81: Revelações e Certezas.

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💫Boa tarde ⭐

                 💫❤️💫

Com os olhos fechados e as mãos cruzadas sobre o colo, indicava uma tranquilidade inabalável. No entanto, por mais que ele tentasse negar, ela sabia que por dentro ele estava tão nervoso e ansioso quanto ela. A prova disso foi o pulo que ele deu da cadeira, assustando uma senhora que estava sentada ao lado dele, aguardando ser atendida, quando a médica chamou o nome dela.

– Gomen’nasai okusama ( Me desculpe senhora) ㅡ disse ele revelando seu nervosismo.

– Vai ficar tudo bem eu estou com ela. ㅡdisse June para ele pouco antes de entrar no consultório com uma Shunrei nervosa e de cabeça baixa.

Nervosismo, medo e preocupação eram o que o definiam naquele momento, mas tudo o que ele podia fazer era sentar e esperar.

– Saisho no kodomo wa onajidesu. Sonogo, anata wa sore ni naremasu( Primeiro filho é assim mesmo. Depois você se acostuma). ㅡdisse a senhora vendo ele se sentar novamente, estalando os dedos das mãos.

– Watashiga musuco ni naru mae(antes fosse um filho). ㅡrespondeu Shiryu controlando seus batimentos.

– Futagodesho? Itazura(Gêmios né? safadinho) ㅡcomentou a senhora rindo com malícia, o que fez ele sorrir meio sem jeito para a senhora e resolver se calar antes que ele piorasse as coisas.

 No consultório, o nervosismo dela não estava melhor do que o dele. Depois de se identificar e fornecer seus dados para preencher a ficha médica, ela se engasgou ao ser perguntada sobre o motivo que a trouxe até ali. Vendo que a amiga não conseguia falar, June tomou a frente.

– Ela quer fazer um exame de virgindade. ㅡdisse June para a médica que pareceu se irritar com tal coisa.

– Por Deus! Em pleno século xx e esses trogloditas ainda exigem das noivas esse tipo de coisa. ㅡcomentou a médica que evidentemente era estrangeira.

– O Shi… eu não estou aqui por ele, estou aqui por mim, por que não consigo seguir em frente. ㅡdisse por fim Shunrei vendo a cara de confusão da médica.

– Eu acho que fui estuprada. ㅡrelatou Shunrei.

– Como assim acha? ㅡperguntou a médica a jovem que respirava fundo tentando segurar as lágrimas a todo custo sem sucesso.

– Se acalme, aqui ninguém vai te fazer mal. ㅡdisse a médica lhe dando um copo com água, esperando para que ela se acalmasse e tivesse condições de falar, e quando ela se acalmou o relato da jovem deixou a médica espantada por mais que ela lidasse com esse tipo de coisa, todo o tempo ainda se assustava com a maldade humana.

⭐ Santuário.

Era por volta das quatro da manhã quando ela, após ter subido para tomar um banho e trocado de roupa na esperança de conseguir dormir um pouco mais, decidiu ir até a cozinha para pegar água. O ambiente estava abafado e quente. Lá, encontrou Kiki dormindo sentado no sofá, com um copo de suco em uma mão e um sanduíche pela metade na outra. Isso lhe deu a certeza de que ele tinha apagado de cansaço. Com um pouco de dificuldade, ela tirou o copo de suco e o prato com o sanduíche de sua mão, deitou-o e jogou um lençol fino sobre ele. 

Era surpreendente como alguém tão fisicamente diferente poderia ser tão parecido, até mesmo na forma de dormir. Isso sem mencionar a teimosia, a arrogância, o modo como sorria e até a capacidade de cuidar dos outros antes de si mesmo. Não dava para negar que um era o espelho do outro. Enquanto refletia sobre as semelhanças entre os dois, ela caminhou até a geladeira, abriu-a e encheu um copo de água. Enquanto bebia, o ar gelado da geladeira a refrescava. 

Meu Amor  sempre foi seu.Onde histórias criam vida. Descubra agora