Yeonji pov.
Sigo na esperança ardente de que essa festa vai ficar mais interessante. Mas nada me anima.
Eu só penso em Heyoon enquanto tento não surtar com as pessoas me encarando a todo momento. Taehyung sumiu de repente, e Rosie não para de conversar com Jisoo. Não é como se eu não estivesse acostumada. Ela fazia isso bastante na época da escola.
Mas não reclamo. Gosto de ficar sozinha, às vezes. Na verdade, quase sempre. A única pessoa que gosto de ficar perto nessas horas é Heyoon. Mas ela não está aqui.
Ligo e desligo o celular várias vezes, angustiada. Reluto muito para não ligar para tia Soyoon e arranjar uma desculpa qualquer para ir embora e ver meu neném, porque isso aqui está insuportável.
Nem uma música sequer toca na festa, só se ouve conversas alheias sobre nada e política, e eu não gosto muito de papo jogado fora. Muito menos de política. Sem contar que, em todo lugar que olho, tem alguém me encarando. Me sinto um animal em um zoológico.
Além de que, tem muitos parentes de Taehyung aqui, e nenhum deles sequer chega perto de mim. Agradeço por isso, ao mesmo tempo que sinto uma pontada de mágoa. Não sei se Tae falou de mim para eles, ou simplesmente querem me ignorar. Eu não tenho idéia do que estou fazendo aqui.
Jin, ao meu lado, apenas mexe em seu celular, comentando algo aleatório de vez em quando. Parece que também não acha a festa tão interessante a ponto de querer conversar com alguém. Ou talvez, simplesmente, não tenha alguém interessante suficiente ao seu lado a ponto de poder fazê-lo se entreter em uma conversa. Porque, com certeza, eu não sou nada interessante perto dessas pessoas que ganham o dobro do meu salário mensal em uma hora.
Quando minha garganta seca, sinto a necessidade de me levantar e seguir até o bar, do outro lado da festa. Atravesso as mesas, totalmente encolhida com os olhares julgadores na minha direção. Quase todos os assuntos são interrompidos quando eu passo por cada mesa, Chaesun é a única que não se importa. Minha sogra ri alto das piadas de alguém que, previsivelmente, é bem importante, ao mesmo tempo em que dirige um olhar de desprezo à um outro homem ao seu lado. Esse outro homem tem um rosto bem familiar, mas não gasto muito tempo olhando.
Quando chego no bar, não tenho idéia do que pedir. Preciso optar por algo com menos álcool depois dos shots de gin na casa dos meus tios, sem contar que minha pressão está abaixando muito esses dias. Olho para o cardápio na televisão, acima de onde o barman prepara um coquetel para alguém. Se pelo menos eu soubesse o quê tem menos álcool, mas sou péssima com bebidas.
O barman entrega a bebida preparada para a moça do meu lado quando se vira para mim.
- Boa noite. Qual o seu pedido? - o moço pergunta com uma educação satisfatória. Mas me sinto completamente perdida.
- Boa noite, ah... tem como você me dar uma bebida com pouco álcool? - pergunto deixando o homem com uma expressão confusa. Não tenho idéia do que estou fazendo, e tenho um medo árduo de que eu esteja passando vergonha.
- Ah... temos muitos drinks e coquetéis assim. Marguerite, Spritz, tônico... a senhorita pode escolher a combinação que quiser. - o barman oferece, apontando para o cardápio em um televisor. Seria tudo mais fácil se eu viesse aqui com uma idéia do quê quero.
- Moço... eu não tenho idéia... - minha fala com minha face confusa arranca um sorriso no rosto do barman. É a pessoa mais educada que encontrei aqui. - Eu só quero algo para matar minha sede, sem me deixar bêbada.
Por mais idiota que seja minha confusão, o barman e a moça do meu lado rindo de mim me deixa um pouco mais confortável. Gosto de fazer pessoas sorrirem, mas estranho. Que tipo de senso de humor esse pessoal rico têm a ponto de uma pobre confusa entreter eles?

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WHO WOULD SAY
RomanceApós sofrer a maior decepção de sua vida, Son Yeonji precisa começar sua vida do zero. Mas algo que ela não contava era que, apesar de todo o seu sofrimento, sua nova tentativa de vida seria marcada com a chegada de um estranho. [+18] Cover by @...