-1-

5.1K 317 88
                                    

- Você precisa confiar mais em si mesma, Yeon- dizia Rosé na ligação -Eu sei que não é fácil, mas como dizia minha avó...

- Já sei Rosie, sei que você tá tentando fazer me sentir melhor mas, acredite, dessa vez eu tenho certeza de que vou conseguir.- falei tentando fazê-la parar de falar.

- Eu sei, mas... - ela tentou responder, mas meu suspiro falou mais alto - saiba que eu te amo muito, e, se algo der errado, saiba que pode contar comigo pra tudo amiga.

Sorri ao ouvir essas palavras.

- Obrigada Rosie, também te amo muito. Preciso desligar, o ônibus já parou na frente do prédio.- me despedi.

- Tudo bem. Tchau. Diz tchau pra sua mamãe, Hey- pediu ela se referindo à Heyoon, mas eu só pude ouvir o balbucio da minha filha de três meses.

- Mamãe também te ama.- falei fingindo entender e desliguei a ligação.

Desci do ônibus com minha bolsa de alça fina barata, com uma pasta de documentos e com a roupa mais formal possível que tinha em meu guarda-roupa; um sobretudo, uma camisa social, a calça menos colada possível e uma sapatilha. Resumindo, não há nada de formal no meu guarda-roupa.

Andei até a porta do prédio com passos firmes. Olhei a placa do prédio, eu estava em frente de um dos maiores supermercados de Seul.

Poderia ter dado meia volta, afinal quais as chances de eu ser escolhida para trabalhar aqui, se todo ano milhares de jovens coreanas pedem emprego neste mesmo local?

Mas eu precisava, precisava cuidar da minha filha. Por ela eu vou tentar, mais uma vez, conseguir emprego nessa cidade. Ela precisa de mim, e eu preciso dela. Ela é minha única razão de viver.

Suspirei e dei mais uns passos em direção à entrada do supermercado. A porta automática se abriu, e pude sentir o ar condicionado de dentro - como se não bastasse o céu nublado - adentrei e observei o lugar lotado.

Procurei algum funcionário que não estivesse ocupado pra me dar informação. Mas todos estavam ocupados, menos...

- Com licença, senhor...- toquei o ombro de um homem alto, com cabelos castanhos e um terno preto.- o senhor poderia me informar onde posso entregar meu currículo?- perguntei e o homem se virou, dando- me a visão de seu rosto.

- Desculpe-me senhorita. Estou ocupado neste momento, preciso me apressar p...

- Por favor moço, eu sei que deve estar ocupado- olhei no profundo de seus olhos-, mas eu preciso muito saber onde entrego meu currículo.

WHO WOULD SAY Onde histórias criam vida. Descubra agora