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  O céu já está escuro quando saio do prédio, as luzes das casas acesas transmitem certa paz e sufoco ao mesmo tempo. Se eu não estivesse tão cansado, poderia passar na casa de Yeonji, mas vou deixar ela descansar por hoje. Somente por hoje.

  Sorrio involuntariamente com meus pensamentos.

  Mas, como dizem, estava bom demais para ser verdade. A BMW do outro lado da rua retira todo o meu ânimo, enquanto procuro rápido a chave do meu carro. Mas é tarde demais. Meu pai sai de dentro do carro luxuoso e caminha para mim, numa velocidade que eu nem sabia que ele era capaz.

  Não acredito que esperou por mim esse tempo todo em que estava na empresa. Acho que, me sinto como Yeonji, quando nos conhecemos. Nesse quesito, eu confesso que, vacilei.

  - Filho... - ele exclama, estendendo seus braços. Falso, mas não posso fazer nada, apenas retribuo o abraço, que faço questão que seja breve.

  - Bom te ver, pai. - o afasto, segurando firme a chave do meu carro.

  - Não sabe a saudade em que estava de você, Tae! - ele segura meu ombro, mas enxergo a falsidade em seus olhos. Sei muito bem do que esse homem é capaz.

  - Poderia ter ligado para dizer isso, não acha? - ele se encolhe com o tom seco. Mesmo estando certo, em partes, sinto um súbito arrependimento. - Olha, pai, desculpe, estou muito cansado. Nem almocei direito.

  Meu pai sorri.

  - Você tem todo o direito de estar assim, filho. Afinal, olha o que você fez com essa empresa! - ele olha para o prédio admirando os dentes e garras de metais, que costumam chamar de portões e janelas. E realmente, ela cresceu muito, valeu à pena todo aquele investimento. Sorrio meio tímido. Tudo que um filho quer é o reconhecimento de seus pais. - Deve estar se dando bem com as mulheres. - ele me cutuca.

  Me fecho novamente.

  - O senhor veio conversar sobre isso, comigo? - volto a caminhar em direção ao meu carro, permitindo-o que me acompanhe.

  Ele retira o sorriso de seu rosto, dando lugar a uma expressão que não sei decifrar.

  - Eu... queria te convidar, para jantar, comigo. - ele convida. Preciso, realmente respirar fundo. Da última vez em que jantamos juntos, ele disse que iria se mudar para Califórnia e eu, um garoto de 18 e meio, ficaria responsável pela empresa.

  Não foi uma experiência muito legal.

  - Eu não... - seu olhar triste encara meus olhos, eu odeio isso. Eu me odeio, às vezes. - Eu posso pensar.

  Seu sorriso vai de orelha à orelha, e recebo um abraço apertado. Acho que, posso até acreditar que está tentando reatar nossa relação.

  - Obrigado, por me dar uma chance, filho! - ele se afasta, com um enorme sorriso, no qual nunca havia visto. - Eu te ligo para poder marcar.

  Dou um aceno de cabeça, mas não consigo conter um sorriso. Me dirijo ao meu carro, quando nos despedimos.

  As coisas podem estar mudando.


As coisas estão mudando, Kim Taehyung!!
  HAHAHAHHAHH
*risada maléfica da autora*

  As coisas mudam, um pouco, como Taehyung disse, à partir desse capítulo. Não se assustem. Serão mudanças necessárias.

  Continuem lendo, votando e comentando, comentando muito, porque eu amo ler seus comentários. E responderem quantos eu puder.

  Beijos e beijões, filhotes!!
  Obrigada pela leitura!!!

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