-8-

2K 218 21
                                    

- Ela ainda está muito fraca...- ouvi uma voz conhecida antes de abrir os olhos.

Quando os abri, observei que não estava mais na rua. Aquele lugar era familiar.

- Oi...- disse uma voz calma.

Me virei na direção da voz. Rosé.

- Não se esforce muito, ok?- disse ela, querendo me manter deitada.

- Rosie...- olhei para ela. Sorri. Não poderia estar em uma hora melhor.

- Shiiu...você está muito machucada.- disse ela pondo uma sacola de gelo em minha testa.

- Onde me encontrou? - perguntei, preocupada de que tenha rodado a cidade inteira para me procurar.

- Contei tudo para meus pais. Conhecendo sua mãe, já esperávamos essa reação dela. O que tínhamos que fazer era te procurar. Por sorte, você estava deitada em uma árvore em um bairro próximo daqui.- explicou ela sorrindo. O sorriso mais doce de toda a terra.

- Parece que a sorte sorriu para mim pelo menos uma vez. - eu disse e ela sorriu.

- Não se preocupe mana. Vamos cuidar de você. Vai ficar aqui o tempo que precisar.- ela me disse. Me emocionei.

- Ah Rosie! Você e sua família são uns anjos! Mas não devem se incomodar. Eu dou um jeito.

Ela me olhou erguendo uma sobrancelha.

- Quer mesmo que eu acredite nisso? Você deu um jeito e olha o seu estado!- ela pôs a mão em sua cintura.

- É. Você tem razão.- assenti derrotada.- Mas é apenas até eu conseguir uma casa. O que eu faria sem você, Park Chaeyoung?

Ela sorriu.

- Talvez estaria dormindo em alguma árvore em um bairro próximo daqui.- repetiu ela, o que me fez rir.- E não me chame do meu segundo nome. É estranho vindo de você.

- Então 'tá' bom, Chaeyoung!- falei abraçando-a. - Eu te amo!

- Também te amo, Yeon!- disse ela retribuindo o abraço.

Depois daquilo tudo, acabei mudando. Mudando não é a palavra certa. Eu amadureci.

Já não dava tanta confiança pra quem eu não tinha intimidade. Eu me fechei um pouco, menos para Rosie.

Rosé e sua família me tratavam como uma membra da sua família. Eu também, até hoje considero eles como uma família que eu nunca tive. Me senti completa com eles. E isso foi ótimo. Os pais de Rosé se tornaram como meus pais postiços, o que faz de Rosé minha irmã de consideração, o que também faz dela tia do meu bebê.

Como é a ordem natural das coisas, minha barriga foi crescendo. Eu tinha que enfrentar a escola de qualquer jeito, então me virei.

Enfrentei a escola até o final do ano letivo, do último ano do ensino médio. Foi difícil ter que encarar Jeon Jungkook todos os dias, mas eu consegui.

Ainda por cima consegui disfarçar minha barriga de grávida até o sexto mês, que foi quando o ano letivo acabou. Ou seja, ninguém da escola sabia que eu estava grávida. O que foi um alívio. Imagina ter que enfrentar mais olhares de repulsa com os nervos à flor da pele?

Graças à minha dedicação, passei com 99% em todas as matérias. O que me deu um ótimo histórico escolar. Agora que havia terminado os estudos, fui procurar emprego, à essa altura eu já tinha uma barriga de grávida bem exposta, o que dificultou muito a minha procura por serviço.

Mas Rosé já havia começado sua faculdade, e graças ao dinheiro de seus pais, ela já tinha um apartamento próprio. Morei com ela até seus pais conseguirem um apartamento para mim também.

Me senti uma inútil. Como se estivesse me aproveitando deles e de sua bondade. Mas eles negaram, eles não fizeram aquilo por dó, muito menos por obrigação, e sim por amor. Ah, essas pessoas são incríveis!

Bem, a melhor parte dessa história toda chegou.

WHO WOULD SAY Onde histórias criam vida. Descubra agora