esqueci de falar pra você: eu estou namorando.- digo, ainda com as orelhas queimando.

  Mas nada abafou o grito de Jihyo, na sala dos funcionários.

  - AH! EU SABIA! QUE TUDO!- Jihyo gritava animada.

  - Pelo amor de Deus!- sussurro.

  - Quando isso aconteceu?- ela pergunta animada.

  - Quando eu me vi apaixonada por um maluco, aí eu dei uma de surtada, ele me beijou e me mandou ir à puta que pariu junto com ele.- isso foi o bastante para Jihyo se calar.

  - Ua... Isso foi...- ela pensava numa palavra que não ofendesse.- Ro... mântico?

  - Não, Jihyo! Isso foi estranho pra caralho!- pego minha bolsa.

  - Mas foi um estranho bom, não foi?- ela gesticula com as sobrancelhas erguidas.

  - Foi um estranho ótimo.- suspiro, vestindo meu casaco.

  - Own... Tá apaixonada, ela!- Jihyo faz uma voz fofinha, enquanto eu reviro os olhos.

  Infelizmente, Jihyo está certa.