WHO WOULD SAY

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Escadas, escadas, escadas.

- Rosé!- bato na porta, quando sou atendida com Rosie, batendo um pano no ar. A casa está cheia de fumaça.

- Meu Deus, o que aconteceu com esse lugar?- pergunto desesperada, enquanto Rosé tossia.

- Eu queimei o lámen!- diz ela chateada.

- VOCÊ QUEIMOU O LÁMEN?- pergunto indignada.

- Eu me distrai com uma mensagem, aí eu continuei conversando e quando eu vi, o lámen estava todo preto e a casa estava cheia de fumaça!- explicou ela, enquanto entrávamos.

Meu desespero cresceu.

- Heyoon... HEYOON, ROSÉ! CADÊ MINHA FILHA?- eu arregalei os olhos e comecei a procurar, ela não estava na sala, meu coração palpitava, eu estava prestes a arrancar os cabelos.

- CALMA GAROTA! Ela tá no quarto!- Rosé apontou, sacudindo meus ombros.

Corri até o quarto, vendo ela sacudindo os braços, tentando sair dali. Minha sorte é que o quarto não tinha o cheiro da fumaça, e Heyoon ainda não sabia engatinhar.

Saio do quarto, vendo Taehyung burrifar pela casa um pequeno vidro de perfume e Jihyo botar seu casaco sobre seu nariz.

- Meu Deus, Rosé!- exclamo, ainda pasma com o que aconteceu.- Não acredito que você quase botou fogo na casa!

- Eu também não acredito nisso.- comentou Taehyung.

  Abro as janelas da casa, e ligo dois ventiladores, um na cozinha e o outro na sala.

Enquanto eu pesquisava o que fazer para tirar o cheiro de queimado na casa, Rosé viu que eu trouxe visita.

- Meu Deus, você não me avisou que ia trazer visita, Yeon!- ela diz, enquanto Jihyo abana uma folha de papel. - Mil perdões pela situação da casa!

Jihyo devolve com um sorriso doce.

- Essas coisas acontecem!- fala, aliviando a tensão no rosto de Rosé.

- Rosé, essa é a minha colega de trabalho, Jihyo.- falo, apresentando-a.

- É um prazer, Jihyo.- Rosé estende a mão. Jihyo retribui o gesto.

- Yeonji fala muito de você, Rosé.- responde Jihyo com um sorriso.

  - Então acho que você já me conhece bem.- respondeu sorrindo.

  - Vamos comer? Estou morrendo de fome.- exclamou Taehyung, remexendo as sacolas.

  - Vocês trouxeram comida?!- pergunta Rosé, pelo visto faminta.

  - Sim. E o suficiente.- assenti.- Podem comer. Eu como depois de fazer a mamadeira de Heyoon.

  Eles almoçavam enquanto eu preparava a mamadeira de Heyoon. Jihyo e Rosé conversavam, do quê eu não sabia pois estava preocupada em dar de mamar à Heyoon.

  - Toc toc.- bateu Taehyung a porta entreaberta.

  - Entra Taehyung.- assenti, vendo o mesmo se achegar, com uma sacola na mão.

  - Tome.- ele me entregou a sacola, com comida dentro.

  - Não se preocupe. Quando eu terminar eu vou para a sala, e almoço lá.- eu falei, negando com a cabeça.

  - Yeonji, por favor, você é a que deveria estar mais faminta.- ele ergueu uma sobrancelha.- Pode deixar que eu seguro Heyoon para você.- insistiu, até eu assentir derrotada, entregando Heyoon à ele.

  - Então, de que tanto Rosé e Jihyo falam?- pergunto, mordendo uma coxa de frango.

  - Ah, é sobre...- ele para um pouco.- Ah, quer saber, melhor não...

  - Por que? É tão grave assim?- pergunto, vendo ele fazer uma expressão receosa.

  - Não é que é grave. É que você não age muito bem, perante esse tipo de situação.- explicou ele.

  - Desembucha Taehyung!- ordeno, erguendo uma sobrancelha.

  - Tá, elas estão falando sobre, nós dois.- ele apertou os olhos.

  - Espera, nós dois?- perguntei, apontando para nós.- Já era de se esperar...

  - Não é tão ruim assim.- ele falou, acariciando o rostinho de Heyoon.

  - Não, é péssimo! Mas não importa...- viro meu olhar.- Já virei polêmica.

  - Polêmica?- ele ergueu uma sobrancelha.

  - Sim. O que você acha que os meus colegas de trabalho pensam, quando vêem o maior fornecedor do supermercado indo todo dia buscar uma funcionária?

  Ele riu alto, me vendo o olhar incrédulo.

  - Você está rindo? Não tem graça!- bato no ombro do mesmo.- Esse trabalho é muito importante para mim, é meu sinal de independência!

  - Independência?- ele pergunta.

  - Sim. Pelo fato de eu sempre precisar dos outros, esse emprego é uma conquista maravilhosa para mim! Porque eu ralei, eu o procurei, e consegui, dando o primeiro passo da minha independência, sozinha.

  Ele ficou em silêncio por um momento.

  - Entendo.- disse por fim, pensativo, enquanto eu terminava de comer.