WHO WOULD SAY

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  20 de dezembro de 2017 (Atual).

  E eu ainda não sei o que fazer depois de tudo. Sem saber como sequer cheguei aqui, e como vou resolver minha vida agora.

  A verdade é que eu ainda não entendi a situação toda. Principalmente o fato de que eu nem sequer conversei com Jennie dessa vez, e Yeonji ter me tratado assim. É claro, me exaltei um pouco em certas coisas. E eu admito. Não deveria ter falado aquilo para JungKook. Mas fora isso... Não fui eu que fiquei com minha ex dessa vez.

  Não, Taehyung, você fez pior.

  A sombra de uma lembrança sombria passa na minha mente no segundo em que penso a última frase. Algo obscuro. Um pecado imundo. Que me faz realmente questionar minha inocência.

  Isso se Yeonji não tiver feito a mesma coisa...

  É. Estamos condenados.

  Eu fiz algo errado. Muitas coisas erradas. Mas porque não estou bem. Estou pior do que nunca.

  Minha cabeça dói enquanto encaro o céu cinza. A neve cobre a água da piscina, e eu me torno quase imune ao frio deitado nesse chão, sendo aquecido pela fumaça que sai da minha boca. A mescla do cigarro e do frio. Minhas olheiras se destacam em meu rosto cansado, de quem não dorme há dias. Estou apenas vegetando.

  Jennie poderia me ligar como fez das últimas vezes. Me animando a sair dessa minha situação de quase morte, e me fazendo flutuar em apenas ouvir sua voz. Mas não vai sequer olhar para mim. Nem pode. E é por isso que não consigo me estabilizar em uma situação normal de relacionamento.

  Empecilhos. Várias coisas que entram no meu caminho e me desconcentram. Eu sempre tento de tudo para não voltar à estaca zero. E lá vou eu, de novo. Cercado de pessoas que não conseguem me enxergar. Ver meu lado como quero que vejam. E eu sou sempre o culpado por sua ignorância.

  Estou falando mesmo de Yeonji. E de todo esse seu orgulho que, sinceramente, me irrita. A falta de compreensão de não entender tudo o que passo. Depois de tudo que fiz por nós dois. As barreiras que tive que ultrapassar para poder sequer namorar ela. Fui contra tudo o que conhecia. O que fui orientado à fazer. Para ela me tratar assim. E nem o bem para mim ela quer... como quando claramente não queria que eu fosse responsável pela filial.

  A filial nos Estados Unidos. Outra coisa que ocupa demais a minha mente. O país que um dia me tirou tudo, e que agora me dá uma outra oportunidade de viver longe daquilo que me faz mal. Eu não vou negar isso, por mais que Yeon queira.

  Ou... Talvez... eu esteja a entendendo de modo errado.

  Talvez... ela queira ir comigo. E eu a levaria comigo. Esqueceria o mundo aqui, com Jeons e Kims, e viveria comigo, em uma vida nova. Onde nós dois possamos ser felizes. Sem nada para nos distrair do nosso relacionamento. Eu a levaria. Com certeza a levaria. Mesmo que precise me casar com ela. O que não é uma má idéia.

  Eu não pensaria mais em Jennie. O fato de Heyoon ser filha de JungKook não seria mais um problema, já que Yeon estaria ocupada cuidando dos nossos próprios filhos para pensar naquele traste. Seríamos uma família feliz. Sem mais medo, nem problemas.

  Isso, se eu não conhecesse Yeon. Com certeza preferiria ficar aqui com o motoboy, ao invés de ficar comigo. Minha mãe disse que cada pé sujo tem seu chinelo velho. E não quero concordar que Yeonji e JungKook se completam. Não quando eu também tenho a quem recorrer para não ficar sozinho.

  Alguém que me seria meu sol em meio à tempestade. Alguém que ganha de lavada de qualquer outra. E posso dizer isso. Jennie é tudo. A mulher mais bonita e delicada. Quase um anjo. Ninguém se compara à ela. E Yeonji tem inveja disso, eu posso sentir. Seu rosto muda quando a cito em meio à nossas conversas, e o jeito como a olha... sei bem o quê é. O que Yeonji não sabe, é que nunca vai chegar ao patamar de Jennie.