67: Amor! Tô voltando.

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O desespero dela era tão grande quanto a sua dor. Ver através do vidro da UTI ele ter mais uma parada cardíaca foi demais para ela, o coração dele estava fraco, mas seu cosmo ainda brilhava e era isso que mantinha sua esperança viva. As palavras do médico eram sempre desanimadoras, mas ela tinha fé ㅡ, fé de que os deuses estavam a ouvir suas orações, fé de que ele estava a lutar para voltar para seus braços, fé de que sua deusa ou tirasse daquela situação tão angustiante. Com a cabeça encostada no vidro ela chorava enquanto se recordava das últimas palavras dele para ela.

—" Fique firme, eu logo estarei de volta", então sim, ela estava tentando se manter firme mesmo estando dilacerada a cada dia, mas enquanto ele permanecesse ali era um pedaço a menos de seu coração.
—  Como ele está hoje? 

A voz de Atena com toda aquela calma, acabou provocando uma explosão de sentimentos contraditórios.

— Como você acha que ele está? Ele está ali naquela maldita cama lutando a cada milésimo de segundo pela vida dele, e tudo isso é sua culpa! Você deveria proteger ele enquanto ele luta por você, enquanto ele sangra por uma humanidade podre que merece morrer, mas você ao invés de salvar a vida dele fica aí escondida em seu templo fingindo se importar com ele. 

As palavras de Marin foram duras e Seiya tentou falar com a mestra, mas foi impedido por Atena.

— É isso que você pensa? Acha mesmo que eu não me importo com ele? Acha que sou tão fria assim ao ponto de me sentar e ver ele morrer? Eu sei que está sofrendo mais do que qualquer um de nós, mas você não tem ideia do que eu estou passando, então Marin dessa vez eu vou respeitar o meu cavaleiro de ouro e vou fingir que nós não tivermos essa conversa acalorada, mas para o seu bem não faça isso de novo. Não me questione e nem ponha em dúvida as minhas ações, porque se você fizer sentirá minha ira sobre você, e nem ele poderá intervir por ti.

A seriedade e firmeza nas palavras de Atena, deixou claro para amazona de Águia que a parte humana da deusa estava sofrendo tanto quanto ela, mas a parte divina, essa estava apenas considerando as consequências de puni-la naquele momento de fragilidade pelo qual não só ela, mas todo o Santuário estava passando.

Por alguns minutos Atena ficou ali em silêncio em oração, seu cosmo cálido era emanado para que ajudasse seu cavaleiro onde quer que ele estivesse preso em sua mente. O olhar de Atena em direção a Marin deixou claro para a amazona seu descontentamento, e sua dor, o que a deixou extremamente envergonhada de sua atitude e palavras. E vendo o olhar de decepção de Seiya piorou ainda mais seus sentimentos de culpa. 

O fato dela estar sofrendo com o estado de saúde de Aiolia, não dava a ela o direito de ser cruel com ninguém, muito menos de faltar com respeito a sua Deusa.

⭐ Japão Osaka (HGDO)

— Cor?
— Azul.
— Animal?
— Cachorro.
— Praia ou cachoeira?
— Praia.
— Inverno ou verão?
— Inverno.
— Lua ou sol?
— Lua.
— Primavera ou outono?
— Outono.
— Quer parar um pouco?
— Quero sim, já estamos a horas a praticar esses exercícios, e já estou com fome, e eles também. ㅡdisse Miho acariciando seu ventre.
— Tem uns pães doces na cantina, que estão com uma ótima aparência! Quer alguns?
— Quero sim. 

Yudi saiu deixando Miho ali no jardim, o sol da tarde já começava a tingir o céu de laranja. O tempo estava fresco, mas de repente o ar ficou pesado e frio. A sensação era de que alguém estava sugando o ar de seus pulmões com uma mangueira. Por alguma razão que ela desconhecia, seus bebês começaram a se remexer de uma forma que ela nunca havia sentido antes.

— Então é aqui que você está escondida?
— Eu não estou escondida só pegando um pouco de ar. Miho olhava para aquele homem vestido de enfermeiro, e puxava pela memória de onde ela o conhecia, e a cada tentativa de se recordar só fazia ela ter certeza que tinha algo muito estranho e errado com ele, e ela gostava cada vez menos disso.
— Está esfriando, acho melhor eu entrar. ㅡdisse ela tentando puxar o ar para os pulmões começando a sentir uma cólica no baixo ventre, e mordeu os lábios para não gemer com a dor que começava a sentir.
— Claro! Eu te acompanho já está quase na hora do seu remédio.
— Não precisa eu vou sozinha.
— A mais eu faço ques…
— Não precisa se incomodar eu vou acompanhá-la. ㅡdisse Yudi que retornava da cantina com uma sacola cheia de pães doces com ameixa e coco. Se Miho não gostava daquele enfermeiro Yudi gostava ainda menos. As atitudes dele eram sempre muito estranhas ㅡ, aparecia do nada sempre quando Miho estava sozinha, e do mesmo jeito que aparecia ele desaparecia. 

Meu Amor  sempre foi seu.Onde histórias criam vida. Descubra agora